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A-24

Uma opinião interessante sobre os jornais nacionais

por A-24, em 04.01.13
Apesar do seu anti-portismo primário é o único diário que vale a pena ler. O Público é soberba, arrogância e a presunção de erudição quando na realidade se trata de um jornal que não vale um corno. No I têm a mania que são originais, criativos e muito cosmopolitas quando se trata de um projecto falido á partida. O DN sempre quis ser referência, como se tal coisa fosse possível em Portugal. E o JN gosta de ser a voz do Norte, como se o Norte contasse para alguma coisa.
O CM não. Não pretende ser nada, não pretende ser mais do que é e é por isso que é bom. Dá ao povo aquilo que o povo quer, o crime, a sociedade, a televisão, o mexerico e por aí. Não pretende ser educador do povo nem instrutor das massas. Mesmo as entrevistas, as notícias mais alargadas, as colunas de opinião sabem ser oferecidas na dose adequada. Não há ali o pretensiosismo saloio do Público ou do I. Há capacidade de síntese e mais nada. Lê-se bem e com gosto. Porque, se eu quiser estar duas ou três horas a ler pego num livro, não pego de certeza nos artigos de opinião da imprensa "séria" cá da parvalheira. O CM  perdeu muito quando deixou de brindar-nos com as gajas nuas da revista de Domingo. Até porque a minha geração cresceu com essas páginas centrais no imaginário. Mas soube recompôr-se desse golpe e oferecer diversidade e concisão, rigor e proximidade. E é por isso que a leitura do CM e dos seus crimes, incêndios, vida dos famosos e casas dos segredos é sempre uma alegria. Tem ainda outra vantagem que, infelizmente, perderá a partir de Janeiro: é escrito sem ser ao abrigo do aborto ortográfico.

A Corte na aldeia