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A-24

Um referendo para nos livrarmos de Alberto João Jardim

por A-24, em 29.08.12
"Desafiamos o Estado português para, em caso de dúvidas, ter a coragem de assumir uma decisão democrática e permitir um referendo na Madeira que, de uma vez por todas, demonstre a vontade do povo madeirense, reforce a coesão nacional e finalmente encerre o contencioso da autonomia" - Alberto João Jardim. (Expresso) 
Cada vez que ouço o Presidente do Governo Regional da Madeira abrir a boca para falar em democracia sinto um arrepio na espinha. É como as ouvir o Fernando Pereira a imitar a Tina Turner no Casino do Estoril. Soa parecido, a vestimenta adequa-se à performance mas no fundo sabemos que é tudo um espetáculo travestido. Fica sempre a bonita imagem do tipo de bigode farfalhudo maquilhado à matrafona e a piar fininho. Ilusão seguida de desilusão.
Acho que nisto do referendo o senhor Alberto João Jardim se ficou pelos detalhes e esqueceu-se de algo essencial: a maioria dos portugueses não o podem ver à frente, nem sequer de costas, de cuecas no Carnaval, a fazer o pino nas festas do Chão da Lagoa, a insultar jornalistas, políticos ou a chamar com desdém de "continentais" quem não o atura, ridicularizando aqueles que ousam fazer-lhe frente, os que o lhe negam os caprichos e tiques de tiranete. Curiosamente, os mesmos continentais que deixam de ser continentais e ganham estatuto de portugueses quando se trata de pagar o buraco estratosférico nas contas da Madeira. Buraco que a dinastia Jardim tem escavado indecorosamente. "Em nome dos madeirenses" quando se trata de gastar, "somos todos portugueses" na altura de pagar a factura. Já não há pachorra para o senhor Alberto João. Nenhuma.
Não sei qual será o desejo intimo dos madeirenses, mas atrevo-me a dizer que a vontade de maioria do povo português não andará longe de ver o senhor Alberto ir a nado da Madeira até ao Canadá enrolado numa bandeira da autonomia madeirense, com uma chapéu de palha, um cacho de bananas pendurado em cada uma das orelhas e uma mochila cheia de rebuçados de funcho. Não queremos que lhe falte nada.
Sugiro ao Estado Português que tenha a tal "coragem" ( ou "córage" ) de auxiliar mais esta vez o Sr. Alberto João com o dito referendo, ficando esclarecida a questão da autonomia da Madeira e vontade dos seus habitantes, mas já agora faça-se em simultâneo um referendo em todo o território português (ilhas incluídas, obviamente) para aferirmos a vontade do povo em continuar a sustentar e suportar este tipo de anedotário político. Estou muito curioso para saber qual seria o resultado na ilha que o próprio governa. Posso estar enganado, mas creio que Portugal iria reclamar a independência de todo o território nacional, Madeira incluída, em relação ao senhor Alberto João..

Tiago Mesquita