Um êxodo imparável
por A-24, em 10.04.12
Há mais de 56 mil portugueses inscritos na EURES (Portal Europeu de Mobilidade Profissional), ou seja, que procuram trabalho em países da União Europeia e na Suíça (4.700 novos nos últimos dois meses).
Sabendo-se que mais de metade dos candidatos ainda não fez 35 anos, que 34,1% tem pelo menos o bacharelato e 27,6% o ensino secundário, e que estamos apenas a falar de quem se inscreveu nesta rede europeia, deixando portanto de lado todos os que procuram por outros meios, e, sobretudo, que não se está a contabilizar os muitos milhares que partem para Angola, Brasil, etc., etc, só se pode concluir que estamos perante uma terrível sangria, da qual vamos levar muito tempo a recompor-nos, sem sabermos como nem quando! Com números, vê-se melhor a gravidade da situação. O país gastou fortunas na educação destes milhares de pessoas, precisa do know how que elas representam e está a deitá-las pela borda fora.
A mobilidade é normal e é um bem dentro de certos limites e quando não se trata de uma fatalidade imposta, planeada, como é o caso neste momento. Assim, é cruel para as «vítimas» e uma grave irresponsabilidade temerária dos «vitimários». link