Todas as violações são iguais, mas umas são mais iguais que outras
por A-24, em 06.09.13
Maria João Marques n'O Insurgente
O disparate anda em alta no que toca a violações. Há pouco tempo, lá no outro lado do mundo, tivemos um político eleito do Japão considerando uma necessidade de guerra as centenas de milhares de mulheres que os japoneses usaram como escravas sexuais durante a segunda guerra mundial. Um professor de direito chinês afirmou que violar uma prostituta era menos grave do que violar uma mulher que não se protitui, a propósito de um caso de violação de uma prostituta pelo filho de um alto oficial do Exército de Libertação Popular. E um político de Hong Kong sugeriu às senhoras do território que era melhor beberem menos álcool se quisessem evitar serem violadas. Uns tempos antes foram os militares do Egito fazendo testes de virgindade às meninas que protestavam, para que estas depois não os acusassem de violação (pelos vistos também só contam as violações a virgens).Coisas que só podem acontecer no exótico oriente, não é? Não. Ainda hoje, alertada por esta notícia do DN, descobri que um juíz e um procurador britânicos consideraram que um homem de 41 anos, coitadinho, tinha sido forçado a abusar de uma adolescente de 13 anos, que essa galdéria parecia muuuuuuito mais velha (14 ou 15 anos – ui, quase trintona) e era sexualmente experiente (já tinha sido abusada anteriormente, a sedutora peste). Sendo eu do sexo feminino, não percebo destas coisas, mas talvez faça parte das fantasias masculinas serem seduzidos por uma sensual adolescente, qual Lolita. No entanto, lá está, um tribunal não serve para juízes e procuradores publicitarem os seus preconceitos e, menos ainda, as suas fantasias.
O disparate anda em alta no que toca a violações. Há pouco tempo, lá no outro lado do mundo, tivemos um político eleito do Japão considerando uma necessidade de guerra as centenas de milhares de mulheres que os japoneses usaram como escravas sexuais durante a segunda guerra mundial. Um professor de direito chinês afirmou que violar uma prostituta era menos grave do que violar uma mulher que não se protitui, a propósito de um caso de violação de uma prostituta pelo filho de um alto oficial do Exército de Libertação Popular. E um político de Hong Kong sugeriu às senhoras do território que era melhor beberem menos álcool se quisessem evitar serem violadas. Uns tempos antes foram os militares do Egito fazendo testes de virgindade às meninas que protestavam, para que estas depois não os acusassem de violação (pelos vistos também só contam as violações a virgens).Coisas que só podem acontecer no exótico oriente, não é? Não. Ainda hoje, alertada por esta notícia do DN, descobri que um juíz e um procurador britânicos consideraram que um homem de 41 anos, coitadinho, tinha sido forçado a abusar de uma adolescente de 13 anos, que essa galdéria parecia muuuuuuito mais velha (14 ou 15 anos – ui, quase trintona) e era sexualmente experiente (já tinha sido abusada anteriormente, a sedutora peste). Sendo eu do sexo feminino, não percebo destas coisas, mas talvez faça parte das fantasias masculinas serem seduzidos por uma sensual adolescente, qual Lolita. No entanto, lá está, um tribunal não serve para juízes e procuradores publicitarem os seus preconceitos e, menos ainda, as suas fantasias.
E ainda trago para aqui uma questão que, parecendo que não, tem muito a ver com o que esta argumentação judicial e esta sentença revelam. É por ainda haver tanto digno senhor com este profundo desprezo pela mulheres, mesmo na moderna Europa, que se aceita com tanta naturalidade a forma como as mulheres muçulmanas são tratadas dentro das comunidades muçulmanas cá residentes. No fundo, têm uma grande inveja pela forma como os muçulmanos põem o mulherio na ordem.