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A-24

Salário mínimo e pensões dos venezuelanos aumentaram 15%

por A-24, em 02.12.14
DN

O salário mínimo e as pensões de reforma dos venezuelanos aumentaram hoje 15% para o equivalente a 776,04 dólares (625,83 euros), segundo um comunicado do Ministério de Comunicação e Informação da Venezuela (MCI), envido à agência Lusa.
O documento salienta que o aumento do salário mínimo também se aplica aos cerca de 2,6 milhões de pensionistas do sistema de seguro social.
Segundo o MCI, foram ajustados em alta os níveis mínimo e máximo de cálculo para o subsídio de alimentação, que passou a ser de 0,50 e 0,75 unidades tributárias diárias, equivalente a 63,50 e 95,25 bolívares respetivamente, (8,12 e 12,19 euros respetivamente).
Desde 2003 vigora na Venezuela um rígido sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e que conta atualmente com três tipos de câmbio oficiais para cada dólar norte-americano: 6,30, 12,00 e 50 bolívares, aplicados a bens prioritários, turismo e outros.
Existe ainda um mercado paralelo em que o custo da moeda norte-americana triplica a cotação oficial mais alta, mas cujo valor é proibido divulgar localmente.
Alguns dos produtos chegam ao mercado venezuelano a preços preferenciais, importados com divisas outorgadas pelo Executivo, no entanto, com frequência os venezuelanos queixam-se do elevado nível do custo de vida, num país onde, por exemplo, um café custa 35 bolívares (4,48 euros).
Dados divulgados pelo Banco Central de Venezuela revelam que a Venezuela acumulou 63,4% de inflação em 12 meses.

Decrépitos

por A-24, em 20.11.14
Via Lura do Grilo



A Venezuela a caminho da insolvência com a descida do petróleo. Cuba em pânico ... já não há dinheiro de outrem para financiar a revolução a limiares de sobrevivência.


Su problema más urgente es la falta de divisas para importar comida, combustible y otros bienes esenciales. El país se está cayendo a pedazos. Cuba es asombrosamente improductiva. Se trabaja poco y mal. La Isla vive de siete rubros: 1) el subsidio venezolano; 2) el alquiler y explotación de profesionales sanitarios en el extranjero; 3) las remesas de los exiliados; 4) el níquel que extraen los canadienses; 5) el turismo; 6) la mendicidad revolucionaria, que sostienen Brasil, Angola, Ecuador, y hasta la pobrísima Bolivia; 7) el tabaco y otras minucias de exportación, algunas de ellas indignas, como la venta de sangre y de vísceras humanas para trasplantes (por más de 100 millones de dólares). Comenzaron emulando a Stalin y han terminado imitando a Drácula.

O petróleo como arma geopolítica

por A-24, em 19.11.14
João Marques de Almeida


A descoberta do “petróleo de xisto” nos Estados Unidos constitui uma das transformações geopolíticas mais relevantes dos últimos anos e terá repercussões enormes na política mundial.
O preço do petróleo está nos 80 dólares (mais precisamente nos 83). Eis um dos acontecimentos mais relevantes da política mundial. Há poucos meses custava cerca de 120 dólares. A redução do preço resulta de uma maior produção, desde o “petróleo de xisto” nos Estados Unidos até ao “pré-sal” no Brasil e em Angola. Mas também de uma menor procura, como resultado da crise económica, tanto nos países desenvolvidos como nas economias emergentes.
Petróleo de Xisto
A descoberta do “petróleo de xisto” nos Estados Unidos constitui uma das transformações geopolíticas mais relevantes dos últimos anos e terá repercussões enormes na política mundial. Os Estados Unidos tornaram-se independentes energeticamente e a partir do próximo ano tornar-se-ão exportadores de petróleo. Apesar das fraquezas conjunturais, a prazo os Estados Unidos serão mais poderosos. Como disse um famoso historiador norte-americano, “os Estados Unidos não só nasceram em liberdade mas também com sorte”. E a sorte continua. Além disso, ao contrário de muitos países, nos EUA a descoberta de petróleo não provoca corrupção. Desenvolve novas tecnologias, novas empresas e cria empregos.
O petróleo de xisto serve igualmente como uma arma geopolítica. E Washington já começou a utilizá-la. O Financial Times deste fim de semana publicou um artigo sobre o preço do petróleo com dados interessantes. Para a Venezuela manter as finanças públicas equilibradas – e estamos a falar de uma país que não tem acesso ao financiamento dos mercados internacionais – e não incorrer em bancarrota, o preço do petróleo deverá ser 160 dólares o barril. Para o Irão, seria 130 dólares. E para a Rússia, seria 110 dólares. Isto significa que a manter-se o actual preço de 80 dólares, o futuro destes três países não será brilhante.
Em particular, para a Rússia, a situação pode tornar-se dramática. Como resultado das sanções económicas, os seus bancos deixaram de ter acesso aos mercados, o que torna cada vez mais difícil o crédito às empresas e aos consumidores, afectando gravemente a economia russa. Preocupado com a situação económica, Putin não recorreu, pelo menos por agora, à arma do gás, tendo assinado um acordo com a Ucrânia. Com uma dívida elevada, a Gazprom precisa de vender gás à Europa; e a China não é a melhor alternativa porque, aproveitando as dificuldades da Rússia, impôs um preço do gás inferior ao praticado com a Europa.
Ao mesmo tempo, a maioria das empresas norte americanas produtoras de petróleo de xisto, para ter lucro, precisa de um preço do barril de petróleo entre os 40 e os 60 dólares. Ou seja, os Estados Unidos enfraquecem os seus adversários externos sem prejudicarem a sua economia. A outra boa notícia refere-se à transferência de riqueza e de recursos financeiros dos produtores para os consumidores de petróleo. Ou seja, num país como Portugal, todos nós. Um bom exemplo de alinhamento dos interesses transatlânticos.

Esquerda populista: o ‘marketing’ da opressão na América Latina

por A-24, em 16.11.14
O Diabo

O populismo sempre foi um instrumento político característico dos países da América do Sul – ou da América Latina, se quisermos incluir o caso da ditadura cubana e do conturbado percurso da Nicarágua. O discurso populista pretende exaltar as massas, servindo-se geralmente de um inimigo comum que “deve ser destruído”: como “inimigo do povo” durante a luta pelo poder, como “inimigo do Estado” depois da conquista do poder.
O inimigo, esse, varia conforme as necessidades do populista: podem ser “os burgueses”, podem ser os norte-americanos (os “gringos”), podem ser “os sabotadores”, pode ser qualquer coisa. Não importa que seja verdade ou mentira, o que interessa é que uma maioria de pessoas acredite que é verdade. Sim, uma maioria: porque os direitos democráticos da minoria não são algo que os populistas estejam interessados em proteger.


A partir do final dos anos 90, o populismo foi crescendo na América do Sul. As economias locais, tradicionalmente caóticas, estavam a recuperar devido ao preço elevado das matérias-primas, nomeadamente o petróleo. Este é o sonho do populista de esquerda: a possibilidade de poder usar dinheiro fácil de obter para pagar políticas que compram votos.
Diga-se que tal não é um fenómeno exclusivo da América Latina. Portugal, durante anos, foi governado por Executivos que usaram financiamento europeu e crédito barato para pagar infra-estruturas e políticas que davam votos. Pelo final deste ciclo, o Governo já pagava, com grande fanfarra e cobertura mediática, computadores portáteis aos alunos portugueses, grandes auto-estradas que hoje estão desertas, e ainda queria construir uma linha de TGV de duvidosa necessidade. Nenhuma destas medidas teve qualquer efeito benéfico na economia portuguesa. O populismo acabou por arruinar as contas nacionais.

As causas do desastre português serão as razões do desastre que se aproxima na América Latina?

República “Bolivariana” da Loucura
Ora olhemos então para a Venezuela, governada pelo regime criado por Hugo Chávez, intitulada, muito originalmente diga-se, de “República Bolivariana”. A mudança da designação, de forma a fazer apelo ao nome do famoso líder dos movimentos independentistas latino-americanos, foi um primeiro sinal de alerta: Hugo Chávez via-se como um Simón Bolívar do século XXI.
E esta é a parte menos louca do regime de Chávez, um indivíduo tão “democrático” que começou por tentar alcançar o poder através de um golpe de Estado (falhado) que procurava derrubar um governo legitimamente eleito. Falhada a via golpista, Chávez decidiu candidatar-se a eleições. Para ganhar, usou um discurso altamente agressivo visando virar os cidadãos mais pobres contra a classe média e abastada. Prometeu auroras douradas e ganhou.
O problema de se prometer auroras douradas é que, depois, é preciso cumprir. Mas para um populista isso não é problema: a realidade pode ser vergada à sua vontade. Sempre que algum desastre económico ou social atingiu a Venezuela (e sob o governo brutalmente incompetente de Chávez tal era uma ocorrência regular), a culpa caía sempre sobre algum inimigo fictício da “República Bolivariana”.
O ataque aos “inimigos” alcançou tais níveis de ridículo que Chávez chegou a afirmar que um sismo de grande escala no Haiti fora provocado pelos Estados Unidos, que tinham usado uma “arma de terramotos”. Quando faltava um bem de consumo nas lojas, a culpa era sempre dos “sabotadores burgueses” que impediam que os produtos chegassem ao mercado. Todas as semanas Chávez passava horas (ocasionalmente mais de seis horas, à maneira de Fidel) nos ecrãs da televisão estatal a arengar sobre os “inimigos” ficcionais. Tinha uma grande audiência, não pelo conteúdo ideológico das mensagens, mas porque era nestes programas que Chávez costumava anunciar a distribuição de novos subsídios pelos seus apoiantes.

Verdades inconvenientes

por A-24, em 09.11.14
Lura do Grilo

O Qatar, um grande patrocinador do terrorismo islâmico mundial, que vive de abundantes receitas do petróleo e do trabalho em quase regime de escravatura de milhões de imigrantes, integra o Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A Venezuela -com as prisões cheias de prisioneiros políticos, dá abrigo aos terroristas da ETA, patrocina o narcotráfico e reprime manifestações com o tiro na nuca- faz parte do conselho de segurança da ONU.
Como se pode implodir aquele covil anti-semita, pro-abortista, pro-terrorista e pro-islamita? O Mundo respirava mais fresco

O socialismo está de parabéns

por A-24, em 20.10.14
O Insurgente

Pelos melhores motivos, a Venezuela que possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo, alcançou a proeza de ter de importar o ouro negro.
Existem planos para “fazer uma revolução dentro da revolução”. Há 15 anos que o chavismo reina na Venezuela. Com o sistema económico a colapsar, o Presidente Nicolás Maduro, reconheceu no programa de propaganda semanal “Em Contacto com Maduro” que “há problemas económicos.” De frente para a realidade, o governo venezuelano colocou em marcha um conjunto de medidas que visam atacar os problemas: a inflacção a 60 por cento ao ano, a falta de produtividade, a escassez de bens essenciais e de divisas. A forma encontrada não poderia ser mais mágica: apostar no aprofundamento do modelo socialista que tão bons resultados tem originado.

Na vertigem socialista, o executivo de Nicolás Maduro nomeou Orlando Borrego, antigo colaborador de Che Guevara, como mentor da reestruturação da administração venezuelana. A nomeação política aprofunda ainda mais a ligação entre Cuba e a Venezuela e dá poderes a funcionários do estado para intervir nas decisões de produção e de investimento das empresas e por intervir com base em verdadeiras leis anti-terroristas contra quem seja indiciado por participar naquilo que se considera como um “atentado à ordem económica.” Dificilmente se poderia esperar mais e melhor.

E o passarinho falou

por A-24, em 06.08.14
A Batalha

Nicolás Maduro regressa ao tempo em que os animais falavam. O Presidente da Venezuela foi contactado por “um passarinho” que lhe disse que “Hugo Chávez está feliz e repleto de amor e lealdade do seu povo” e que “deve estar orgulhoso.” Dezasseis meses após a morte de Hugo Chávez (cinco de Março de 2013), o actual chefe de estado venezuelano confirmou que ainda “sente presente o grande profeta”. As boas-novas foram reveladas durante a celebração oficial dos 60º aniversário do líder da revolução bolivariana em Barinas, apesar do pedido da pequena ave para que não partilhasse a revelação. O evento contou ainda com os inevitáveis “comes e bebes” e com a inauguração de uma estátua do Presidente falecido, inteiramente financiada pela companhia petrolífera russa Rosfnet. A cerimónia musicada por um conjunto musical russo, teve o apogeu com a canção “Da Sibéria a Sabaneta” (local onde nasceu Hugo Chávez),
facto que levou Nicolás Maduro a afirmar que “ao outro lado do mundo chegou o calor do amor que o mundo sente por Chávez.” Esta não é a primeira vez que um pássaro presta informações sobre Hugo Chávez ao actual Presidente venezuelano. Antes deste aniversário, a 2 de Abril de 2013, Nicolás Maduro assegura que Chávez lhe apareceu em forma de passarinho, numa pequena capela, igualmente em Barinas. Os mais cépticos dirão que tal aconteceu antes do início da campanha eleitoral mas Maduro rebate as vozes mais críticas ao mostra-se “feliz por ter partilhado a sua espiritualidade com o povo.” As comemorações oficiais realizaram-se em várias cidades venezuelanas com uma série de actividades em que o elo comum foi constituído pelos simpatizantes do governo e pelo brilhantismo institucional da presença do Presidente do Uruguai José Mujica. Da Nicarágua veio Daniel Ortega e de El Salvador, Salvador Sánchez. Entretanto, o ex-chefe dos serviços secretos venezuelanos, o general Hugo Carvajal, já se encontra em segurança na Venezuela após ter estado preso em Aruba. Sobre ele pendem acusações de narcotráfico e de apoio ao grupo terrorista colombiano FARC. Através de um comunicado, a embaixada da Holanda fez saber que as autoridades holandesas reconhecem que Hugo Carvajal goza de imunidade diplomática. No processo o general venezuelano ganhou também o “carimbo” de “persona non grata” por parte das autoridades holandesas.

A Torre de David, depois do adeus

por A-24, em 03.08.14














Monday night began the relocation process of thousands of inhabitants living in Venezuela’s Torre de David (Tower of David), the world’s tallest slum, according to reports by Venezuelan newspaper Últimas Noticias, BBC Mundo and tweets from journalists following the coverage. The relocation initiative is being carried out by the Interior and Justice Ministry, and comes just five days after the announcement that the Venezuelan government is in negotiations with Chinese banks interested in purchasing the building.
As we previously reported, the negotiations with Chinese banks are being led by the Minister of State for the Revolutionary Transformation of Greater Caracas, Ernesto Villegas, and would involve the relocation of the tower’s current tenants to Cúa, a city 53 kilometers outside of the capital, possibly in December of this year.
However, prior to the disclosure of the negotiations, the government had announced that they would perform “an analysis of the community in order to take the steps necessary to improve the living conditions and environment” of the tower’s residents.
Yet despite this announcement to improve the living conditions, the government reportedly began relocating the Tower of David’s residents on July 21 at 10pm. The relocation is being carried out floor-by-floor and the inhabitants will be moved to housing solutions, primarily in Valles del Tuy, in Miranda state. Source

Monte Roraíma – Venezuela

por A-24, em 21.04.14

A tragédia do socialismo do século XXI

por A-24, em 10.03.14
Alexandre Homem Cristo

O regime nascido da revolução bolivariana faliu. Algum dia tinha de acontecer. Até porque, como se costuma dizer, a história é repetição. Na Venezuela, repetiu-se mesmo. E, assim, o ano de 2014 marca o fim das ilusões. As dos venezuelanos, que durante mais de uma década se deixaram governar pelo populismo de Chávez. E as dos socialistas europeus, que viram no regime venezuelano um oásis de resistência contra a economia de mercado. Com fome nas ruas, com escassez de bens de primeira necessidade nas mercearias, com falta de medicamentos e com falhas sucessivas na rede eléctrica, o povo saiu à rua. E disse basta.


Associar a falência do regime venezuelano à substituição de Hugo Chávez por Nicolás Maduro, nomeadamente pela falta de carisma do segundo, é um erro grave. Subestima a degradação social e política dos últimos anos. É que, embora tenha morrido sob o estatuto de herói popular, foi Chávez quem trilhou o caminho para a ruína. Atropelou as regras institucionais do regime, tornando-o dependente na sua pessoa. Estrangulou a iniciativa privada. E apostou cegamente num modelo de investimento público insustentável, suspenso numa produção petrolífera em declínio. Quando chegou a sua vez, Maduro deu continuidade ao delírio. E fê-lo com uma obstinação invejável. Mal assumiu a presidência, em substituição de Chávez, Maduro ordenou ao Banco Central a impressão de mais dinheiro, para com ele financiar novos programas de investimento público. Entre outros, o da atribuição de um tablet para cada aluno venezuelano. A inflação atingiu os 56%.

Entretanto, acabou com a liberdade política, impondo uma forma de ditadura (suspensão da Constituição): o Parlamento concedeu-lhe poderes executivos especiais para alterar leis sem fiscalização política. Acabou com a (pouca) liberdade económica: promulgou uma lei que define os preços dos produtos e limita o lucro das empresas, prendendo os comerciantes que resistissem. E acabou com a liberdade individual, através de uma crescente repressão policial e militar, que provocou dezenas de mortes, para assim travar aqueles que “querem destruir a nação”.

É claro que, perante este descalabro político e social na Venezuela, podemos fechar os olhos. Ou acreditar que a resistência nas ruas não é de origem popular, mas sim de “grupos de cariz neofascista”. Ou achar que essas manifestações são operações “apoiadas pelo imperialismo norte-americano”. Ou ainda alegar que o Governo venezuelano está a ser alvo de uma “guerra económica que visa destabilizar o país”. No fundo, podemos subscrever o incrível comunicado do PCP (14.02.2014) e, através dele, negar a realidade. Mas a realidade é o que é. E a história, que se repete, já mostrou que negá-la não a altera.

A distante Venezuela está a ferro e fogo. E isso interessa a nós, portugueses? Sim, interessa. Num momento em que tanto se discutem alternativas políticas, em Portugal e na Europa, o fracasso da “revolução bolivariana” na Venezuela é uma boa forma de recordar que o socialismo utópico do século XXI é tão nefasto para as populações quanto o do século XX. Confiar que é nessa doutrina ideológica, partilhada em Portugal por PCP e BE, que está o futuro não é, portanto, mais do que condenar-nos ao passado.