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A-24

A pobreza na União Europeia

por A-24, em 10.12.14
João Nobre


Informa-nos o Inequality Watch que, segundo dados referentes a 2010, cerca de 16,4% da população da União Europeia (UE) é, neste momento, pobre. Isto perfaz um total de 80 milhões de cidadãos europeus. As mulheres são as maiores vítimas de toda esta miséria: 17,1% são pobres, contra uma taxa de 15,7% para os homens, e 20,2% das crianças da UE com menos de 16 anos de idade vivem numa situação de pobreza.


Por norma, estas crianças são oriundas de famílias que vivem com graves dificuldades financeiras e a sua mobilidade social no sentido positivo é relativamente baixa. Uma criança que nasce numa família pobre, muito dificilmente irá ter acesso à educação de qualidade de que beneficiam os meninos e meninas oriundos dos meios mais privilegiados. Uma criança que nasce pobre, na UE, provavelmente irá morrer pobre: 21,6% dos jovens da UE entre os 16 e os 24 anos são pobres.
A situação é alarmante se tivermos em conta que nos últimos anos aumentou drasticamente o número de jovens desempregados e precários. Nada nas atuais políticas europeias aponta para uma mudança ou inversão da situação, pelo contrário. Tudo indica que a situação irá piorar consideravelmente, sendo provável que termine em graves conflitos sociais e violência ou guerra civil generalizada, a continuar a atual tendência.
14,8% dos "cidadãos" da UE entre os 25 e os 49 anos são pobres e 13,5% daqueles que têm entre os 50 e os 64 anos são pobres também. Os idosos sofrem mais: 15,9% são pobres. Destes, muitos têm de optar entre comprar a comida ou os medicamentos, outros não têm dinheiro para adquirir praticamente nada e por isso limitam-se a sobreviver à custa da caridade e engrossando as filas da "sopa dos pobres" ou "sopa da humilhação" como lhe deviam chamar...
Extremamente preocupante e grave é a situação das assim chamadas famílias monoparentais na UE. Destas, um total de 36,9% são pobres e 26% das famílias tradicionais com três ou mais filhos são pobres, assim como também são pobres 25% dos cidadãos que habitam sozinhos. Já 14,9% das famílias tradicionais com dois filhos são pobres e 11,3% dos casais sem filhos são pobres. Face a esta situação calamitosa, não é minimamente de surpreender que os cidadãos da "poderosa" UE tenham cada vez menos ou nenhuns filhos. A Europa está a morrer de velha, mas parece que poucos se preocupam seriamente com isso.
A pobreza é, por definição, uma besta humilhante. Ora, tal humilhação até se afigurava suportável se existissem razões e justificações para tal, coisa que não acontece de forma alguma. O que acontece, ao invés, é que a UE está literalmente sequestrada por uma elite que vive na alta luxúria e que não é capaz de "ver um palmo diante do nariz". (...)

Moldávia é o próximo campo de baalha entre a Rússia e a UE

por A-24, em 08.12.14
Via The Moscow Times


Foi por um triz. Depois de uma campanha eleitoral amargo que opôs partidos pró-europeus contra um pró-russo Partido Socialista bem financiada, moldavos optou por um percurso europeu nas eleições parlamentares em 30 de novembro Os resultados mostraram um país dividido entre se aproximando para a Europa ou para Rússia.
Os liberais democratas, o Partido Democrata e do Partido Liberal, juntos, conquistaram 45,5 por cento, ou 54 lugares, do parlamento. Partindo do princípio que eles podem acabar com a reputação de brigas e corrupção que muitas vezes era a marca registrada no governo ao longo dos últimos cinco anos, eles vão formar próxima coligação na Moldávia.
Não vai ser um passeio fácil para eles. O partido radical-esquerda dos Socialistas, liderado por Igor Dodon e firmemente apoiada pelo presidente Vladimir Putin, ganhou com 21 por cento dos votos, tornando-se o maior partido político do país.

O embaixador da Rússia na Moldávia, Farit Mukhametshin, não escondeu a sua satisfação acerca da ascensão meteórica do partido. Ele visitou a sede dos socialistas em 2 de dezembro e esbanjou felicitações e elogios sobre a sua liderança. Junto com os comunistas, que ganhou 18 por cento dos votos, os partidos de esquerda e anti-europeus terão agora 44 assentos num parlamento de 101 membros.
Não é de admirar, então, que o resultado da eleição vai testar o compromisso da União Europeia a este pequeno e pobre país.
Como a Ucrânia, a Moldávia se tornou uma competição geo-estratégica entre Bruxelas e Moscovo. E, como a Ucrânia, a Rússia tem se determinado a não deixar o país escapar de sua influência. Como foi mostrado durante a campanha eleitoral, a Rússia vai tentar usar a sua versão do soft power para continuar a se intrometer na Moldávia.
Na verdade, o que o resultado das eleições na Moldávia mostrou foi as diferenças entre as ferramentas de soft power utilizados pela UE e os utilizados pela Rússia.
A UE orgulha-se de seu poder de persuasão, que consiste, entre outras coisas, de ajudar a construir o Estado de direito, a concessão de assistência financeira e ajuda ao desenvolvimento, e estendendo-se tarifas de comércio preferencial. No caso da Moldávia, é a própria atratividade da UE, que se manteve um ímã para a maioria dos 3,5 milhões de habitantes do país.
Não é apenas sobre os instrumentos de soft power do comércio. É o simples fato de trazer Moldova mais perto da Europa - por exemplo, permitindo a isenção de visto, que foi recentemente concedido a moldavos.
Este tipo de soft power não deve ser subestimado. Quando os cidadãos da vizinha Roménia - um membro da UE - foi dado o direito de trabalhar em qualquer lugar nos países da UE, o impacto sobre os jovens, em particular, foi surpreendente.

Foram eles que durante a eleição presidencial do mês passado na Roménia estiveram horas nafora de suas embaixadas em Londres, Paris, Berlim e Madrid para votar. Foram eles, juntamente com a geração mais jovem de volta para casa, que decidiu que queria um novo rumo para o seu país. Eles votaram a favor da etnia alemã-romeno, Klaus Iohannis.
Este prefeito não-carismático de Sibiu, Transilvânia, fez da luta contra a corrupção e a necessidade de transparência a sua batalha eleitoral chora. Depois de quase 25 anos de desgoverno, corrupção desenfreada e as elites políticas cínicas que levou o eleitorado como um dado adquirido, a vitória Iohannis "poderia agora regenerar política romena.
Em suma, a mudança na Roménia não poderia ter acontecido sem a exposição de uma geração mais jovem a trabalhar e estudar nos países da UE. Este é provavelmente um dos aspectos mais importantes da UE de soft power. Moldavos estão experimentando agora a oportunidade de comparar as estruturas políticas e sociais de poder.
Próprio soft power da Rússia, que utilizou durante a campanha eleitoral de Moldova, é completamente diferente. Além do fato de que a Rússia apoiou o Partido bem oleada de máquina socialistas, ea Rússia tem enormes meios à sua disposição para influenciar os meios de comunicação, tanto em países não membros da UE e da UE, o poder brando da Rússia na Moldávia, também foi baseada em ameaças e intromissão.
A Moldávia já tenha sido sujeita a um extraordinário grau de chantagem e ameaças por parte da Rússia. Pouco antes  de a Moldávia assinar um acordo de associação da UE em Vilnius mais de um ano atrás, a Rússia lançou uma violenta campanha contra a UE na Moldávia. Ele também ameaçou impor vários tipos de embargos comerciais em um país que tem sido fortemente dependente da Rússia para a sua energia, do comércio e do mercado de trabalho dos trabalhadores migrantes.
A pressão aumentou após a assinatura e posterior ratificação do acordo entre a UE, a Rússia, desde então, proibiu a importação de vinhos, carne e legumes. A Rússia também ameaçou cortar o abastecimento de energia e impedir os trabalhadores migrantes da Moldávia de entrar na Rússia.
Intromissão da Rússia na Moldávia aumentou de outra maneira também. Não é apenas na região da autoproclamada república de Transdnestr onde durante vários anos líderes apoiados pelos russos têm vindo a tentar romper com a Moldávia.
A Rússia está se intrometendo na região de Gagauzia, sudeste do Moldova, que é o lar de 200 mil habitantes de língua turca. A comunidade tem se tornado cada vez mais pró-russoa como o Kremlin apoia abertamente os seus pedidos de mais autonomia, se não a independência da Moldávia.
O governo em Chisinau poderia ter um grande movimento separatista em suas mãos, apoiado pela Rússia. Em um referendo realizado entre a minoria Gagauz em fevereiro passado, 98 por cento votaram contra a aproximação da Moldávia com a UE e 92 por cento apoiaram a Moldávia se juntar à União Aduaneira liderada pela Rússia.
Carregado com as distrações de um conflito congelado em Transdnestr, o apoio da Rússia para a Gagauz e embargos econômicos de Moscovo, o governo de entrada da Moldávia será duramente pressionado para combater a corrupção e introduzir reformas de longo atraso. Não fazê-lo poderia reivindicar versão russa do soft power.

@google.translate

David Cameron e a Imigração

por A-24, em 01.12.14
David Cameron via facebook

We have always been an open nation, welcoming those who want to make a contribution and build a decent life for themselves and their families.
But people have understandably become frustrated.
They want Government to have control over the numbers of people coming here and the circumstances in which they come. And yet in recent years, it has become clear that successive Governments have lacked that control.
So my objective is simple: to make our immigration system fairer, and reduce the current exceptionally high level of migration from within the EU into the UK.
First, we want to create the toughest system in the EU for dealing with abuse of free movement. This includes stronger powers to deport criminals and stop them coming back.
Second, EU migrants should have a job offer before they come here - and UK taxpayers will not support them if they don't. And if an EU jobseeker has not found work within six months, they will be required to leave.
Third, we want to reduce the number of EU workers coming to the UK - so in the future, they won't get benefits or social housing from Britain unless they have been here for at least four years.
This is an issue which matters to the British people, and to our future in the European Union.
If I am elected as Prime Minister in May, I will negotiate to reform the European Union, and Britain's relationship with it. This issue of free movement will be a key part of that negotiation.
If I succeed, I will campaign to keep this country in a reformed EU. If we cannot put our relationship with the EU on a better footing, then of course I rule nothing out.
I want to know what you think about this important issue. Please leave a comment below and have your say.

Deflação à vista – «Japanização» da Europa?

por A-24, em 13.11.14
Paul Krugman compara a crise actual europeia àquela que atingiu o Japão entre 1990 e 2012 e acusa os países da zona euro de nada terem aprendido com a experiência que lançou os nipónicos numa grave crise de deflação, a partir do fim da década de 90. 


Afirma que, com as actuais políticas de austeridade, «o Ocidente mergulhou num marasmo semelhante ao do Japão, mas pior», pergunta «por que é que o Ocidente, com todos os seus reputados economistas (...) chega a uma situação caótica, ainda pior do que a que o Japão viveu» e acrescenta: «O banco central japonês nunca fez nada tão aberrante como o banco central europeu que aumentou as taxas em 2011, contribuindo para lançar a Europa na recessão». 

Paul Krugman nada optimista, portanto, acerca do perigo deflacionista que espreita em várias esquinas deste velho continente.

Referendo Escocês: Lições para a União Europeia

por A-24, em 06.10.14
A Batalha


Nos últimos anos a União Europeia tem vivido uma crise existencial e de identidade. À medida que a crise financeira estado-unidense se espalhou atingindo não só o sistema financeiro europeu mas também, inevitavelmente, as esferas pública e privada da economia de determinados Estados-Membros, assistimos a um acentuar da lógica intergovernamental na governação europeia. Este facto deve-se, em grande medida, a uma perda pronunciada de confiança entre os países pertencentes à União Europeia, o que levou a que os mesmos abdicassem (temporariamente?) do método comunitário de integração, conduzido pela Comissão Europeia. Um dos exemplos desta circunstância é a celebração de acordos entre os Estados Membros, à luz do direito internacional, mas à margem do direito da União apesar de compatíveis com os seus princípios, como o Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária (vulgo Tratado Orçamental).
Por outro lado, é interessante verificar que, ao mesmo tempo que a globalização é uma certeza, surgem variadíssimos exemplos de manifestações de vontade separatistas e/ou isolacionistas. Efectivamente, nos dias de hoje empresários de todos os países concorrem entre si por uma maior quota de mercado internacional, por forma a colocar os seus produtos no estrangeiro. Porém, os espíritos nacionalistas em certas regiões agitam-se, particularmente na Europa – vejam-se os casos da Catalunha, do País Basco, do norte italiano e da Escócia – os quais terão razões que a própria razão desconhece, ou seja, haverá uma componente avassaladoramente emocional e não racional.
O exemplo mais recente destes nacionalismos emergentes verificou-se com o referendo ocorrido na Escócia, em que o povo escocês foi chamado a decidir se se pretendia tornar independente do Reino Unido. O “Não” acabou por vencer e a secessão não aconteceu. Porém, este acontecimento acarretará necessárias consequências para a estrutura constitucional dos quatro países integrantes do reino de sua Majestade. De facto, a campanha que antecedeu o acto eleitoral originou um invulgar consenso entre os partidos Conservador, Liberal e Trabalhista em torno da necessidade de reorganização, reequilibrando a distribuição de poderes entre Londres e as restantes capitais. Por fim, a frase “I beg you to stay”, proferida por David Cameron, leva a concluir que porventura o centro necessite mais da periferia do que o inverso.
A questão a colocar é a de saber em que medida é possível retirar destes acontecimentos político e democrático algumas lições para o futuro da integração europeia. De facto, parece paradoxal que em Bruxelas se pretenda avançar para uma maior integração vertical (no sentido institucional), no preciso momento em que tantas tensões nacionalistas existem e se têm tornado explícitas. Deste modo, é preciso ter em atenção que o referendo escocês colocou em evidência a verdadeira essência de uma Federação: a necessidade do respeito pelas idiossincrasias, pela diferença e pelas particulares necessidades de cada Estado-Federado. Só desta forma se explica que os três partidos políticos supracitados se tenham comprometido a efectuar uma revisão dos poderes detidos centralmente, por forma a que se realize uma descentralização efectiva, devolvendo atribuições aos parlamentos de cada Estado-Nação que compõe o Reino Unido.
Assim, esta é a verdadeira lição que o referendo na Escócia aporta para a integração europeia. Apesar dos aspectos sócio-económicos positivos que militam a favor da pertença de um país à União Europeia em geral, bem como à zona euro em particular, e de se tentar prosseguir uma maior integração entre os países em benefício, desde logo, do comércio intra-europeu, é necessário assegurar um equilíbrio na distribuição de poderes que seja capaz de assegurar que os desejos e anseios específicos de cada população sejam atendidos.
Ao contrário do que tem sido referido na comunicação social, este referendo não terá sido um aviso à União Europeia, no sentido de esta não prosseguir com o processo de integração vertical de competências constitucionais. Na verdade, ambas as realidades são perfeitamente compagináveis e coabitáveis, porquanto o Federalismo é o sistema de organização política em melhores condições de assegurar a eficácia do princípio da subsidiariedade e a representatividade dos Estados mais pequenos.

Suiça prepara-se para o fim da União Europeia?

por A-24, em 22.07.14
Via Marxismo-Cultural


O Exército Suíço está a preparar planos de contingência para a ocorrência de agitação violenta por toda a Europa. Uma nação mais conhecida pelos seus bancos, relógios e chocolates, teme um influxo maciço de refugiados Europeus num futuro próximo. Em Setembro último as forças militares Suíças levaram a cabo exercícios com o nome de'Stabilo Due', que incluía cenários envolvendo instabilidade violenta por toda a Europa.
A Suiça tem mantido uma posição abertamente neutra há décadas, havendo também recusado fazer parte da zona euro quando lhe foi apresentada essa oportunidade.
O maior receio de Berna é provavelmente a desorganização dos exércitos das nações vizinhas que se seguiria à instabilidade geral; a crise da zona euro e a severas medidas de austeridade dentro da União Europeia estão a forçar os estados-membros a cortar de modo significativo nos orçamentos dos seus militares. Se os protestos se continuarem a alastrar por toda a Europa, as forças polícias e as forças armadas locais podem-se revelar mal preparadas para conter os tumultos.
O ministro de Defesa Suíço Ueli Maurer afirmou:
Não coloco de parte que venhamos a precisar do exército nos próximos anos.

O Ministério de Defesa Suíço avançou com as medidas que visam modernizar o exército do seu país, apesar da oposição política. Com o seu orçamento multi-bilionário e com um exército composto por 200,000 soldados, o país tem também planos de comprar caças‘Saab Gripen’. John R. Schindler, professor de assuntos em torno da segurança nacional na "US Naval College" escreveu um artigo para o site da "XX Committee"onde se lê:
O Ministro Maurer, fazendo-se acompanhar sussurradores provenientes da liderença mal informada na Suiça, está a tentar sensibilizar a nação para o facto da crise fiscal Europeia . . . poder vir a ser muito pouco agradável.
O Chefe das Forças Armadas Suiças, o Tenente-General André Blattmann, revelou também planos para colocar quatro batalhões adicionais de forças militares (1,600 soldados) para proteger os pontos estratégicos por todo o país. Espera-se queBlattmann apresente o plano em Dezembro.
O professor Schindler prevê que, "se o próximo Anders Brievik viesse a atacar muçulmanos, e não Europeus, as coisas poderiam ficar feias duma forma inimaginável," o que poderia dar início a levantamentos muçulmanos por toda a Europa.
No entanto, a Suiça encontra-se em oposição total às políticas multiculturais, um pensamento agora comum em outros países Europeus. Em 2009 a Suiça aprovou um referendo nacional banindo a construção de minaretes islâmicos. E embora a crise económica global tenha forçado as nações Europeias a fazer cortes nas suas forças militares, a Suiça tem mantido níveis relativamente consistentes de gastos com a defesa militar.


* * * * * * *
Uma vez que a guerra civil se aproxima da Europa, os Suíços estão mais do que correctos em manter o seu exército pronto. Nenhuma nação sobrevive por muito tempo quando ela fragiliza uma dos meios de proteger a sua soberania.

...

por A-24, em 14.07.14
Isabel Frihetsdottir

Se os europeus, que pagaram dos seus impostos para os fundos comunitários que entraram em Portugal, fizessem uma ideia aproximada como o dinheiro deles foi gasto, em que foi gasto, e para onde 50% do dinheiro foi ...... eram eles que viriam a Portugal pôr o Aníbal e Co. na forca.

Os portugueses tomam isto como algo irreversível, como destino. Na realidade, estão de mãos atadas, visto que o sistema está muito bem desenhado para safar os ladrões e entalar os contribuintes.
Como diz o outro, só a primeira geração cheira mal ... e esta geração de abrileiros, meu deus, é pior que parasitas. É um colossal descalabro.

Qual o futuro da União Euro-Asiática

por A-24, em 06.06.14
José Milhazes

Na quinta-feira, os presidentes da Bielorrússia, Cazaquistão e Rússia: Alexandre Lukachenko, Nussultan Nazarbaev e Vladimir Putin, assinaram o tratado de criação da União Económica Eurasiática (UEE), que eles próprios classificaram de “acontecimento epocal”.
Claro que a ideia predominante entre os analistas políticos russos consiste em que a criação da UEE tem como objectivo a formação de um contrapeso à União Europeia, ou mais precisamente, uma organização que visa travar o alargamento da UE a países da antiga URSS, bem como reforçar a influência russa no “estrangeiro próximo”.
Os dirigentes dos países membros da UEE sublinham que esta é organização é puramente económica, mas alguns analistas consideram que esta pode ser também um contrapeso à NATO no mundo pós-soviético.
Vladimir Putin, Nussultan Nazarbaev e Alexandre Lukachenko 
O futuro mostrará se a Rússia, enquanto motor deste processo de integração, conseguirá realizar esses objectivos ou se o destino da UEE não será mais um análogo a organizações semelhantes como a amorfa Comunidade de Estados Independentes.
Importante, agora, é analisar os interesses de cada um dos membros da nova organização.
Moscovo pretende mostrar que não está sozinho, isolado depois da anexação da Crimeia e do apoio aos separatistas na Ucrânia.
“Trata-se de uma medida necessária: a Rússia, tendo como fundo os acontecimentos ucranianos, precisa de provar que ela não está sozinha”, considera Nikolai Bardul, redactor-chefe do jornal “Finansovaia gazeta”.
É de salientar que a actual crise na Ucrânia teve como uma das suas causas a oposição da Rússia à aproximação de Kiev à UE. Quando chegou a hora de assinar de o Acordo de Parceria com a União Europeia, Victor Ianukovitch recusou-se a fazê-lo por pressão de Moscovo, que se dispôs a conceder substantivos empréstimos financeiros à Ucrânia em troca do afastamento em relação a Bruxelas e da aproximação à futura UEE.
Porém, este não é o único motivo que leva o Kremlin a criar uma organização onde ele, por um lado, irá ser o principal protagonista, mas, por outro lado, irá ser o principal financiador, pois é evidente que a UEE não é uma aliança entre três parceiros iguais.
A Rússia tenciona também evitar o avanço económico impetuoso da China na Ásia Central. Vladimir Putin e a direcção russa não se cansa de publicitar a parceria estratégica entre Moscovo e Pequim, mas a realidade é bem mais pragmática.
São os interesses russo e chineses nem sempre coincidentes que levam Nussultan Nazarbaev a manobrar entre dois gigantes e a adesão do Cazaquistão à UEE parece ser uma forma de ele proteger o seu futuro político e a integridade territorial do seu país. Periodicamente, na Rússia elevam-se vozes que fazem lembrar a Nazarbaev que significativa parte do território do Cazaquistão (mais de um terço) pertenceu à Rússia e foi ilegalmente transferido do território dela pelos dirigentes comunistas. Essas vozes soaram no momento em que Moscovo, sob o mesmo pretexto, engoliu a Crimeia.
Além disso, o desenvolvimento dos acontecimentos no Afeganistão fazem recear uma onda de instabilidade que poderá provocar grandes dores de cabeça aos dirigentes dos países da Ásia Central. Se assim for, a Rússia deverá ir em ajuda para evitar que a “chama islâmica” entre no seu território.
Claro que a política russa na Ásia Central visa também enfraquecer a presença americana nessa região.
Quanto à Bielorrússia, Lukachenko garante a sua continuação no poder, bem como vai tentar continuar a ganhar com o processo de integração, nomeadamente, adquirindo petróleo e gás russos aos preços praticados no interior da Rússia. Depois, refina o petróleo e vende esse combustível e seus derivados à Europa a preços internacionais.
Além disso, o dirigente bielorrusso tem presente o exemplo da Ucrânia e não quer arriscar o seu cargo.
A Arménia é um dos países que já se encontra na lista de espera da UEE. Sob forte pressão da Rússia, Erevan renunciou à assinatura do acordo de parceria com a UE. Mais do que os interesses económicos, os dirigentes arménios orientam-se por interesses estratégicos. Eles receiam perder o apoio de Moscovo na luta por Nagorno Karabakh, enclave arménio no território do Azerbaijão. Baku, de tempos a tempos, recorda à comunidade mundial que poderá recuar à força para readquirir esse seu território.
O futuro mostrará se a UEE conseguirá transformar-se num núcleo de integração viável e duradouro.

O PREÇO DE FALAR ALTO SEM TER UM PAU PARA BATER

por A-24, em 01.06.14
Pacheco Pereira

É o preço que a União Europeia paga por pretender ter uma política externa, muitas vezes agressiva e aventureira, e depois, quando as coisas começam a aquecer, fica reduzida à sua inexistência militar. E claro, que quando as coisas efectivamente aquecem, como se passa hoje na Ucrânia e se passou no passado na Jugoslávia, lá vem os americanos, uma potência militar credível, tentar pôr na ordem as complicações que os europeus criam. 
A questão da Ucrânia chegou aqui, porque os europeus e os americanos foram irresponsáveis e atiçaram um conflito para que não tinham saída viável, e porque Putin é perigoso e não é de agora. Com o silêncio conveniente dos europeus, Putin ascendeu ao poder provocando uma segunda guerra na Chechénia para “vingar” a derrota da primeira, e no caminho violou todas as regras dos direitos humanos. A Europa fez de conta que não era com ela, como o fez na Geórgia, ou porque os separatistas chechenos eram um terreno para a Al Qaida, ou porque a Geórgia não valia o incómodo. Mas a Ucrânia é outra coisa. É demasiado importante, quer para os russos, quer para os vizinhos da Rússia, aqueles para quem vale mais ter melhor geografia do que uma “gloriosa história”. Infelizmente não tem, estão condenados à “gloriosa história”. E depois há o peso da história, ou melhor a sua leveza, que as opiniões públicas cada vez mais débeis na Europa permitem institucionalizar em governações que acabam por ser aventureiras e proclamatórias e depois são inconsequentes. Até ao momento em que a coisa começa a doer. Era tão bonito ver as barricadas de Kiev, a luta pela “liberdade” em Kiev, e ignorar que o governo resultante dessas barricadas não seria aceite pela parte leste do país. Os russos deitam gasolina no fogo, mas o fogo está lá antes da gasolina. 

Na segunda guerra mundial, a Ucrânia pagou caríssimo esse fogo como já tinha pago no período breve de independência na sequência da primeira guerra, seguida da vitória dos bolcheviques que obrigaram a Ucrânia a assinar o Tratado da União, que deu origem à URSS e depois varreram o campesinato “rico”, a intelligentsia e a Igreja com métodos terroristas, desde a fome às execuções em massa. O nacionalismo ucraniano, um dos mais radicais na história já de si excessiva do nacionalismo europeu, foi a componente do lado “perdido” da história de que ninguém quis saber até ao dia em que apareceu vitorioso nas barricadas de Kiev. E o país voltou a ser dois, como tinha sido durante a guerra, um lado que tinha estátuas a Stepan Bandera e outro que mantinha as de Lenine. E os ucranianos sabem de mais da sua própria história, desde a guerrilha antialemã na segunda guerra mundial, que provocou retaliações violentas nas aldeias ucranianas, ao papel da “polícia ucraniana” uma das que mais cruéis polícias colaboracionistas que fizeram o trabalho sujo para os alemães, como aconteceu também nos países bálticos. E, quando olhamos para o mapa da URSS, percebe-se bem que o peso duríssimo da invasão e ocupação alemã em profundidade, foi… na Ucrânia. 
Americanos poderosos, europeus impotentes e russos ambiciosos estão de novo a medir forças no território mártir da Ucrânia. É demasiado perigoso, até porque alguém vai ficar a perder. Para além dos ucranianos, claro.

Sete pessoas morreram em ataques terroristas na União Europeia em 2012

por A-24, em 31.05.14
Via Observador
Sete pessoas morreram no ano passado na União Europeia na sequência de ataques terroristas, menos dez do que no ano anterior. Esta é uma das conclusões que constam no relatório anual sobre terrorismo, divulgado esta quarta-feira pela Europol. “O terrorismo continua a ameaçar a segurança dos cidadãos e os interesses da União Europeia”, lê-se, com a guerra civil da Síria a fazer “crescer exponencialmente essa ameaça”.
Lee Rigby

Do total de 152 ataques reportados em 2013, quatro deles resultaram em sete vítimas mortais. Uma delas foi o soldado britânico Lee Rigby, de 25 anos, assassinado a 22 de maio nas proximidades de um quartel do Exército em Woolwich, sudeste de Londres, por dois cidadãos ingleses convertidos ao islamismo, que o atropelaram e esfaquearam repetidas vezes, alegadamente para vingar a morte de muçulmanos pelas forças armadas britânicas.
Outro caso tem a ver com uma série de ataques terroristas levados a cabo também no Reino Unido entre abril e julho, motivados pela ideologia da extrema-direita. Num dos casos, um cidadão ucraniano esfaqueou um reformado muçulmano, Mohammed Saleem, quando saía de uma mesquita e caminhava para casa. O atacante, identificado como Pavlo Lapshyn, detonou ainda bombas caseiras em três mesquitas na área de West Midlands. O ucraniano viria depois a dizer à polícia que os ataques foram motivados pelo ódio às pessoas não-brancas.
A 9 janeiro de 2013, três mulheres curdas foram assassinadas em Paris, por pertencerem ao Partido dos Trabalhadores Curdos e estarem ativamente envolvidas no financiamento da organização. E, a 1 de novembro, dois membros do partido neo-nazi grego Aurora Dourada foram mortos a tiro num ataque que foi reclamado pelo antigo grupo Forças Revolucionárias Militantes Populares – foram as primeiras vítimas mortais resultantes da atividade terrorista anarquista na Grécia desde 2010.