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A-24

O ar da Rússia cura a homossexualidade

por A-24, em 25.11.14
Não é só a democracia que está em regressão no mundo: é também a verdade, como se vê na Rússia de Putin.

Há uns anos que o actor Gérard Dépardieu faz parte, com o espião americano Edward Snowden, da pequena colecção de refugiados ocidentais reunida por Putin. Numas memórias recentes (Ça c’est fait comme ça), Depardieu descreveu a sua homossexualidade juvenil. O pormenor inspirou logo ao deputado Vitaly Milonov a tese de que terá sido o ar russo a “purificar” Depardieu de todos os vestígios de uma homossexualidade causada pela atmosfera de corrupção moral no Ocidente. Em qualquer lugar a oeste da Crimeia, Milonov nunca teria saído da franja alucinada das caixas de comentários anónimos. Na Rússia de Putin, é uma das estrelas da Rússia Unida, o maior partido russo e a base eleitoral do presidente. Foi ele, em 2012, com o apoio da igreja ortodoxa, quem promoveu a lei contra “propaganda homossexual” em São Petersburgo. Há dias, exigiu que o CEO da Apple fosse proibido de entrar na Rússia por ser gay confesso. Aparentemente, não o incomoda privar Tim Cook dos efeitos terapêuticos do ar russo.
Estes episódios são importantes para colocar na devida perspectiva a invasão russa do leste da Ucrânia, agora acompanhada por violações frequentes do espaço aéreo e marítimo ocidental. É porque está muito mais em causa do que as fronteiras europeias.
A nova tensão leste-oeste podia servir apenas para recordar que os governos russos não se conformam com a perda do império soviético. Mas à Rússia de Putin não basta ter um conflito de interesses com o Ocidente. O regime sente necessidade de mais: de se separar filosoficamente, moralmente dos ocidentais. Não voltou ao marxismo-leninismo (embora tenha reactivado várias lendas da propaganda soviética, como no caso do pacto entre Hitler e Estaline), mas não hesita em recorrer ao muro de homofobia com que muitos Estados procuram hoje diferenciar-se do Ocidente e barrar a sua influência.

Putin pôs a Rússia, como nos tempos soviéticos, a viver num universo paralelo, feito de mentiras e teorias da conspiração. Há uns meses, Mark Adomanis escreveu sobre a sua estranha experiência em Moscovo: mesmo gente instruída e sofisticada lhe repetia teorias que, num país como os EUA, os marcariam como lunáticos. O voo MH17? Obviamente abatido pela Nato. O atentado de 11 de Setembro? Claramente organizado pela maçonaria. A alternativa russa à Wikipedia, encomendada por Putin, será talvez o repositório completo desse mundo alternativo, onde nunca a Rússia interferiu na Ucrânia.
Dir-me-ão: todos mentem, lembre-se da invasão do Iraque. Há diferenças: uma América revista por Putin continuaria até hoje a negar que alguma vez tivesse invadido o Iraque em 2003, ou teria obviamente “encontrado” as armas de destruição maciça. Porque Putin não se limita a omitir ou a manipular. Mente sem limites, como só pode mentir um ditador plebiscitário que há quinze anos controla a administração, a justiça, a economia e a imprensa do seu país, perseguindo a oposição e a crítica. Um presidente americano está sujeito a escrutínio e a contraditório. Putin, não. Por exemplo: a população russa não quer tropas na Ucrânia. Ora, no mundo de Putin, isso não é problema, porque não há tropas russas na Ucrânia.

A Rússia é uma potência decadente, demográfica e economicamente. Isso, porém, pode apenas tornar o regime de Putin ainda mais dependente das audácias externas que lhe dão glória e justificam, em nome da defesa da Rússia, as suas brutalidades domésticas. A Rússia de Putin continuará assim, muito provavelmente, a dar para todos os peditórios anti-ocidentais e a ajudar de todas as maneiras a reverter a vaga de democracia da década de 1980. Para aqueles, do PCP em Portugal à Frente Nacional em França, que nunca se conformaram com o consenso democrático e liberal, Putin é hoje uma figura de culto. Tal como Putin, também eles sabem que a subversão da democracia começa na negação da verdade, na recusa da realidade, na denúncia do mundo como o produto de uma conspiração judaico-capitalista-homossexual-americana. Quando confrontou Vitaly Milonov durante uma reportagem em São Petersburgo, Stephen Fry disse-lhe na cara: “o senhor vive num mundo de fantasia”. Mas esse mundo de fantasia alastra à nossa volta.

Tim Cook reconheceu que era gay, mas, na Rússia, quem paga é Steve Jobs

por A-24, em 07.11.14
José Milhazes

Tim Cook, director executivo da empresa Apple, decidiu reconhecer publicamente a sua orientação sexual não tradicional. Nos nossos dias, nada de extraordinário, mas não na Rússia. Aqui, semelhante "ousadia" não poderia ficar sem consequências.
Porém, o mais extraordinário é quem paga a "factura" desse reconhecimento é, em primeiro lugar, o defunto Steve Jobs, ou melhor, um monumento que tinha sido erigido em honra do fundador da Apple em São Petersburgo. 
Depois de Steve Jobs falecer, no pátio do parque tecnológico da Universidade de Tecnologias de Informação e Óptica de São Petersburgo, foi decidido instalar um iPhone-4 de dois metros com um ecrã onde se podia ler a biografia de Jobs ou ver vídeos com as suas intervenções e discursos. Agora, "em cumprimento da lei da proibição da propaganda do homossexualismo entre menores", o holding "Zapadno-evropeisky finansovy soyuz", dono do dito parque, decidiu retirá-lo.
Segundo as palavras do chefe dessa empresa, Maxim Dolgopolov, "depois do reconhecimento de Tim Cook, o monumento ganhou um sentido ambíguo, inimigo da nossa cultura russa", é "propaganda pública da sodomia".
Além disso, Dolgopolov acrescentou que, quando decidiu levantar o monumento, não sabia que a Apple era "uma cobertura para operações da Agência Nacional de Segurança" norte-americana.
Vitali Milonov, deputado municipal de São Petersburgo e conhecido adversário ferrenho dos gays, apelou às empresas russas que fabriquem telemóveis, acrescentando que "limpo da sujidade do homossexualismo, o espírito da ciência russa arrancará as ervas daninhas que querem crescer no corpo alvo da moral social".
Quanto à possibilidade de Tim Cook visitar a Rússia, o deputado é ainda mais categórico: "Que nos pode trazer ele? O vírus ebola, a SIDA, gonorréia? Na terra deles, eles têm todas relações promíscuas. Proibir eternamente a entrada".
"Agora todos sabem que o Apple é fabricado por pederastas e a consciênciade cada um começa a mudar, ele [Tim Cook] tem talento. Trata-se de uma jogada política inteligente", frisa o deputado.

Da liberdade de expressão sexual do Japão

por A-24, em 17.07.14
Via Observador


Megumi Igarashi não era particularmente conhecida, mas a sua detenção chegou aos principais jornais japoneses - e levantou o debate sobre a perceção da sexualidade feminina naquele país.
Uma artista japonesa foi detida por difusão de conteúdos obscenos depois de, alegadamente, ter enviado um e-mail a 30 pessoas com imagens digitais que permitiam a quem as tivesse imprimir em 3D um modelo da sua vagina. As pessoas a quem Rokudenashiko, o pseudónimo da artista, enviou as imagens tinham apoiado uma campanha de crowdfunding que tinha como objetivo a criação de um caiaque com a forma da sua vagina – batizado como “pussy boat”.


(´-`).。oO(まんこ画像ならいくらでもどうぞだよ〜pic.twitter.com/47WZDBqFHT


— ろくでなし子 (@6d745) March 18, 2014

A artista, cujo nome real é Megumi Igarashi, foi detida com a acusação de violar uma lei japonesa que proíbe a difusão de conteúdos obscenos. “Não creio que isto seja obsceno”, terá dito Igarashi no momento da detenção, em Tóquio. Rokudenashiko, que tem 42 anos e se intitula uma “artista da vagina”, diz que o objetivo da sua arte é quebrar tabus sobre a genitália feminina na sociedade japonesa, tipicamente conservadora, na qual até a palavra ‘vagina’ é encarada com vergonha.
A lei que regula a difusão de obscenidades é a responsável pelo facto de ser proibido, nos meios de comunicação nipónicos, a reprodução de imagens de genitais humanos. Segundo explica Rokudenashiko no vídeo, terá sido esta proibição que a levou a fazer um primeiro molde dos seus órgãos genitais e, depois, a usá-lo como modelo da sua arte, entretanto replicada em múltiplos objetos: capas para iPhone, réplicas de campos de golfe, campos de batalhas, de Fukushima, colares e bonecos de super-heróis, entre outros.


(´-`).。oO(俺さん@ore004 塗装のガンダまん完成したよー\(^o^)/pic.twitter.com/PB7vvzeOnE


— ろくでなし子 (@6d745) June 21, 2014



@udbyotchan_23 ジオラまんはこちらになります。よろしくお願いいたします(*^◯^*) pic.twitter.com/Etw7akOx0V


— ろくでなし子 (@6d745) April 22, 2014

As diferentes peças que Igarashi produziu
Caso seja considerada culpada, Igarashi pode enfrentar uma pena de até dois anos de prisão ou uma multa de 2,5 milhões de ienes (cerca de 18 mil euros). Quando foi detida, relata a feminista Minori Kitahara, a artista viu a polícia apreender-lhe 20 obras de arte. “O Japão ainda é uma sociedade onde aqueles que tentam expressar a sexualidade feminina são reprimidos, enquanto a sexualidade masculina é excessivamente tolerada”, disse a ativista.
A detenção da artista foi largamente noticiada pelos meios de comunicação japoneses e gerou um debate sobre as leis de obscenidade do país. Segundo o correspondente da BBC no Japão, Mariko Oi, “as opiniões dividem-se” e um dos debates em curso é se os dados enviados por Igarashi podem ser considerados obscenos por si só ou se apenas depois de serem impressos é que se tornam passíveis de violar a lei. Por outro lado, debate-se porque é que as imagens vaginais são consideradas ofensivas enquanto as de pénis não o são. “Existem, por exemplo, festivais anuais no Japão”, lembra Mariko Oi, nos quais se utiliza “um gigantesco falo de madeira” e “doces em forma de pénis”.
Recentemente, o Japão tornou-se o último país da OCDE a proibir a posse de pornografia infantil de imagens reais, continuando, contudo, a permitir tal material em manga, o estilo tipicamente nipónico de desenhos animados. Na altura, a decisão foi muito contestada e, agora, está a ser novamente levantada,considerando alguns comentadores que a detenção de Igarashi é uma “hipocrisia” quando comparada com a manutenção de pornografia infantil animada.

A estupidificação da Europa

por A-24, em 30.03.14
Via Perspectivas

Na Bélgica, quem não é, hoje, favor da eutanásia livre e "à vontade do freguês", é considerado retrógrado, da direita, e/ou conservador — epítetos que são considerados sinónimos. Por este andar e por absurdo que seja, se se defender na Europa, um dia destes, a existência de campos de exterminação em massa para velhos e deficientes, quem for contra eles é democraticamente reaccionário, retrógrado e conservador. A História repete-se.

À medida que a esquerda radicaliza, o centro vai virando à esquerda que há vinte anos não era tão radical como é hoje. Na Europa, quem for defensor da vida humana intra-uterina é hoje considerado um troglodita pelas elites políticas (nacionais e internacionais) do leviatão europeu (leia-se, União Europeia), e a tal ponto que o "Papa ambíguo" toma posições relutantes e ambivalentes acerca do aborto.

"Troglodita" é hoje o superlativo absoluto simples de "conservador": é uma criatura que ainda habita na caverna de Platão — porque o europeu moderno, democrático, progressista e de vistas largas há muito tempo que viu a luz.
Até em Portugal, o "cota" socialista Manuel Alegre referiu-se a quem não concorda com o "casamento" gay e com a adopção de crianças por pares de invertidos como sendo um "conservador" no sentido de troglodita.
Depois, esta gente estranha que surjam fenómenos políticos como o da Front Nationale de Marine Le Pen.
É que o radicalismo de esquerda foi já tão longe na Europa que quem defenda hoje o aborto apenas e só até às 10 semanas de gravidez é considerado um "cota" moderado, um indivíduo do "centro político". À medida que a esquerda radicaliza, o centro vai virando à esquerda que há vinte anos não era tão radical como é hoje. Hoje, um indivíduo que se diga "do centro" político aproxima-se das posições políticas (na cultura) do Bloco de Esquerda do tempo da sua fundação.
Depois, esta gente vem dizer que a Front Nationale de Marine Le Pen é de "extrema-direita". Pudera! As pessoas não se dão conta de que o epíteto de "extrema-direita" surge em função do actual fenómeno de radicalização extrema à esquerda que aconteceu progressivamente na Europa nos últimos 15 anos.
Um dia destes, e por este "andar hegeliano", um indivíduo que defenda a vida humana intra-uterina será metido na prisão por ser de "extrema-direita". Em alguns países da Europa, pelo simples facto de se defender publicamente o casamento natural (entre um homem e uma mulher), já se pode ser levado a tribunal e condenado por "crime de ódio".
Em suma, a Front Nationale de Marine Le Pen é o que a elite política desta Europa merece. Não merecem outra coisa. Para radical, radical e meio.

Dos comentários valiosos - Acerca da opinião de Henrique Raposo no Expresso

por A-24, em 20.01.14

HR escreve direito por linhas tortuosas... o que um homem faz para não levar (tanta) “porrada”. 

Está tudo certo, menos a imagem estereotipada do pensamento esquerda-direita. Se entende a esquerda como coisa de seguidores de Marx, pois foram incansáveis perseguidores de homossexuais. Até em Portugal - segundo escreveu a insuspeita São José Lopes e conforme testemunhos de insuspeitas criaturas de esquerda - enquanto Salazar fechava os olhos à bichice que o cercava, no PCP a coisa era bota abaixo. 
Pegando nos argumentos, pode-se depreender que homossexualidade é coisa de esquerda e homofobia de direita. 
Sim, sei que não pensa assim - tomo-o como pessoa inteligente - mas escusava tantas cautelas. Claro que 400 padres são uma percentagem ínfima; mas bastaria que fosse 1, para indignação similar. 
A Revolução Francesa matou mais em 3 meses que a Santa Inquisição em vários séculos. No entanto, não vislumbro movimentos de maldizer da dita revolução. 
Penso que ser padre já deu o que tinha a dar. Pedófilo esperto deve passar-se para o islamismo. Aí, a criança sodomizada nada mais é que um mártir agradecido por tal dádiva. Aí também, o actual cidadão indignado com a igreja, cala fundo. Caso contrário, arrisca que o sodomizado seja ele

Via Expresso 

Gays e padres: a mesma desonestidade

por A-24, em 20.01.14
Henrique Monteiro

Sou amigo de padres, discuto teologia e história com uns, jogo à bola com outros. É por isso que conheço de perto o seu desgosto pelos pecados pedófilos de alguns membros do clero. E, já agora, também sinto o seu espanto em relação à popularidade do seguinte raciocínio: a pedofilia nasce do celibato, ui, ui, então não é óbvio? Como não têm cama, vingam-se nos putos; então não se vê logo o que é? Como não têm sexo, aquilo é o escape deles. Até o meu querido Arnaldo Jabor entrou nesta idiotice, usando para o efeito o arquétipo do mal-amado (desculpem o eufemismo): sufocado pelo prazer reprimido, martirizado pela presença decotada das mães dos alunos, o padre desforra-se nos lábios e demais carnes dos benjamins. Está na cara, não está? Não, não está. Por que razão um homem habituado à cama da mulher e da amante abusa da filha ou da sobrinha ou do sobrinho? Por que razão um padrasto, casado e devorador de ancas milficadas, abusa da enteada ou enteado? Por que razão o tio, primo ou amigo dos pais abusa das crianças num solitário domingo à tarde? Não, o celibato não é a causa da pedofilia. A pedofilia é uma perversão que não depende da ausência ou presença do cinto de castidade.


Se o padre é desumanizado desta forma pelas esquerdas, o gay sofre o mesmo tratamento à direita. As pessoas que se queixam da forma caricatural como os média retratam padres e cristãos são as mesmas pessoas que promovem uma visão caricatural e agressiva do gay. Se o padre é retratado como um Amaro perpétuo, o gay é desenhado como uma bichona irresponsável e, por isso, incapaz de ter uma família. Além de ser irresponsável, esta bichona é vista como uma entidade perversa, sexualmente perversa. A homossexualidade surge assim como uma perversão semelhante à pedofilia. Aliás, gay e pedófilo são sinónimos nesta visão das coisas. Ora, é esta equivalência moral que explica a recusa militante da coadopção ou adopção de crianças por homossexuais: em muitas cabeças, um gay a entrar num lar de crianças para adopção só pode ser uma imagem sexual, a raposa a entrar no galinheiro. Estas cabeças estão erradas. Tal como o celibato dos padres, a homossexualidade não é uma perversão sexual e não provoca pedofilia.

Esquerdas e direitas precisam de fazer uma coisa: parar de falar de uma Tolerância abstracta e exercer tolerância concreta (e cristã) em relação àquilo que desconhecem. Deixem o gay abstracto, o panisgas, a bichona ou até a irritante activista LGBT, e falem com pessoas que por acaso são homossexuais. Quando fizerem isso, talvez percebam o seguinte: tenho amigos gays que seriam melhores pais do que eu. Deixem o ideal-tipo queirosiano que têm nessa cabeça preguiçosa, falem com padres concretos e percebam que o celibato não é a causa da perversão de alguns padres. E, no final dessas conversas, talvez tenham a felicidade de descobrir outra coisa: um padre é um dos melhores amigos que um gajo pode ter.

O aborto e a coragem de Francisco I

por A-24, em 11.09.13
Henrique Raposo

Uma mulher italiana, Anna Romano, mantinha uma relação amorosa com um homem casado. Numa das incursões fora da cerca, o sujeito engravidou a Sra. Romano, que entrou em desespero. Estando sozinha, o que iria fazer com o bebé? O pai recusou de imediato ajudas e paternidades. Como sustentá-lo? Como lidar com o síndrome do bastardo? Apelando a muita fé, Anna enviou uma carta ao Papa, expondo o seu desespero e a possibilidade de aborto. Não esperava resposta, era só um desabafo teológico. Mas Anna foi tocada não pela graça, mas pela preocupação do Papa em relação a este problema. Francisco I pegou no telefone e ligou directamente para esta crente dividida entre a crença e a vidinha.


O que disse Francisco? Começou por acalmá-la com o expectável, calma, minha filha, o aborto é sempre um mal a evitar, um bebé é sempre "um sinal da Providência". Anna iluminou-se com o inesperado telefonema, "ele encheu-me o coração" e o aborto deixou de ser opção. Mas a mudança de agulhas não se deveu apenas ao espectável discurso da "Providência". Na conversa, Anna deixou claro que uma das causas da tristeza e da confusão estava no facto de não poder baptizar o seu bebé, uma vez que é divorciada, uma vez que seria mãe solteira de um bebé cujo pai estava casado com outra mulher. Por outras palavras, Anna estava com receio de ser ostracizada pela sua própria comunidade católica. E foi aqui que entrou em cena o golpe de asa de Francisco: o Papa não só explicou que o baptismo seria possível como até se ofereceu para ser padrinho da criança.

O caso não é um pormenor, porque ataca de frente uma das grandes hipocrisias dos católicos penteadinhos que se julgam donos da fé e da Igreja: de manhã, incitam as jovens a assumir a gravidez, reafirmando (e bem) uma posição contrária à banalização do aborto; à tarde, recusam baptizar as crianças das raparigas que recusaram o aborto, pois consideram ilegítimos bebés nascidos fora do casamento. A hipocrisia é tremenda. Uma rapariga solteira e pobre resiste ao aborto, tem a coragem para assumir a gravidez, mas depois é desprezada pelos penteadinhos da paróquia. Os padres recusam baptizar a criança e o rebanho penteadinho olha de lado para a "galdéria" e para o "bastardo". Tendo esta cena farisaica como pano de fundo, o exemplo de Francisco volta a encurtar a distância entre a Igreja e o verdadeiro espírito crístico. Jesus Cristo nunca abandonaria uma mulher com um filho nos braços. Não lhe recusaria a salvação nem a pertença ao rebanho.

Todas as violações são iguais, mas umas são mais iguais que outras

por A-24, em 06.09.13
Maria João Marques n'O Insurgente

O disparate anda em alta no que toca a violações. Há pouco tempo, lá no outro lado do mundo, tivemos um político eleito do Japão considerando uma necessidade de guerra as centenas de milhares de mulheres que os japoneses usaram como escravas sexuais durante a segunda guerra mundial. Um professor de direito chinês afirmou que violar uma prostituta era menos grave do que violar uma mulher que não se protitui, a propósito de um caso de violação de uma prostituta pelo filho de um alto oficial do Exército de Libertação Popular. E um político de Hong Kong sugeriu às senhoras do território que era melhor beberem menos álcool se quisessem evitar serem violadas. Uns tempos antes foram os militares do Egito fazendo testes de virgindade às meninas que protestavam, para que estas depois não os acusassem de violação (pelos vistos também só contam as violações a virgens).Coisas que só podem acontecer no exótico oriente, não é? Não. Ainda hoje, alertada por esta notícia do DN, descobri que um juíz e um procurador britânicos consideraram que um homem de 41 anos, coitadinho, tinha sido forçado a abusar de uma adolescente de 13 anos, que essa galdéria parecia muuuuuuito mais velha (14 ou 15 anos – ui, quase trintona) e era sexualmente experiente (já tinha sido abusada anteriormente, a sedutora peste). Sendo eu do sexo feminino, não percebo destas coisas, mas talvez faça parte das fantasias masculinas serem seduzidos por uma sensual adolescente, qual Lolita. No entanto, lá está, um tribunal não serve para juízes e procuradores publicitarem os seus preconceitos e, menos ainda, as suas fantasias.


E ainda trago para aqui uma questão que, parecendo que não, tem muito a ver com o que esta argumentação judicial e esta sentença revelam. É por ainda haver tanto digno senhor com este profundo desprezo pela mulheres, mesmo na moderna Europa, que se aceita com tanta naturalidade a forma como as mulheres muçulmanas são tratadas dentro das comunidades muçulmanas cá residentes. No fundo, têm uma grande inveja pela forma como os muçulmanos põem o mulherio na ordem. 

UMA PERSPECTIVA SOBRE OS QUADROS LEGAIS POSSÍVEIS NO QUADRO DO TRÁFICO E DA EXPLORAÇÃO NA PROSTITUIÇÃO

por A-24, em 03.09.13
Recuo a 5 de Maio de 1838: em Lisboa publica-se um edital que procura limitar a área de actuação das prostitutas, proibindo-as de habitar em casas «próximas de templos, passeios ou praças». Neste ano, é publicado o «Regulamento Policial e Sanitário para Obviar os Males Causados à Moral e à Saúde pela Prostituição Pública», criando uma classificação: a divisão das mulheres prostituídas em três categorias «segundo o seu luxo», assim como as casas de passe, «segundo a sua ostentação». Esta mesma dita categoria, que, ainda hoje é entendida como prostituição de luxo: a que resultaria de escolha, e a prostituição de rua, a que resultaria da necessidade. A partir de 1850 estabiliza-se um modelo um modelo burguês de vivência do quotidiano. Poucas terão sido as personagens sobre as quais tanto se escreveu a partir de meados do século XIX e até ao início do século XX como a prostituta. Elevada a musa, tema de poesia e música que ocupavam os tempos boémios cortesãos, ela era, simultaneamente, o símbolo da decadência moral, mas um mal necessário para suprir as necessidades afectivas e sexuais dos homens, principalmente daqueles com posses.Em Lisboa emitem-se regulamentos em 1858 e 1865, que servirão de modelo aos de outras cidades do país como Porto e Évora caracterizados pelas preocupações sanitárias e esforços de severa regulamentação da actividade prostitucional. Em 1900, o Regulamento Policial das Meretrizes da Cidade de Lisboa, determina no seu artigo 13º que «são consideradas meretrizes todas as mulheres que habitualmente e como modo de vida se entregam à prostituição. Denominam-se toleradas quando se acham inscritas no respectivo registo policial». E sempre, entregues ou matriculadas nas autoridades pelos seus proprietários – pais, maridos, irmãos mais velhos. A legislação e o discurso social transformam então estas mulheres em ameaças à estabilidade social e à moral pública, higienizando-se o discurso e as normas, submetendo estas mulheres a rigorosos controlos sanitários para evitar a propagação das doenças venéreas (daí a diferença entre as matriculadas e as que se encontravam em circulação) ao mesmo tempo que se regulamentava a dita «profissão», não para garantir quaisquer direitos a quem se prostitui, mas a saúde e o bom nome dos clientes.Com os anos do fascismo, com o empobrecimento brutal e a degradação generalizada das condições de vida, entre 1925 e 1928, em termos globais, o número de matriculadas aumenta mais de 15%. Em 1928, verifica-se que, os dois maiores centros urbanos do país, no seu conjunto, englobam cerca de 2/3 do total (Lisboa acima dos 40% e o Porto perto dos 25%), cidades onde a pobreza era mais aguda e onde o controlo era mais fácil, dado que, no interior, a matrícula era um estigma social e, como tal, evitada. 

Entre as razões adiantadas pelas mulheres prostituídas avultavam o abandono pelo amante e a miséria, embora em quase um terço dos casos a causa não fosse adiantada. Solteiras eram 94% e analfabetas 83%. Entre as que tinham ocupação profissional anterior, encontravam-se serviçais, domésticas e costureiras. Imperava, então, o discurso higienista, permitindo-se por decreto a prática da prostituição por maiores de 20 anos, em casas especificamente localizadas, desde que não causassem má vizinhança. Diz-se ter sido este, o primeiro passo neste processo: a remoção da sexualidade ilegítima dos espaços públicos. Em Itália, logo em 1923, a mando de Mussolini, a polícia ordenava a todas as prostitutas, incluindo praticantes “isoladas”, que transportassem um «passaporte especial com o registo dos seus exames vaginais de doenças venéreas.» E esta regulamentação, esta consideração da prostituição como profissão, como actividade comercial, como uma indústria, foi mesmo para o responsável das inspecções obrigatórias, Tovar de Lemos, algo que, afinal, tudo mudava para que tudo ficasse na mesma. Podemos ler na reflexão que abre o seu relatório de 1947: «Quanto à prostituição clandestina é extraordinário o número de raparigas que a exerce. Não se sabe hoje onde começa o que se pode chamar prostituição clandestina nem onde acaba. É difícil fixar os limites do que se pode chamar prostituição clandestina dentro do esbatido que vai desde a profissional que vive da prostituição 100% até à rapariga quase 100% honesta.» Nestas palavras com mais de 60 anos, revemos as tendências ditas modernistas dos dias de hoje, no que ao tráfico de mulheres e à prostituição diz respeito.São muitos os instrumentos internacionais e nacionais a que Portugal está vinculado: a Lei n.º 23/80, de 26 de Julho, que ratificou a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, a Resolução da Assembleia da República n.º 17/2002, de 8 de Março, que aprovou para a ratificação o Protocolo Opcional à Convenção sobre a eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, ratificado pelo Decreto do Presidente da República n.º 5/2002, de 8 de Março, bem como a Decisão-Quadro do Conselho, de 19 de Julho de 2002, relativa à luta contra o tráfico de seres humanos, ao considerar que este «constitui uma grave violação dos direitos humanos fundamentais e da dignidade humana e implica práticas cruéis, como a exploração e manipulação de pessoas vulneráveis, bem como a utilização de violência, ameaças, servidão por dívidas e coacção», sendo que o consentimento das vítimas é irrelevante.Já em 1993 a Conferência Mundial das Nações Unidas sobre os direitos humanos afirmou, na Declaração e Plataforma de Acção de Viena que «Os direitos humanos das mulheres e das meninas são inalienáveis, integrais e são uma parte indivisível dos direitos humanos universais.» «A violência baseada no sexo e todas as formas de perseguição e exploração sexual, incluindo aquelas resultantes de preconceitos culturais e tráfico internacional são incompatíveis com a dignidade e valor da pessoa humana e devem ser eliminados.» Não obstante, a United Nations Office on Drugs and Crime estima que mais de 2,4 milhões de pessoas são actualmente vítimas de tráfico para fins comerciais. Segundo o relatório Global Report on Trafficking in Persons, de Fevereiro de 2009, a exploração sexual assume-se como a forma mais relatada de tráfico, com 79% dos casos. De acordo com a OIT, a exploração sexual é de 63% nas economias industrializadas, sendo que Portugal é um país de destino, origem e passagem de vítimas de tráfico.E Portugal tem vindo a ser sistematicamente descrito em vários relatórios internacionais, como é o caso dos relatórios anuais do US Department of State, como um país que apenas cumpre os requisitos mínimos no combate ao tráfico, baseando-se mesmo em dados transmitidos por entidades governamentais portuguesas que, em muitas situações, não retratam, minimamente, a realidade portuguesa.Assim, publicados que foram os dois Planos Nacionais contra o Tráfico de Seres Humanos e instituído o seu Observatório, que tem vindo a desenvolver um meritório trabalho de sensibilização, estudo e divulgação desta realidade, podemos ler no 2º Relatório Anual que durante 2010 foram realizadas 3.048 acções de combate à imigração ilegal e tráfico de pessoas, tendo existido um total de 28 crimes de tráfico registados por autoridades policiais: 6 crimes registados pela GNR, 5 crimes registados pela PSP, 8 crimes registados pelo SEF e 9 crimes registados pela PJ. Números que, certa e infelizmente, estarão aquém do real.Através dos órgãos de polícia criminal e de organizações não governamentais e internacionais, foram registadas durante 2010 um total de 86 vítimas: 22 vítimas confirmadas como vítimas de tráfico de pessoas; 5 vítimas sinalizadas ainda em investigação, 29 vítimas não confirmadas porque consideradas como vítimas de outros ilícitos que não o tráfico de pessoas. A exploração sexual e laboral continua a figurar como o principal «destino» das pessoas traficadas.O problema da prostituição assume particular importância na agenda política, por força do recrudescimento da tentativa de regulamentação da prostituição por parte das ditas “trabalhadoras do sexo” e dos proxenetas, como actividade económica, como profissão. Esta ofensiva pretende criar as condições para que os proxenetas sejam considerados parceiros económicos dos Estados e os clientes legítimos consumidores a quem se atribui, como um direito, a utilização de uma pessoa.

Na Europa, temos quatro linhas orientadoras, quatro correntes, relativamente aos quadros legais: - O abolicionismo: a prostituição não é proibida. Contudo, o lenocínio é criminalizado – República Checa, Polónia, Eslováquia, Eslovénia, Portugal, Espanha.- O neo-abolicionismo: a prostituição não é proibida, contudo, o Estado proíbe a existência de bordéis – Bélgica, Chipre, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Itália, Luxemburgo. -O proibicionismo: a prostituição é proibida, havendo sanções penais para os intervenientes – Irlanda, Lituânia, Malta, Suécia. - A regulamentação: a prostituição é regulamentada e, como tal, não é proibida desde que exercida segundo as regras estabelecidas – Áustria, Alemanha, Grécia, Holanda, Letónia, Reino Unido.Nos países onde a prostituição está regulamentada, pode afirmar-se que o tráfico de pessoas aumentou e que a prostituição é fundamentalmente exercida pelas vítimas de tráfico.Um levantamento feito pelo Grupo de Budapeste atesta que 80% das mulheres dos bordéis da Holanda são traficadas de outros países. Já em 94, a Organização Internacional das Migrações declarava que na Holanda perto de 70% das mulheres traficadas eram oriundas dos países da Europa Central e do Leste Europeu. A prostituição infantil terá aumentado de 5000 crianças em 95 para 15000 em 2001. Em toda a Europa o tráfico e a exploração na prostituição não param de aumentar. Em Portugal, um estudo de 2005 sobre a prostituição em clubes afirma que a percentagem de portuguesas é de 15%, de brasileiras é de 62%, de colombianas é de 8% e de africanas é de 12%. Um relatório da Unicef afirma que de 95 a 2005 foram traficadas 100.000 mulheres e raparigas albanesas para a Europa Ocidental e outros países balcânicos. Documentos da Unicef e da “Salvem as Crianças” revelam que «até 80 por cento das mulheres traficadas de alguns cantos da Albânia e da Moldávia são crianças, com relatos que mostram uma diminuição da idade média das crianças/mulheres que são traficadas para a prostituição.» Milhões de raparigas e jovens foram escravizadas e roubadas das suas vidas de modo a que os investidores na chamada indústria do sexo possam acumular cada vez mais capital e serem considerados empresários. Empresários da vida humana e da dignidade, em Estados que patrocinam a escravatura e a exploração dando-lhe corpo legal.Noutros países, contudo, o caminho é outro. Na Argentina, a 6 de Julho de 2011 foi publicado um decreto que proíbe a publicidade de ofertas sexuais nos órgãos de comunicação social do país. 

Em Espanha, a 19 de Julho 2010 foi apresentada uma Proposta de Resolução a instar o Governo a não subsidiar, nem realizar publicidade institucional nos grupos de comunicação social que realizam publicidade a serviços de prostituição. Em 2010, o Parlamento espanhol tinha já aprovado, por unanimidade, uma resolução que defendia o fim dos anúncios da prostituição na imprensa.Em Portugal, faz-se caminho para a abertura à consideração da prostituição como profissão. Sem uma posição claramente assumida pelos sucessivos Governos, são apoiados e financiados projectos que utilizam a denominação “trabalhadores do sexo” e cresce a banalização desta expressão. Multiplicam-se as conferências e seminários que apontam a profissionalização como a solução legal, sem cuidar sequer de uma análise fina à legislação já existente. Entendemos, no MDM, que o caminho da profissionalização não vai resolver o problema essencial, que é motivo do recurso à prostituição: a falta de meios para sobreviver ou para viver com dignidade.O que hoje dispomos no quadro jurídico português está demasiado judicializado: as vítimas de tráfico – e apenas as de tráfico internacional dado que o tráfico doméstico não tem tratamento penal autónomo – são identificadas pelo Guia Único de Recursos que, não obstante poder ser utilizado por associações, obriga à remissão às autoridades policiais, o que afasta, à partida, as potenciais vítimas de tráfico com medo de repatriamento. Os 60 dias de reflexão revelam-se insuficientes para o encontro de alternativas reais para as pessoas traficadas e o sistema público de Segurança Social, de Saúde e de Justiça está longe de garantir o acesso universal e o apoio necessário às vítimas de tráfico e às mulheres prostituídas. Soluções jurídicas e de protecção social são urgentes numa perspectiva de acção integrada direccionada à dignidade das mulheres e de todas as vítimas de tráfico, envolvendo a adequada protecção social, apoio médico e medicamentoso, protecção judiciária, nomeadamente com a concessão imediata de apoio jurídico, e condições reais de emancipação.Tudo isto a par de uma protecção que, ao invés de revitimizar pessoas traficadas lhes conceda um efectivo estatuto de vítima, permitindo a sua permanência em Portugal até que esteja assegurada a sua segurança e liberdade e um novo quadro jurídico-penal que proteja as mulheres, crianças e homens que, não sendo vítimas de tráfico, sejam explorados na prostituição, penalizando severamente quem, desta forma, mercantiliza o corpo humano e com ele cria o seu lucro e o seu rendimento.São notáveis e clarificadores os resultados de um estudo de Julho de 2011 denominado Comparing Sex Buyers and Non-Sex Buyers, que nos dá, em discurso directo, o pensamento dos clientes, na sua maioria homens: «És o patrão, o patrão total», «Até nós, homens normais queremos dizer alguma coisa e fazê-lo sem que nos façam perguntas. (…) Obediência inquestionável. Quero dizer que é poderoso. O poder é como uma droga.»ou mesmo «Podes encontrar uma prostituta para qualquer tipo de necessidade – espancamento, asfixia, sexo agressivo para além daquilo que a tua namorada faria». (para dar tempo ao diapositivo)É este o nosso grande desafio. Pensar esta realidade. Agir sobre ela. E essencialmente criar um quadro legislativo e social que proteja quem tem que ser protegido: não os proxenetas, não os traficantes, não a moral pública e os bons costumes, mas toda e qualquer pessoa que, por necessidade, seja explorada na prostituição. E enquanto existir uma mulher, uma criança, um homem nesta situação, o nosso trabalho não estará findo.Porque não podemos admitir viver numa sociedade em que se regulamente a escravatura, a exploração. E enquanto uma só pessoa seja explorada e se vê obrigada a vender o seu corpo, o seu afecto, não podemos, porque somos humanistas, considerar que essa pessoa escolheu esta profissão. Como se dizia na Associação O Ninho, em França, «o que choca não é o sexo. É o dinheiro.». É o aceitar sob capas de modernidade que é digno, que é uma escolha, vendermo-nos. Comprarmos alguém. Que chegámos aos idos de outros tempos, onde cada um de nós tem um valor de mercado.Para o MDM, a vida, a dignidade não tem preço.

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Mulher para casar: "700 parceiros sexuais em 48 horas"

por A-24, em 26.08.13
Diana Ramos, a super-ninfomaníaca conhecida por bater o recorde de ter feito sexo com mais de 700 homens em apenas 48 horas, está em Portugal e será a grande atracção da 3.ª edição do Eros – Salão Erótico do Porto. No dia seguinte ao seu feito, a brasileira diz que nem conseguia andar.

– Como foi ter relações com 700 homens em 48 horas?
– Foram só 700? Pensei que tinham sido mais de mil. Mas foi um grande orgulho. Gostava de repetir de novo, pois não tive nenhuma dor. 


– E no dia seguinte como estava?
– Não me consegui levantar o dia todo. Não era capaz de andar, mas não me arrependo. Adorei, não queria parar. Alguns dos homens até ficavam admirados comigo. Aguento tudo. 

– E não se alimentou?
– Não. Não tinha vontade de beber nem comer. Isso é de uma pessoa preguiçosa. Quando começo vou até ao fim. 

– Conseguiu com todos?
– Sim, todos. Sou como um animal selvagem. 

– Com que tipo de homens manteve relações?
– Fizeram um casting e foram seleccionados. Eles já sabiam do que se tratava e estavam dispostos a ajudar-me a bater um recorde. Vinham em grupos de dez.

– É viciada em sexo?
– Adoro sexo, não sei viver sem ele. Todos os dias tenho de fazer amor. É uma necessidade fundamental. Se pudesse, partia a cama todos os dias.

– Já teve alguma experiência com portugueses?
– Nunca, mas adorava. Quero provar. São belos e parecem quentes.

– O que promete fazer no Eros?
– Bater um novo recorde, com homens ou mulheres, não me importo. Queria chegar aos dois mil em 48 horas e sei que vou conseguir.


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Algumas feministas ficam irritadinhas quando os homens justificadamente fazem uma divisão entre as mulheres para casar e as mulheres que não são para casar. Ficam aqui umas perguntas para essas feministas:


* Esta mulher, que teve 700 (!) parceiros sexuais em 48 horas (fora aqueles que ela teve durante os restantes 35 anos da sua vida) , tem o mesmo valor marital que uma mulher que nunca teve qualquer relação sexual?


* Se por acaso algum homem se interessar por esta mulher (Deus o livre!), deve ele levar em consideração seu passado sexual? Ou levar em conta o seu horrível passado sexual é "machismo" e "ofensivo" para as mulheres?


Acho que a resposta é auto-evidente.


Avaliar o passado sexual duma mulher é uma forma mais do que válida de projectar que tipo de pessoa ela vai ser durante o casamento. O mesmo pode ser dito com o passado sexual do homem. O problema é que a maior parte das mulheres não vê o passado sexual do homem como o homem vê o passado sexual da mulher. Até aqui, tudo bem, visto que o homem e a mulher são diferentes. 


Os problemas começam quando as mulheres querem que os homens avaliem o passado sexual da mulher da mesma forma que as mulheres avaliam o passado sexual do homem.


Isso nunca vai acontecer porque a rejeição que o homem tem por mulheres promíscuas faz parte da sua psicologia masculina (isto é, não é nada que ele tenha o poder para mudar). Isto implica que por mais pressão social que as feministas façam - por mais "shamming" que elas imponham sobre os homens que dão preferência às mulheres castas - não vai haver altura alguma da História da Humanidade onde os homens coloquem a mulher casta e a mulher promíscua ao mesmo nível *marital* (isto é, para casar).

Obviamente que isto não é uma forma de "controlar o comportamento das mulheres", mas sim de não permitir que as escolhas dos homens sejam condicionadas de uma forma anti-natural pelo comportamento das mulheres.


Resumindo, as mulheres são livres para viver como elas querem, tal como os homens são livres para dar preferência *matrimonial* às mulheres castas. O homem não pode impor a sua moral sexual sobre as mulheres, mas as mulheres não podem de maneira nenhuma fingir que não existem mulheres para casar e mulheres que não são para casar.

in Marxismo Cultural