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A-24

Verdades inconvenientes

por A-24, em 10.12.14

Palestina: Um erro que nada faz pela paz

por A-24, em 04.12.14
João Marques de Almeida

A ideia de que os palestinianos querem “dois Estados a viver lado a lado” constitui a maior ilusão de muitos europeus – e aparentemente de muitos dos deputados portugueses.
Parece que o governo vai reconhecer a Palestina como “Estado” para, diz um deputado do PSD aqui nas páginas do Observador, “fazer alguma coisa pela paz”. O governo segue aliás o exemplo de outros países europeus, como a Suécia, a França e o Reino Unido. É um erro que nada faz pela paz. Este voluntarismo diplomático é de resto extraordinário. Os países europeus não conseguem manter a paz na Ucrânia, não conseguem manter a paz na Líbia, não conseguem manter a paz na Síria, não conseguem manter a paz no Iraque, nunca conseguiram manter a paz entre Israel e os seus vizinhos, e agora acham que o reconhecimento da Palestina como “Estado” vai ajudar a “paz” na região. Esta gente vive em que mundo?
A recusa dos palestinianos, e de quase todos os outros países árabes – com a excepcão do Egipto, da Jordânia e de Marrocos – em reconhecerem o Estado de Israel constitui a principal causa do conflito na região. Mais: a recusa em reconhecer Israel explica por que razão a maioria dos líderes palestinianos não querem criar um Estado palestiniano ao lado do Estado judaico. Os palestinianos só querem criar o seu Estado quando acabarem com Israel.
Prestem atenção à educação “oficial” nas escolas palestinianas, onde as crianças são ensinadas a odiar os judeus e a recusar a existência de Israel. Ouçam os sermões nas mesquitas, leiam a imprensa palestiniana e vejam a televisão palestiniana. O ódio aos judeus – e não só aos israelitas – é o tema dominante. E estudem a história do Médio Oriente desde 1945. Os árabes e os palestinianos tiveram várias oportunidades para criar o Estado da Palestina. Nunca o fizeram porque isso significaria reconhecer Israel.
A ideia de que os palestinianos querem “dois Estados a viver lado a lado” constitui a maior ilusão de muitos europeus – e aparentemente de muitos dos deputados portugueses. Não querem e nunca reconhecerão o Estado de Israel. E por essa razão, também não querem um Estado palestiniano enquanto não destruírem Israel. Se os europeus quisessem mesmo fazer “alguma coisa pela paz” fariam tudo o que pudessem para forçar os palestinianos a reconhecer Israel. E com todo o dinheiro que enviam para a Palestina têm algum poder para o fazer. 
Não é a paz que leva os europeus a reconhecerem a Palestina como “Estado”. São questões de política interna. Um dia ouvi um líder socialista europeu – não é português – dizer o seguinte: “como a participação na zona Euro não nos permite ter políticas socialistas, temos que defender causas sociais e externas (foi aqui que deu a Palestina como um exemplo) para acalmar as nossas esquerdas”. E muitos governos de direita, como aparentemente o nosso, desgastados com as acusações de “neoliberalismo” precisam de uns votos parlamentares que mostrem que são, apesar de tudo, “moderados”. Quando a direita quer agradar à esquerda, normalmente faz asneiras.
A decisão de reconhecer a Palestina como um “Estado” não só é completamente inútil, como constitui um atentado aos valores fundamentais de uma sociedade democrática. Os europeus combatem os radicais islâmicos no Síria e no Iraque, reforçam a segurança nos seus países para evitar ataques terroristas a civis indefesos e inocentes, e reconhecem um “governo” que comete esses ataques. Além de praticar o terrorismo, o Hamas tem outra particularidade: assassina cruelmente homossexuais e mulheres que têm o “azar” de se apaixonar pelo homem errado – este tem a “sorte” de ser perdoado. O reconhecimento da Palestina como “Estado” constitui ainda um sinal de fraqueza por parte dos europeus, que será recebido com prazer e desprezo por todos os grupos radicais islâmicos, da Argélia à Indonésia.
O nosso Parlamento vai votar o reconhecimento de um “Estado”, parcialmente governado por um grupo terrorista, que não reconhece valores essenciais como os direitos dos homossexuais ou a igualdade entre homens e mulheres. Uma iniciativa que nada fará pela paz e que será visto pelos grupos terroristas como um voto contra uma democracia, Israel. Mas os nossos deputados ficarão bem com a sua consciência e felizes com o seu exemplo de “unidade moderada” em nome da “paz”.

Faz parte da natureza do Hamas.

por A-24, em 28.11.14
Rui Carmo via Insurgente

Do lado da União Europeia, será a altura para deixar de apoiar o terrorismo. Esse papel continuará a ser desempenhado pelo Qatar e por eméritos doadores públicos e privados. Em Maio último, o Qatar ofereceu cinco milhões de dólares ao governo islamista do Hamas. A solidariedade pretendeu apoiar os esforços de reconciliação com a Fatah (com os brilhantes resultados que se conhecem), partido que lidera a Autoridade Palestiniana na Cisjordânia. De acordo com Ismail Raduan, Ministro das Doações e Assuntos Religiosos do Hamas, a oferta do governo do país do Golfo Pérsico pretendeu apoiar a “reconciliação comunitária” e está destinada a apoiar as famílias que perderam os seus entes queridos nas quase eternas lutas armadas que opõem a Fatah e o Hamas.
Em Março deste ano, no seguimento da ilegalização da Irmandade Muçulmana, um tribunal egípcio baniu toda e qualquer actividade do Hamas no país e confiscou todos os seus bens. O Hamas é acusado de interferir nos assuntos internos egípcios e, na altura, alguns dos seus líderes tinham Cairo como base. As autoridades egípcias acreditam que a organização terrorista do Hamas que governa a Faixa de Gaza, desempenha um papel importante noaumento da violência vivida na Península do Sinai.
Desde Julho que o exército do Egipto destruíu mais de 100 túneis que ligam Gaza ao Egipto e que servem para contrabandear alimentos, materiais de construção mas também armas e terroristas. A lua-de-mel entre o Hamas e o Egiptou acabou de forma abrupta quando os militares removeram o Presidente Morsi e acabaram com o governo da Irmandade Muçulmana. Hoje o Hamas que é visto como é um apoiante dos atentados terroristas, um risco acrescido para as forças de segurança e civis, procura defender-se das acusações como um ataque à causa palestiniana e um favor a Israel.

Ninguém deu por isto, e porquê?

por A-24, em 04.11.14
Lura do grilo

Ontem, deram 48 horas aos fachas de Gaza para retirarem e, em seguida, mesmo sem qualquer provocação directa, demoliram um valente conjunto de habitações para construir um muro de protecção. A notícia não apareceu na televisão!!
E não apareceu porquê? Jornalistas distraídos? Mais compreensão com o facto de Israel ter que defender a sua população de ataques indiscriminados visando civis e especialmente a crianças? Um arrependimento pelas mentiras e facciosismo que exibem?
Não apareceu pois foi o governo egípcio que, perdendo a paciência pelas inúmeras mortes e emboscadas causadas pelas víboras do Hamas, decidiu colocar um fim às consequências de ter por vizinhos esta mole de bestas humanas.

O Fogo e a Justiça Não Cessam

por A-24, em 29.08.14
A Batalha

A justiça quer-se cega, rápida e eficaz. O grupo terrorista do Hamas procura a máxima eficácia na sua aplicação ao território que domina. A organização que domina Gaza afirma ter executado 18 pessoas, suspeitas de colaborarem com Israel. As execuções acontecem 48 horas após um ataque aéreo israelita ter resultado na morte de três líderes operacionais do Hamas. Os três homens eram altos dirigentes das brigadas Azedim al Kasam, o braço armado do movimento islamista Hamas. Sabe-se que algumas das execuções foram públicas e que pelo menos onze das vítimas foram executadas com tiros numa esquadra no centro de Gaza, após terem sido julgadas em tribunais revolucionários. Os outros supostos colaboracionistas foram mortos em público por homens encapuzados e que envergavam o uniforme das brigadas Azedim al Kasam, em frente da mesquita de Al Omari, também localizada em Gaza. A “resistência” reforça assim a sua luta no terreno contra quem colabora com Israel. O delito está contemplado na lei palestiniana com a pena de morte. No entanto, a aprovação final da sentença pertence ao Presidente Mahmud Abas, cuja autoridade política e instituicional não é reconhecida pelos terroristas do Hamas.

A 19 de Agosto, apesar das negociações estarem a decorrer na capital do Egipto, tendo como pano de fundo uma solução a longo prazo, o Hamas violou de forma flagrante o cessar-fogo… pela décima primeira vez (!). Israel reafirma que não negoceia debaixo de fogo e que irá manter a Operação “Protective Edge” até que possa ser assegurada segurança e a paz, as estruturas do Hamas sejam grandemente afectadas, utilizando para o efeito os meios diplomáticos e militares que tem à sua disposição. A 20 de Agosto o dirigente do Hamas Saleh al-Arouri, admitiu que a organização a que pertence foi a responsável pelo sequestro e morte dos três adolescentes israelitas , o que prova aos mais cépticos uma vez mais a natureza terrorista da organização islamita.

Um preconceito demasiado familiar e uma tomada de posição pessoal

por A-24, em 14.08.14
Via Iniciação ao Tédio

Circula na Internet uma petição a solicitar ao governo de Portugal a interrupção das relações diplomáticas com Israel (encerramento de embaixadas, etc.) até o «genocídio em Gaza» terminar.

Esta escolha de linguagem e o apelo a sanções diplomáticas fizeram-me antecipar a publicação da seguinte infografia:

(clicar para ver maior)


Porque a realidade é esta: por via de um preconceito demasiado familiar, o “valor” de um cadáver árabe ou muçulmano é maior — muito maior — se o dedo puder ser (com maior ou menor propriedade) apontado a Israel.

Os menos de 2 mil mortos em Gaza são um «genocídio» — já a guerra civil na Síria, com mais de 200 mil mortos, é um detalhe que quase já nem passa nas notícias.
O padrão, de resto, é antigo: fala-se frequentemente da cumplicidade (por vezes, enganosamente, de autoria) do exército de Israel no massacre de Sabra e Shatila (1982), em que 750 a 3500 civis pereceram às mãos de milícias cristãs libanesas — mas esquece-se, no mesmo ano, o massacre de Hama, em que 10 mil a 40 mil cidadãos sírios foram massacrados pelo seu próprio governo.
E, ao mesmo tempo que a ofensiva israelita decorre em Gaza, os islamitas do ISIS decapitam e crucificam “hereges” na Síria, tendo conquistado recentemente a cidade de Sinjar, último refúgio de diversas minorias étnico-religiosas (yezidis, shabaks, xiitas...) no noroeste do Iraque, lançando igual perspectiva sobre o futuro desta gente.
Infelizmente, os exemplos poderiam continuar quase indefinidamente por praticamente todo o mundo árabe e muçulmano.
Who cares! Israel não está envolvido, está?

Não digo que todos os que assinam e divulgam esta petição, ou de outra forma se manifestam contra Israel, sejam antissemitas ou anti-judeus. Certamente que não: o activismo clica-e-partilha faz-se de muita inconsciência, ignorância e preguiça intelectual, também. Mas há muitos que, alegremente, saltam, como de flor em flor, do protesto contra as acções de Israel para a oposição à existência de Israel e, daí, para a apologia da perseguição aos judeus. («O Adolfo tinha razão» foi coisa lida recentemente em paredes.)
Porque, por muito que o custe dizer, o antissemitismo não tem as raízes secas e tem terreno fértil onde cair. (Não, não me refiro às críticas a Israel, muitas delas legítimas.) Viu-se recentemente, de forma particularmente caricatural, com o desaparecimento do voo MH370: não tardou muito para que surgissem mirabolantes teorias da conspiração sobre supostos interesses de um famoso banqueiro judeu; uns pouco comentários online bastaram para que o dedo acusador passasse do banqueiro em concreto para «os judeus». O facto de a “teoria” não ter pés nem cabeça era irrelevante (inclusive para a comunicação social que, em busca do eterno “colorido”, divulgou acriticamente a acusação).
Conforme disse no início, publiquei esta infografia antes do previsto. De facto, andava por estes dias a preparar um (previsivelmente longo) artigo onde exporia de uma forma sistematizada a minha posição quanto ao conflito israelo-palestiniano. É um exercício particularmente deprimente, porque se trata de fazer escolhas num conflito em que nenhum lado fica propriamente bem na fotografia. Nele discutiria, entre outras coisas, aqueles que considero serem os erros (e, nalguns casos, os crimes) de Israel. Isto porque não embarco em maniqueísmos acéfalos: não é por eu apoiar Israel que pinto a actuação do seu exército em tons de cavaleiro andante.
Nenhum dos lados fica bem na fotografia, é verdade — mas os dois lados não ficam iguais na fotografia.
O exército israelita cometeu crimes de guerra, certamente. (Algumas vez terá havido um exército, em cenário de guerra, que não os tenha cometido nunca? Duvido.) Mas a maioria desses crimes foram deliberadamente provocados pelo Hamas, como estratégia de relações públicas — estratégia, ela própria, criminosa. Um crime é sempre um crime, mesmo que em reacção a um crime anterior, mas ainda assim a superioridade moral de Israel fica aqui bem patente: existe, moralmente, uma diferença enorme — abismal, inultrapassável — entre ser implacável para com os nossos inimigos e ser maquiavélico na orquestração do telegénico massacre da nossa própria população.
O maior pecado de Israel foi deixar-se cair na emboscada mediática montada pelo Hamas.

Que fique claro, pois: apoio Israel. Porque, apesar das opções nem sempre correctas, o governo de Israel tem um objectivo legítimo: a defesa e a segurança do seu próprio povo. E, não obstante as imperfeições, Israel é um país livre e democrático: mesmo os seus cidadãos árabes (20% da população), ainda que vítimas de alguma desconfiança quanto à sua lealdade, são mais livres em Israel do que em qualquer país árabe.
O mesmo não se pode dizer do Hamas. Para o Hamas, o objectivo não é a defesa do povo palestiniano, que alegremente sacrifica, mas a promoção niilista da Causa da Fé. Uma vez vencido o «inimigo sionista», o movimento dedicar-se-ia à opressão do seu próprio povo, em nome de uma “pureza religiosa” que mais não é do que um outro nome para a barbárie obscurantista. (De resto, já o vem fazendo em Gaza.) Porque o Hamas não é um movimento de resistência palestiniano ou mesmo uma Organização de Libertação da Palestina (por mais imperfeita que esta seja). O Hamas é, assumidamente, um «Movimento de Resistência Islâmica» (sunita): toda uma variedade de palestinianos — cristãos, druzos, baha’i, muçulmanos xiitas — seria, em maior ou menor escala, excluída, subjugada ou perseguida.
(O mesmo vale para o Hezbollah, o autoproclamado «Partido de Deus», este da vertente xiita, particularmente activo no sul do Líbano.)

Mas tudo pode ser resumido a isto: apoio Israel porque uma versão israelita de mim — ateu e crítico de muitas das acções do governo e do exército — poderia viver a sua vida em Israel sem grandes medos de represálias. (Concedo: existem franjas na sociedade israelita que moralmente não distingo do Hamas — veja-se o assassino de Rabin.)
Mas, e quanto à Palestina do Hamas ou do Hezbollah? (Ou, diga-se em abono da verdade, quase todos os países árabes e muçulmanos...) Poderia o mesmo ser dito? Não, todos sabemos bem que não. Alguém como eu, sendo palestiniano, seria pura e simplesmente abatido pelo seu próprio governo (não por um tresloucado à solta: em Gaza os tresloucados estão no poder) ainda a tinta não tinha secado na palavra «ateu».

Verdades inconvenientes

por A-24, em 09.08.14
E finalmente um órgão de comunicação social com a coragem de dizer que o mundo árabe desertou os palestinos.



artigo completo de Mehdi Hassan

"Today, most of the unelected leaders of the Arab world, from the generals of North Africa to the petromonarchs of the Gulf, see the Muslim Brotherhood and fellow-travellers such as Hamas as a bigger threat to their own rule than the Israel Defence Forces. Only the emirate of Qatar maintains close ties with both the Muslim Brotherhood in Egypt and Hamas in Gaza; the rest of the region's despots and dictators would be delighted to see the Israelis deliver a knockout blow to the Sunni Islamists of Gaza - and, for that matter, to the Shia Islamists of Iran." (excerto)

Verdades

por A-24, em 09.08.14

Crónicas da Hipocrisia pró-palestina

por A-24, em 08.08.14
ViaLisboa - Tel Aviv




Este panfleto que andava ontem a circular pelo Martim Moniz é todo um programa político de deslegitimação do Estado de Israel. Tem impressas as tradicionais sete palavras utilizadas pelo agit-prop palestinianista:

Solidariedade - A solidariedade vai toda a Palestinia. Até hoje não houve uma manifestação a favor das vítima do conflito na Síria (170 mil mortos);
Genocídio - Esta palavra só é utilizada nos conflitos em que Israel está envolvida. Nos outros utilizam a palavra 'guerra';
Sionismo - 99,9% dos manifestantes não faz a menor ideia do que é o sionismo, mas é a palavra que melhor substitui aquela que (ainda) não têm coragem de escrever;
Bloqueio - Parece que só há um bloqueio à Faixa de Gaza, o israelita - sobre o do Egipto nem uma linha; 
Presos - Chamam presos políticos a pessoas presas por atos terroristas;
Ocupação - Entendem por 'ocupação' toda a Palestina ocupada;
Regime - Apelidam o governo israelita de regime e pedem o corte de relações com Israel - o primeiro passo para declararem ilegal a existência de Israel.

Estes manifestantes de pacifistas nada têm e o seu objectivo não é a criação de um estado palestiniano ao lado de Israel, mas sim a subsituição de Israel por um estado palestiniano. Para isso promovem campanhas de deslegitimação de Israel, de forma a criar o caldo de cultura para o passo seguinte: a extinção do Estado de Israel Regime Sionista.

Entender um conflito - O que é e o que significa Jerusalém?

por A-24, em 05.08.14
O que é e o que significa Jerusalém?


Jerusalém é a Cidade Santa de três religiões monoteístas. Só esta constatação permite perceber os dilemas que o futuro da cidade coloca. Situada numa planalto a cerca de 700 metros de altitude, habitada por quase 900 mil almas, esta é uma das mais antigas cidades do mundo e uma das mais disputadas. É a cidade de Salomão que Nabucodonosor arrasou; a cidade de Herodes que os romanos conquistaram; a cidade pela qual os cruzados lutaram e que Saladino reconquistou; a cidade que os ingleses tomaram em 1917, que Adbullah el-Tell defendeu em 1948 e que Rabin conquistou em 1967.

Quando as Nações Unidas delinearam o seu plano de partilha da Palestina do mandato britânico, em 1947, Jerusalém deveria permanecer como uma entidade independente, sob jurisdição da comunidade internacional. Não foi isso que sucedeu: a parte ocidental da cidade ficou sob controle israelita e a metade oriental, mais toda a cidade velha e os seus inúmeros locais de culto, sob jurisdição jordana. De 1948 a 1967 esse controlo traduziu-se em enormes limitações de acesso aos seus locais sagrados de cristãos e, sobretudo, de judeus.

Desde a guerra dos Seis Dias que Jerusalém e a cidade velha estão sob controle de Israel, que entretanto transferiu para Jerusalém Ocidental todo o aparato de um Estado central, desde o Parlamento (Knesset) às instalações do diferentes ministérios. Em Jerusalém Ocidental situam-se também alguns dos mais importantes museus nacionais israelitas, como o Museu do Holocausto, Yad Vashem, assim como o cemitério onde estão sepultadas as principais figuras do jovem Estado.

A cidade continua muito dividida, existindo uma metade árabe e uma metade israelita que não se misturam, apenas se cruzam em locais como a Porta de Damasco.

Em Jerusalém os judeus mais ortodoxos tem uma expressão importante, alargando a sua influência a um complexo de bairros inteiros onde vivem de acordo com costumes que entram em contradição de difícil harmonização com a tradição mais laica dos pais fundadores do Estado judaico. Este elemento, juntamente com o peso histórico e toda a querela política, fazem de Jerusalém Ocidental, a metade judaica, uma cidade muito diferente, cultural e sociologicamente, de Telavive, por exemplo. Ao que não será estranho o facto de Jerusalém estar numa serra, a 800 m de altitude, e Telavive espraiar o seu hedonismo numa baía, junto ao mar.

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