O fundador do Wikileaks criticou a Google, que acusa de ser muito ambiciosa e que tenderá a tornar-se líder de mercado e a centralizar toda a informação.
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, advertiu hoje para o perigo de a civilização atual caminhar para o totalitarismo, em resultado da centralização de informação, e recomendou aos cibernautas a procura de caminhos alternativos a essa centralização.
O aviso foi dado num debate realizado em Lisboa, via teleconferência, emitida da embaixada do Equador em Londres, onde Assange reside há dois anos. Assange intervinha no âmbito do fórum “Reagir contra a vigilância de massas: abrir o espaço à sociedade”, integrado no Festival de Cinema de Lisboa e Estoril (L&EFFest).
“O avanço da civilização, em termos de tecnologia complexa, pode levar-nos ao totalitarismo, como resultado da centralização de informação? Essa é a verdadeira questão que tem de ser respondida”, disse o australiano, que desde meados 2012 está refugiado naquela embaixada, após o Supremo Tribunal britânico ter autorizado a sua extradição.
Assange salientou que a globalização tende a ter como resultado um líder de mercado, como a Google, e defendeu que “podemos estar a caminhar” para uma situação de centralização em todo o mundo.
“A verdade é que, à medida que os serviços de inteligência se tornam mais poderosos e mais secretos, e aumenta o fenómeno generalizado de ligação nas comunicações entre indivíduos, esses serviços tornam-se mais livres e poderosos e não há forma de escapar”, avisou.
E Assange foi ainda mais longe nas acusações à Google, defendendo que é uma empresa que está a crescer e é muito ambiciosa, e que essa ambição não acontece só nas ligações que a Google cria com o Governo e o poder norte-americanos, mas também porque a Google chega a qualquer canto do mundo.
“Vigiar cada pessoa, saber onde está, o que cada um de nós está a fazer, a ler, quem contacta”, precisou, defendendo que todos os que usam a internet, o facebook, o gmail, devem encontrar caminhos que permitam fugir dessa centralização da informação.
Assange defendeu ainda que, independentemente da verdade sobre os motivos da criação da Google, o seu modelo básico assenta no mesmo dos sistemas de segurança nacional, arrecadando informação de todo o mundo, tratando-a e organizando-a para cada pessoa.
E rebateu ainda os argumentos dos cibernautas que dizem não temer a Google ou a internet, por não terem nada a esconder: “A minha primeira pergunta é: o que está errado contigo? Deves ser muito aborrecido. Vai imediatamente arranjar algo para esconder”, disse, provocando o riso da plateia, na maioria composta por jovens.
“Estamos todos ligados, juntos, a informação viaja de uns para outros, somos amigos uns dos outros, direta ou indiretamente”, constatou, explicando que, se alguém usa o gmail para contacta uma pessoa ou publica algo sobre ela no facebook, acaba por dar informação sobre essa pessoa e sobre os seus familiares.
Assange defendeu que um dos passos importantes é tomar consciência sobre a centralização de informação e adquirir novos conhecimentos sobre alternativas de fugir a esse controlo, e recomendou: “Vão à pagina da wikileaks e comecem por ler um documento chamado ‘Google Is Not What It Seems’ (a Google não é o que parece)”.
Julian Assange revelou ainda que a WikiLeaks se prepara para libertar mais documentos secretos, mas não deu mais pormenores.
Daqui para a frente, a Nokia propriamente dita vai concentrar-se naquilo que não vendeu à Microsoft: redes, infraestrutura / ODD ANDERSEN/AFP/Getty ImagesOs telemóveis Nokia vão acabar. O anúncio foi feito esta quarta-feira pela Microsoft, que há pouco mais de um ano comprou essa parte da companhia finlandesa. Em fevereiro deste ano já tinha sido apresentado o primeiro "smartphone" Nokia com sistema Android - um erro original fora tentar usar um sistema próprio, o Symbian, que nunca pegou - mas já veio tarde. Em julho, quando a Microsoft anunciou o corte de mais de 18 mil empregos, a maioria deles era da divisão Nokia. Sinal mais claro não podia haver.
Os telemóveis que até aqui tinham a designação Nokia Lumia passarão a chamar-se Microsoft Lumia. Desaparece formalmente aquele que foi o nome icónico da primeira geração de telemóveis. Para quem se lembra como era ainda há poucos anos, quando não se podia andar na rua sem ouvir a toda a hora o familiar 'toque da Nokia' (havia músicos que se entretinham a fazer variações sobre ele...), a notícia parece incrível. Mas faz sentido nesta era de constante novidade tecnológica. Hoje em dia, quando se fala em telemóveis fala-se em Galaxys e iPhones, ou então em marcas chinesas recentes e cada vez mais conhecidas, como a Xiaomi. Raramente em Nokia.
Para uma empresa que foi líder mundial durante tanto tempo, tem sido um trauma considerável. Como o é para o seu país, a Finlândia, a quem a Nokia ajudou a sair da recessão nos anos 90 e deu o orgulho de produzir finalmente objetos de consumo que todo o mundo queria - a Suécia, país vizinho, fazia-o há muito. Se a venda da Nokia há um ano indignou muitos finlandeses, o fim dos telemóveis tem pelo menos a atenuante de não ser inesperado. A marca é um assunto nacional e toda a gente sabia dos problemas.
Daqui para a frente, a Nokia propriamente dita vai concentrar-se naquilo que não vendeu à Microsoft: redes, infraestrutura. Era o seu foco há já algum tempo, desde que percebeu que o seu telemóvel característico - sólido, fiável, com bateria duradoura - tinha saído de moda. Os mercados que restam a esse telemóvel encontram-se sobretudo em países africanos e asiáticos, bem como na América Latina. A concorrência é intensa, mas a procura está a crescer.
A Microsoft, pela sua parte, também se encontra em mudança. Quer ser uma cada vez menos empresa de software e cada vez mais de serviços e aplicações. Neste momento, se incluir na contagem "smartphones" e "tablets", o seu sistema operativo Windows corre em menos de 20% dos computadores em todo o mundo. A maioria dos telemóveis Lumia já o usam. Resta saber se ainda vão a tempo.
A televisão começou a mudar nos Estados Unidos: Em resposta a serviços como o Netflix, a CBS e a HBO oferecem a sua grelha de canais via internet. Com isto põem em causa os fornecedores de cabo.
O dia 16 de outubro pode bem ficar na história como aquele em que a televisão começou a mudar. A cadeia norte-americana CBS, considerada uma das três grandes, anunciou que vai começar a fornecer o sinal da sua emissão via internet em 14 estados por menos de € 5. Este anúncio segue-se ao do canal de séries HBO, que na véspera tinha anunciado o mesmo a partir de 2015.
Esta é a primeira vez que um grande canal nacional norte-americano oferece a possibilidade de aceder aos conteúdos através da internet, abrindo caminho a que o utilizador tome o poder do que quer ver a cada momento. Embora o canal não forneça o serviço completo — visto que o desporto ficou de fora devido a dúvidas jurídicas sobre os direitos — está também acessível uma parte do imenso arquivo.
Poucos assinalam a crise da televisão, mas há dados que apontam para a redução do número de assinaturas nos serviços de cabo como o princípio do fim dos atuais sistemas de distribuição de sinal televisivo — o sistema de compra em pacote, correspondente a um conjunto de canais dos quais o consumidor apenas utiliza um pequeno número, satisfaz cada vez menos utilizadores.
E a verdade é que os estudos confirmam que as novas gerações continuam a ver o conteúdo televisivo, mas não no aparelho televisão. Fazem-no cada vez mais no computador, no tablet e no telemóvel, mas não na televisão. Isso implica que o sinal vídeo das estações passe a ser mais um conteúdo disponível na internet, algo em que vários canais a nível global apostaram já (casos da AlJj+, da Vice e também da Fusion). E é este o campo onde atuam empresas de serviços bem sucedidas como o Netflix, que conta já com 50 milhões de subscritores — e onde a Amazon e o Hulu estão a tentar crescer. É nesse campo que entra agora a CBS e também a HBO, começando a por em causa os fornecedores tradicionais de cabo.
São cada vez mais frequentes frases de descontentamento com os governos nas redes sociais. Há insultos, elogios a grupos extremistas ou apelos à violência contra governantes. Será que o Facebook ou o Twitter são espaços que permitem comentar tudo sem pensar nas consequências? Ou o que se diz da boca para fora nas páginas pessoais pode vir a ser considerado crime? É, e pode levar à prisão.
Tal como aconteceu em Espanha - onde uma rapariga de 21 anos foi recentemente condenada por prometer no Twitter que tatuaria a cara de quem desse um tiro ao primeiro-ministro Mariano Rajoy - em Portugal quem difundir mensagens que instiguem a um crime pode ser responsabilizado criminalmente. E não é só a incitação que é punível. Existem outros crimes que se podem cometer quando se faz um post no Facebook ou se publica um comentário no Twitter. As ofensas e ameaças são alguns deles - aqui, como em vários outros países. Em Janeiro, por exemplo, dois britânicos foram condenados em Inglaterra por ameaçar uma activista nas redes sociais. E nesse mesmo mês, nos Estados Unidos, um homem acabou condenado a pena de prisão de 16 meses por ameaçar matar Barack Obama.
Mas como se justifica então que existam tantas mensagens ofensivas, tantas ameaças e apelos à violência? Ou comentários que correm as nossas caixas de correio electrónico e que nos aparecem diariamente no feed de notícias sem que sequer cheguem a tribunal? Engana-se quem julga que não dão em nada.
Tiago Milheiro, juiz de direito afecto à instrução criminal no Tribunal Judicial de Guimarães, explica que "a criminalidade nas redes sociais aparece já com muita frequência nos tribunais portugueses". São sobretudo casos de difamação, ciberbullying, burla e extorsão os casos mais comuns. Mas nada impede que alguém seja condenado por incitar a um crime, como já aconteceu em Espanha. "A instigação e a apologia públicas de um crime são puníveis por lei em Portugal e por isso quem os cometer, com dolo, poderá ser condenado", explicou ao i Tiago Milheiro, adiantando que, para tal, será necessário ter ainda em conta "em que termos é que a mensagem foi divulgada na rede social e para quantas pessoas".
As afirmações publicadas nas redes sociais são equiparáveis às que são feitas por qualquer outra via e por isso, segundo o advogado Paulo Saragoça da Matta, "em abstracto é possível que qualquer um possa ser condenado por incitar à violência ou ao terrorismo numa rede social". Ainda assim, adverte o especialista, é preciso que tais declarações sejam consideradas "sérias". Ou seja, que o utilizador tenha noção e intenção de praticar o acto que descreveu ou de fazer com que alguém o faça.
Para que haja uma condenação será preciso provar primeiro que quem escreveu o comentário não estava apenas a usar a sua liberdade de expressão ou simplesmente a fazer uma crítica: "Muitas vezes escrevem-se determinadas coisas que depois não há intenção de praticar e é preciso ter tudo isso em consideração", explica Tiago Milheiro.
SÓ PARA AMIGOS? Saber se é legítimo responsabilizar criminalmente alguém por usar um espaço virtual em que só tem acesso um grupo restrito de amigos é outra questão que se coloca. "Toda a jurisprudência vai no sentido de entender que as redes sociais são locais públicos e os comentários não ficam só entre amigos", avisa Saragoça da Matta. Para o juiz do Tribunal Judicial de Guimarães essa questão é linear: "Se o comentário for publicado no mural do Facebook ou no Twitter, esse post permite difundir a mensagem a uma escala alargada e, mesmo que esteja em causa um espaço restrito é preciso perceber qual o universo que atingiu."
Aquando da condenação da jovem espanhola, o advogado Carlos Sáiz Díaz contou ao jornal americano "New York Times" que estas sentenças são cada vez mais frequentes e trazem consigo uma mensagem dos tribunais: "A justiça quer passar uma mensagem à sociedade, avisar que de hoje em diante os abusos serão punidos mesmo que sejam cometidos por intermédio das redes sociais."
Para o advogado Paulo Saragoça da Matta a maior prevalência de casos destes a chegar aos tribunais é reflexo de que, "apesar de as leis já há muito existirem" só agora é que passou a haver "uma consciencialização da sociedade para este tipo de crime".
O que diz a Lei portuguesa
Código Penal
CAPÍTULO V
Artigo 297.o
(Instigação pública a um crime)
1- Quem, em reunião pública, através de meio de comunicação social, por divulgação de escrito ou outro meio de reprodução técnica, provocar ou incitar à prática de um crime determinado é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
2- É correspondentemente aplicável o disposto no n.o 2 do artigo 295.o
Artigo 295.o, n.o 2: A pena não pode ser superior à prevista para o facto ilícito típico praticado.
Artigo 298.o
(Apologia pública de um crime)
1- Quem, em reunião pública, através de meio de comunicação social, por divulgação de escrito ou outro meio de reprodução técnica, recompensar ou louvar outra pessoa por ter praticado um crime, de forma adequada a criar perigo da prática de outro crime da mesma espécie, é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
2- É correspondentemente aplicável o disposto no n.o 2 do artigo 295.o .
O Tribunal europeu que reconhece “direito ao esquecimento” na Internet do senhor González abriu uma caixa de Pandora. Basta que dentro em pouco alguém venha lembrar o direito a ser esquecido no papel. Dirão que às hemerotecas vão poucas pessoas. Pois vão. Mas se eu usar o que leio nos jornais para fazer um livro estou ou não a colidir com o direito ao esquecimento das pessoas cujos actos recuperei do papel?
"Essas «redes sociais» de «sociais» só têm o nome. Não oferecem mais do que um simulacro de sociabilidade. Com o Facebook estabelecemos ligações com «amigos» que nunca vimos, visitamos países onde nunca iremos pôr os pés. Conversamos, desabafamos, inundamos o mundo inteiro com frases insignificantes. Isto é, colocamos a técnica ao serviço do narcisismo mais imaturo. A quebra das ligações sociais é o fruto da solidão, do anonimato em massa, do desaparecimento das relações sociais orgânicas. A verdadeira sociabilidade exige experiência directa, que o mundo dos ecrãs tende a abolir. A única utilidade do Facebook é colocar à disposição da polícia cada vez mais informação sobre nós mesmos, a um nível que nunca nenhum regime totalitário pôde sequer imaginar. Os ingénuos contribuem eles próprios para reforçar os procedimentos de controlo dos quais por vezes se queixam."
Se é daqueles que sente algum desconforto quando está a trabalhar e vê os seus amigos a partilharem fotos de praia e festa no Facebook, pode ficar descansado. Não é só inveja. É mesmo científico.
Um estudo conduzido por especialistas da Universidade de Michigan encontrou uma relação entre a utilização do Facebook e o aumento da tristeza. De acordo com este trabalho, quantas mais vezes uma pessoa utiliza o Facebook, maior é a probabilidade de ficar deprimida com a sua vida.
Para avaliar os sentimentos dos utilizadores da maior rede social do mundo, os investigadores mandaram cinco mensagens por dia a um grupo de voluntários durante duas semanas. Cada uma incluía um link para um inquérito online onde podiam dizer quantas vezes é que iam ao Facebook e marcar numa escala os seus níveis de preocupação e solidão bem como a satisfação geral com a sua vida.
Menos auto-estima
"Mais de mil milhões de pessoas pertencem ao Facebook e mais de metade ligam-se todos os dias", afirmou à "CNN" o principal responsável pelo estudo, Ethan Kross. "Aparentemente, o Facebook oferece recursos muito úteis para suprir as necessidades humanas mais básicas de ligação social. Contudo, ao invés de aumentar o bem-estar, os resultados do nosso estudo levam-nos a concluir que interagir no facebook pode ter o efeito contrário".
A explicação mais plausível para este fenómeno prende-se com a influência que a comparação com a vida de outras pessoas pode ter na nossa auto-estima. Deparamo-nos com a felicidade 'digital' dos outros quando se está insatisfeito com algo, pode ter efeitos perniciosos na auto-estima e provocar sentimentos de inferioridade.
Por outro lado, o estudo revela que contactos cara-a-cara tendem a aumentar os níveis de felicidade e bem-estar.
O mercado dos dispositivos móveis é hoje o grande motor da área tecnológico. Quase tudo é projetado e desenvolvido para “encaixar” (também) no segmento móvel, de forma a acompanhar as tendências do mercado e preferências dos consumidores.
Em cinco anos e meio, data em que começou este “boom” dos dispositivos móveis, a plataforma Android da Google tem destronado, a pouco e pouco, a Apple e a Microsoft, de acordo com os últimos estudos de mercado.A plataforma Android nasceu quase do nada e hoje em dia é o principal sistema operativo para dispositivos móveis, seguido pelo iOS da Apple, tal como indica o ultimo estudo de mercado levado produzido empresa de Canalys.
O mercado dos dispositivos móveis, do qual fazem parte as vendas de smartphones, tablets e notebook, cresceu para 308,7 unidade vendidas, representando um crescimento ano-a-ano de 37,4%. Mas, apesar do mercado tradicional de PC’s, com Windows, continuar a dominar as vendas (apesar das fortes quebras e de haver previsões que apontam que a Microsoft se pode tornar irrelevante daqui a 4 anos – ver aqui), a verdade é que é o Android quem tem tido os maiores ganhos…e a este ritmo irá certamente ultrapassar o Windows.
Durante o primeiro trimestre de 2013, a plataforma Android representa cerca de 59,5% dos dispositivos inteligentes móveis vendidos em todo o mundo. A Apple, com o iOS, segue a plataforma da Google com cerca de 19,3% do mercado e por fim a Microsoft com 18.1%.
Este crescimento da plataforma Android deve-se à forte procura de tablets, que têm impulsionado o mercado dos dispositivos móveis. Os smartphones deixarão de ser os equipamentos mais cobiçados e os notebook têm tido uma quebra acentuada na procura. Durante o periodo referido, a venda de tablets em todo o mundo aumentou 106,1% ano-a-ano, para 41,9 milhões de unidades vendidas.
A Apple continua a liderar na venda de tablets, com uma quota de 46,4%, mas o iPad tem vindo a perder participação, pelo terceiro semestre consecutivo.
Os serviços web, nomeadamente os Cloud, estão sempre limitados pelo espaço que oferecem aos seus utilizadores, sendo esse o espaço que temos para alojar os nossos ficheiros e outros dados.
A Google anunciou hoje que irá unificar o espaço oferecido nos seus serviços, passando a estarem disponíveis 15GB para o Drive, Gmail e Google+ Photos. Desta forma os utilizadores ficam com a gestão do espaço e podem ocupá-lo da forma que pretendem.
Até agora a Google separava o espaço oferecido pelos seus serviços garantindo 10GB para o Gmail e mais 5GB para o Drive e para o Google+ Photos.
Esta divisão causava alguns problemas aos utilizadores pois viam o espaço de um desses serviços ser ocupado e tendo a obrigação de adquirir mais, ao mesmo tempo tendo espaço livre que não ocupavam noutros serviços.
Com esta unificação, os utilizadores dos serviços Google passam a dispor unicamente de 15GB de espaço, sendo este dividido pelos três serviços da forma como o utilizador pretender, cabendo a este a gestão do espaço e da sua ocupação.
Uma das vantagens óbvias que esta medida vai trazer é o fim da limitação dos 25GB de espaço que o Gmail tinha para upgrade. Todo o espaço que for comprado será também partilhado com o Gmail.
Para que os utilizadores possam ter acesso ao espaço ocupado por cada serviço e assim fazerem uma melhor gestão deste, a Google irá actualizar a página de espaço de alojamento do Drive e disponibilizar gráficos de utilização por serviço.
Também os planos do Google Apps vão sofrer esta actualização, mas a diferença reside no espaço em disco disponibilizado e partilhado. Vão ser 30GB a ser distribuídos pelo Drive, Gmail e Google+ Photos.
A Google espera lançar esta actualização durante as próximas semanas, quer no serviço normal ou nas Apps.
Não faltam artigos sobre a importância de ter o perfil certo nas redes sociais quando se procura emprego. Uma pesquisa na Internet revela muitas histórias sobre informação comprometedora publicada num site e que aniquilou as hipóteses de alguém ser seleccionado para uma vaga.
José Bancaleiro, director executivo da Stanton Chase Portugal, uma empresa especializada em recrutamento de executivos, recorda um caso em que o perfil no Facebook acabou por prejudicar um candidato: a pessoa tinha publicado uma fotografia com a legenda: "Assim é que eu gosto. De papo para o ar, a coçar a micose." O potencial empregador, uma empresa de consultoria, não gostou e perdeu o interesse. "Se calhar, injustamente", concede Bancaleiro, já que é o tipo de frase que muitas pessoas dirão entre amigos.
Há regras básicas: ter cuidado com o tipo de fotografias e manter os pensamentos pessoais num círculo restrito de família e amigos. Mas o Facebook, com um complexo sistema para determinar o que é público e o que está disponível apenas para círculos restritos, é propício a deslizes – até porque muitos utilizadores são "amigos" no Facebook dos chefes e de colegas de trabalho de quem não são particularmente próximos.
Do outro lado do espectro, está o muito menos usado LinkedIn. "Sejamos claros: o Facebook é utilizado para relações sociais. O LinkedIn é para relações profissionais", sublinha José Bancaleiro. Nesta rede, as fotografias das férias são substituídas por fotos de fato e gravata ou por retratos de braços cruzados e postura confiante sobre um fundo neutro.
No LinkedIn, é possível estabelecer contactos profissionais, participar em fóruns temáticos, listar informação de forma semelhante a um currículo (cargos, competências, graus académicos) e receber e dar recomendações. "É um currículo vitaminado, com o capital de relações que a pessoa tem e as recomendações que os seus pares fizeram", resume Rui Pedro Caramez, que recentemente escreveu um manual sobre como usar o site.
O LinkedIn parece a ferramenta perfeita para quem pretende estar activo no mercado de trabalho. Porém, dependendo do tipo de profissão, do ponto da carreira em que se encontre e do emprego de que estiver à procura, um bom perfil pode oscilar entre o moderadamente útil e o irrelevante, dizem os especialistas em recrutamento ouvidos pelo PÚBLICO.
Para começar, ninguém procura no LinkedIn candidatos para posições pouco especializadas (Bancaleiro, no entanto, lembra que o Facebook já foi usado para recrutar trabalhadores para call centers). E também não serve para os cargos de topo, que envolvem abordagens sofisticadas por parte de empresas especializadas. Restam sobretudo os cargos intermédios, aquilo a que a gíria do sector costuma designar por middle managers.
"Aconselho [a ter perfil no LinkedIn] os que ainda são juniores, até aos dez anos de experiência", diz Maria da Glória Ribeiro, directora e fundadora da Amrop Portugal, uma empresa de pesquisa de talento executivo. "A partir daí, acho que a pessoa que ficou disponível [sem emprego] tem de ser muito mais inteligente." No que toca à procura de executivos, garante que o LinkedIn não trouxe alterações às práticas da empresa que dirige.
Também Nuno Troni, gestor executivo em Portugal da empresa de recrutamento Michael Page, olha para aquele site com reservas. "Dificilmente beneficia, facilmente prejudica", avisa. Troni garante que nunca consulta os perfis nas redes sociais, seja o LinkedIn ou qualquer outra, salvo em situações excepcionais – aconteceu recentemente, quando procurava alguém cuja função implicava lidar com este tipo de plataformas.
Aqui, José Bancaleiro conta uma história diferente. Embora relativize o papel das redes sociais no trabalho das empresas de recrutamento, lembra um outro caso em que apresentou uma selecção de candidatos a um director executivo de uma empresa de tecnologias de comunicação. A primeira coisa que este fez foi procurar os nomes dos candidatos no Google. De seguida, foi aos perfis do Facebook e do LinkedIn.
Para além de permitir pesquisar pessoas por área de trabalho, empresa, senioridade no cargo, zona geográfica ou instituições de ensino frequentadas, o LinkedIn permite também a publicação de anúncios de emprego. É uma das fontes de receitas do site, a par das contas pagas, que disponibilizam funcionalidades especiais, algumas das quais são destinadas a profissionais de recursos humanos e outras a quem está à procura de trabalho.
Porém, mesmo como montra para colocar anúncios, a Michael Page está a usar o LinkedIn "numa fase de experiência", diz Nuno Troni. Nesta semana, a Michael Page tinha cerca de 205 anúncios no seu próprio site. Apenas 15 tinham sido postos no LinkedIn. Mesmo nestes casos, os interessados tinham de fazer a candidatura pelo site da empresa (há anúncios que permitem ao utilizador fazer a candidatura directamente através do LinkedIn, enviando logo o perfil ao recrutador). Em média, diz Troni, um anúncio posto naquela rede social ronda os 100 cliques. "No nosso site temos muitos mais."
Já José Bancaleiro vê benefícios na plataforma. No caso das posições intermédias, "quem não está no LinkedIn não existe". Mas sublinha que isso não basta. "É uma condição necessária, mas não suficiente. Tenho tido situações caricatas de pessoas que se inscrevem e acham que no dia seguinte têm dez pessoas a fazer-lhes propostas."
Um quadro intermédio tem "três grandes canais" para arranjar emprego, explica Bancaleiro. O primeiro são os anúncios. O segundo é estar na base de dados das empresas de recrutamento. O terceiro, "que é, de longe, o mais importante", são os relacionamentos pessoais e as redes de contactos. E isto não significa passar horas a ver a lista de sugestões de contactos que o LinkedIn apresenta e clicar no perfil das que eventualmente possam interessar. Nesta terceira via, estão "60% a 70% das hipóteses" de uma pessoa encontrar emprego, diz José Bancaleiro. E o conselho é sair de casa. Por exemplo, ir a eventos do sector. Ou simplesmente almoçar com antigos colegas.