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A-24

Políticas de droga

por A-24, em 12.08.13


Há em relação à Holanda uma noção sobre as drogas que não é a mais correcta: as drogas leves (Cannabis, no caso concreto) não são legais. As coffee shops, por seu turno, também não. O que há é uma política de tolerância em relação à sua existência. Desde que as quantidades de drogas vendidas sejam reduzidas e a venda ocorra apenas nas coffee shops, as autoridades não intervêm (isto cria a situação curiosa de ser possível comprar e vender drogas sem riscos legais, mas não ser possível cultivar as plantas sem se cometer crime). Este arranjo tornou-se de tal forma corrente que os próprios tribunais decidem habitualmente a favor de acusados quando alguém é detido por venda de cannabis.
Uma das cusiosidades deste arranjo ao nível da sociedade é que muitos dos consumidores são estrangeiros (ou residentes ou apenas turistas). Os holandeses vivem num clima de não ligarem a este fruto proibido. Claro que isto motivou bastante o turismo de drogas, especialmente em cidades fronteiriças. A cidade de Maastricht, encostada à Bélgica, a 30 km da Alemanha, a 100 km do Luxemburgo e cerca de 150 km da França, sendo também uma cidade bonita e com bons acessos, é uma das principais vítimas do turismo de drogas. Um dos principais destinos é uma zona fluvial encostada à praça velha da cidade onde existem duas coffee shops construídas em barcos.
Ora, há uns anos, a cidade decidiu evitar a aglomeração destas pessoas, as quais causavam um "mau ambiente", limitando a venda de cannabis apenas a residentes na Holanda. Ou seja, os estrangeiros que vão à cidade deixam de poder comprar as suas drogas em ambiente tolerado pela lei. O resultado foi o esperado por qualquer pessoa com imaginação: várias coffee shops fecharam as portas e o influxo de estrangeiros em busca de droga não diminuiu. Isto porque, como seria de esperar, vários residentes (não necessariamente holandeses) passaram a calcorrear a zona oferecendo-se para ir comprar as drogas aos turistas. Além de a decisão não reduzir a entrada de "turistas de droga", teve o condão de os concentrar precisamente numa das mais agradáveis zonas da cidade e de atrair ainda outros residentes que não contribuem para a "atmosfera".
O que fizeram então o governo e a câmara? Recuaram na ideia? Adaptaram-na? Claro que não: aumentaram o número de polícias na cidade à medida que a criminalidade reclacionada com drogas foi aumentando e juraram que não se desviariam um milímetro do percurso, com o ministério responsável pela polícia a prometer que apoiaria sempre com reforços quando a cidade o precisasse.
O curioso não é a insistência na política nem o destruir de um conceito que tem funcionado (na maior parte da Holanda as coffee shops continuam a poder vender a não residentes). O curioso é que num país tão obcecado por dinheiro, o governo esteja tão disposto a abrir mão de rendimentos (impostos pagos pelas coffee shops) e a pagar o custo disso (mais polícia). Numa altura de crise (quando o dinheiro falta e as drogas se tornam mais atractivas) talvez não fosse má ideia olhar para este caso com mais atenção.

Holanda: “Parece asiático? Então, não há leite em pó!”

por A-24, em 15.07.13

“Para evitar que os clientes não encontrem leite em pó nas prateleiras, venderemos apenas um pacote aos clientes que não conhecemos (ou seja, aos chineses). Aos clientes habituais da aldeia, vendemos dois pacotes por pessoa.” Este é o texto de um memorando interno de um supermercado a que o NRC Handelsblad teve acesso.
Desde há vários meses, as lojas holandesas debatem-se com um problema de escassez de leite para bebé. Desde o escândalo da melanina contida no leite, que contaminou perto de 300 mil bebés na China, em 2008, os chineses deixaram de confiar no leite chinês e compram grandes quantidades de leite em pó no estrangeiro, sobretudo na Holanda.
Nos últimos tempos, explica o NRC Handelsblad, vários gabinetes antidiscriminação receberam queixas de pessoas a quem, em diferentes lojas, foi recusada a venda de leite em pó por terem uma aparência asiática.

Press Europe

Governo holandês estuda fechar prisões devido à falta de criminosos

por A-24, em 30.06.13
O governo holandês está enfrentando protestos da população após anunciar que irá fechar 19 prisões no país, como forma de economizar 271 milhões de euros do orçamento devido à falta de criminosos no país.
De acordo com a emissora de TV holandesa “NOS”, o secretário de Estado Fred Teeven foi criticado inicialmente ao sugerir o fechamento de 26 cadeias, o que representaria um corte de 340 milhões de euros mas, ao mesmo tempo, o desaparecimento de 3.400 empregos. Em vez disso, 2.000 funcionários seriam dispensados.
Uma das razões da medida anunciada pelo Estado é a diminuição da taxa de criminalidade e a utilização de tornozeleiras com rastreadores em vez de deixar os presos encarcerados, o que deixou muitas das celas vazias. A oposição está tentando reverter a medida, afirmando que o equipamento “não é alternativa à prisão”.
A falta de criminosos na Holanda foi muito discutida pela mídia internacional pela primeira vez em 2009, quando o governo inicialmente anunciou o fechamento de 8 unidades prisionais, e, diante das demissões que seriam feitas, estava estudando a possibilidade de importar 500 criminosos da Bélgica, para que possa manter um contingente nas prisões.
Globo

Austeridade sem troika

por A-24, em 28.05.13
Miguel Noronha in O Insurgente 

…e com contas públicas bem mais saudáveis que as nossas. Na Holanda
O Governo holandês, liderado pelo liberal Mark Rutte, prepara-se para acelerar o ritmo de redução dos funcionários públicos. A intenção do Executivo (que governa em coligação com os socialistas) é reduzir o universo da Função pública, que integra actualmente cerca de 150 mil trabalhadores, em 8% a 12% até 2018.
“A dívida do Estado continua a subir e o défice orçamental ainda é demasiado elevado. O governo tem de gastar de acordo com os meios de que dispõe e terá de reduzir a despesa pública para um patamar mais baixo”, explica Stef Blok, o ministro da tutela, em carta enviada ao parlamento holandês, citada pela Reuters.
A Holanda, quinta maior economia da zona euro, fechou 2012 com um défice de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma dívida pública de 71,2% do PIB. O défice e a dívida ultrapassaram os limites europeus ( de 3% e de 60%, respectivamente) pelo quarto ano consecutivo. Não obstante, o défice holandês tem vindo a cair desde 2009: nessa ano era de 5,6% do PIB; decresceu para 5,1% em 2010 e para 4,5% em 2011.
O Governo holandês anunciou no início deste ano um reforço das medidas de contenção no valor de 4,3 mil milhões de euros. “Precisamos de medidas adicionais em 2014 para pôr em ordem as finanças do Governo”, revelou então o primeiro-ministro Mark Rutte. O novo pacote de austeridade acresce aos cortes orçamentais de 16 mil milhões de euros que haviam sido já definidos para este e para os próximos três anos.

Holanda: Os imigrantes integrados nas redes turcas

por A-24, em 28.05.13
No final de abril, surgiram notícias sobre um escândalo envolvendo búlgaros que reivindicavam apoios sociais holandeses, apesar de não viverem na Holanda. Mas serão esses emigrantes pobres apenas vítimas de grupos criminosos turcos organizados, residentes na Holanda?

Marloes de Koning



Mitko Dimitrov Iliev pediu o seu primeiro passaporte aos 50 anos. É um homem pequeno com dentes tortos e um ar tímido. A sua casa em Ivanski, uma aldeia no nordeste da Bulgária, está em mau estado, mas é espaçosa. A estante alberga pouco mais do que um acordeão. Utilizou-o no ano passado para tentar ganhar algum dinheiro, tocando na cidade holandesa de Groningen.
Foi aí abordado por um grupo de turcos, quando tocava na rua. Ofereceram-se para o ajudar a inscrever-se junto das autoridades municipais. “Um dos turcos fazia a tradução, por isso não percebia nada do que diziam entre eles.” O turco em questão prometeu-lhe um novo telemóvel e disse: “Vamos lá dar início a um negócio.” Fez Mitko, que é analfabeto, assinar uma resma de documentos. Mitko afasta o polegar do indicador uns 15 centímetros. Era a espessura da resma.

Pedidos de subsídios fraudulentos
Os turcos desempenham um papel preponderante na organização de pedidos de subsídios fraudulentos na Holanda, operando a partir do país, mas também da Alemanha, Bélgica e Bulgária. Para não falar da exploração de búlgaros analfabetos. A Bulgária tem uma grande comunidade de língua turca. É composta por pessoas de etnia turca e cigana, que começaram a considerar-se turcos depois de 1989. O facto de comungarem da mesma língua e religião permitiu-lhes criar facilmente amizades nas grandes comunidades turcas da Europa Ocidental.
Mitko recebeu €200, mas nunca viu o rasto do prometido telemóvel. Contudo, algumas semanas mais tarde, o seu telemóvel antigo começou a tocar sem parar. Era invariavelmente um holandês, que ele não conseguia entender. Ao fim de algum tempo, percebeu que devia ser um funcionário do banco. Mitko acha que era do banco holandês que tem um leão cor de laranja no logótipo, porque viu o símbolo num cartão multibanco.
O banco continuou a ligar. Mitko começou então a desconfiar de que tinha um negócio e dívidas consideráveis na Holanda. Era uma coisa que já tinha acontecido a várias pessoas suas conhecidas. Não faz ideia dos montantes envolvidos, visto que o único pedaço de papel que tem consigo é o comprovativo da sua inscrição nos serviços municipais. Há poucos dias, Mitko resolveu desligar o telefone e meter-se num minibus de regresso à Bulgária. “Estou com medo que me venham penhorar a casa ou prender-me por um delito que não cometi.”
Saídas constantes de minibus da Bulgária
Ivanski é apenas uma de muitas aldeias búlgaras de onde partem constantemente minibus para a Holanda. Num levantamento de apenas uma noite na capital do distrito, Shumen, obtivemos uma lista de sete locais de partida, num raio de 30 quilómetros. Na maioria dessas aldeias, há um ou dois homens que asseguram os contactos e organizam o transporte.
“A invasão dos sistemas sociais do Ocidente por minorias búlgaras, ciganos e turcos, está já lamentavelmente institucionalizada e profissionalizada”, diz Krastyo Petkov, professor de Sociologia da Universidade de Economia Nacional e Internacional de Sófia. O professor Petkov especializou-se em migração económica para a União Europeia e tem realizado trabalho de campo na Bélgica.
Segundo ele, redes informais com laços familiares no sentido mais amplo do termo têm vindo a tornar-se mais estáveis e cada vez mais subtis com o passar dos anos. Um delegado do Ministério Público búlgaro envolvido no caso holandês, põe a questão da seguinte forma: “Surpreende-me que ainda não tenhamos recebido nenhuma queixa da Alemanha. A Finlândia deportou três aviões apinhados de gente há cerca de um ano. Deram-lhes presentes e um aviso sério para não voltarem.” Sorri. “As pessoas que viajam para as nações mais ricas da Europa agem desta maneira. Quando pretendem realmente trabalhar, vão para Espanha ou Grécia.”
As redes desenvolvem-se em três níveis. Os “peões”, que são responsáveis por recrutar pessoas na Bulgária, têm geralmente alguns estudos e falam melhor línguas do que o cidadão médio. Estabelecem contacto com as pessoas encarregues de organizar alojamento e registos no país de destino. Acima deles, há os “chefões”, pessoas que garantem proteção. Sabem como resolver problemas com a polícia e a lei, e têm os contactos certos para serem bem sucedidos.

Turismo social
O professor Petkov baseia parcialmente as suas conclusões em entrevistas realizadas com ciganos em Bruxelas. “A Bélgica está a braços com o mesmo problema de ‘turismo social’ da Holanda”, defende. Uma das razões para uma grande parte dos ciganos da Bulgária ter optado, nas últimas duas décadas, por converter-se ao Islão e falar turco é isso dar-lhes maior acesso às comunidades turcas. “Essas comunidades ajudam-nos a arranjar residência, mas não a integrá-los.”
Na prática, a primeira e a segunda geração de turcos tornam-se patrões e empregadores dos búlgaros recém-chegados. As mesmas redes que organizam o “turismo social” estão também muitas vezes envolvidas em prostituição e tráfico de seres humanos para trabalhos ilegais mal pagos, através de subcontratantes no setor agrícola. “Exploram-nos.”
Gancho e Veneta Todorov, de Salmanovo, uma aldeia com 900 pessoas e seis orquestras, regressaram de Zwolle há poucas semanas. Veneta vende jornais de rua em frente ao supermercado Jumbo, e Gancho no Aldi. Têm tulipas no jardim em frente da sua vivenda, e servem amendoins de uma filial holandesa da cadeia Aldi, sentados à sombra das parreiras.
Quando vão trabalhar para a Holanda, os seus três filhos ficam ali com os avós. Alugam um quarto a uma africana, em Zwolle, por €5 a noite. “Os espaços apertados põem-me doido”, lastima-se Gancho. Está evidentemente feliz por voltar ao seu jardim, que alberga também um grande galinheiro. O facto de os búlgaros necessitarem de um visto de trabalho na Holanda e na Bélgica torna-os particularmente vulneráveis. “Os turcos prometem pão, mas só nos dão migalhas. São mentirosos, mas, se alguém reclama, ameaçam denunciá-lo à polícia.”
Os Todorov estão ansiosos pelo próximo ano, quando os búlgaros vão deixar de precisar de autorizações de trabalho. “Vou, finalmente, poder aceitar os empregos que me têm sido oferecidos”, diz Gancho. “Por exemplo, nos correios, no setor agrícola ou num matadouro de aves. Hoje, somos pouco mais que mendigos.”
Press Europe

Holanda aprova… Associação de Pedófilos

por A-24, em 09.04.13
É a evolução natural da forma de pensar que já nos tinha trazido “Abortos Pós-Natal” e que considera as palavras “Pai” e “Mãe” inaceitáveis.
Mas agora vejo esta no DN: Tribunal considera ilegal proibir associação de Pedófilos
(depois de há uns meses…)

Devo ser eu que sou “retrógrado”. Ou então como também já disseram aqui “estou ao serviço da Opus Dei”. Meus caros, para mim há uma diferença entre “Europa inclusiva” – com a qual eu concordo – e isto. Se é para não termos valores…
Interrogo-me o que dirão os xuxas de serviço sobre esta questão. Serão suficientemente modernos para deixarem os seus filhos serem abusados por pedófilos? Ou pensarão um bocado no caminho que isto está a levar e condenarão esta opção, pensando em algumas que tomaram no passado recente. Não sei, mas vou ler os comentários amanhã e tirar as minhas conclusões.
Leitura adicionalDia do Orgulho PedófiloPedófilos são Inválidos na GréciaPornografia infantil para satisfazer Pedófilos na Holanda, Notícia actual no ABC.es/tradução.
Ricardo Magalhães n'O Insurgente

Fracasso da alta velocidade na Benelux

por A-24, em 24.01.13
Menos de seis semanas após a sua inauguração – e uma infinidade de problemas técnicos mais tarde – o comboio de alta velocidade Fyra entre Amesterdão e Bruxelas foi suspenso. Um fiasco que põe em causa a forma como os contratos internacionais de fornecimento são adjudicados.


Ao admitir que está "farto disto tudo", o diretor executivo da empresa belga de caminhos-de-ferro NMBS, Marc Descheemaecker, exprimiu a opinião de muitos passageiros do comboio de alta velocidade Fyra.
O diretor da NMBS deixou que a sua irritação fosse visível a 21 de janeiro,durante o programa de televisão De zevende dag, transmitido pela VRT. O Fyra, o comboio que deveria fazer a ligação de alta velocidade entre Amesterdão e Bruxelas, é um fracasso. Desde o início que a pontualidade deixava muito a desejar [ver abaixo] e, desde o passado fim de semana, o comboio pura e simplesmente não circula – uma situação que poderá manter-se por vários meses.
As causas variaram entre obstáculos na via a problemas na infraestrutura em Roterdão. Também foram frequentemente referidos problemas de TIC [informação e comunicação] que atrasavam os comboios ou os faziam parar entre estações por períodos indefinidos de tempo. Segundo parece agora, problemas técnicos do material rolante, o V250, também são motivo de sérias preocupações.

Ter cuidado com os tostões e perder milhões
Aparentemente, os comboios não têm condições para enfrentar blocos de gelo. Foram encontrados na via um pedaço de carroçaria e uma grelha de proteção do comboio Fyra. Não é de espantar que a secção de segurança dos caminhos-de-ferro belgas tenha proibido a circulação [a 18 de janeiro].
Os dedos acusatórios estão agora apontados ao fabricante, a empresa italiana AnsaldoBreda, que emitiu um apressado pedido de desculpas. Mas a questão é também o motivo por que a NS-Hispeed e a NMBS optaram por este fornecedor e não por construtoras mais conhecidas de material rolante da rede europeia, como a Siemens, a Alstom ou a Bombardier. Tratar-se-á de um caso típico de "ter cuidado com os tostões e, mais tarde, perder milhões"?
A secretária de Estado holandesa Wilma Mansveld (Infraestruturas, Partido Trabalhista) comprometeu-se a disponibilizar um serviço de comboios alternativo, segundo uma carta enviada a 22 de janeiro, à Câmara Baixa do parlamento holandês.
Paciência esgota-se
Tudo indica que a paciência que a secretária de Estado demonstrou inicialmente em relação ao Fyra está a esgotar-se. Wilma Mansveld vai utilizar os poderes de que dispõe para vincular os operadores de transportes aos acordos firmados quando a concessão foi atribuída e para os obrigar a fazer novos acordos.
Na verdade, é o mínimo que pode fazer. Além de, evidentemente, exigir que a NS e a NMBS realizem uma investigação aprofundada sobre a causa de tal fracasso.
Isso significará igualmente reabrir as discussões entre belgas e holandeses sobre a ligação ferroviária de alta velocidade – que, nem mesmo nos melhores momentos, foram marcadas pela flexibilidade –, numa altura em que o futuro do Fyra está em jogo.
Os passageiros só podem ter esperança que, de tudo isto, resulte um horário fiável. Afinal de contas, a fiabilidade é muito mais importante do que a falsa promessa de alta velocidade.

Na Holanda - Partido anti-imigração e anti-islamização é agora o mais apoiado pelo povo

por A-24, em 11.12.12
Na Holanda, o Partido da Liberdade (PVV), liderado por Geert Wilders, ultrapassa agora, de acordo com a mais recente sondagem (Maurice de Hond), os outros dois maiores partidos, nomeadamente o liberal VVD e o trabalhista PvdA.
A sondagem de Hond indica que o PVV ganharia vinte e quatro dos cento e cinquenta assentos se houvesse uma eleição legislativa amanhã. O PvdA alcançaria vinte e três assentos e o VVD, juntamente com os socialistas, teriam cada qual vinte e dois assentos.
O apoio popular à coligação governamental tem vindo a cair desde as eleições de Setembro e da polémica sobre as alterações nos seguros de saúde, que foram desde então abandonadas.

E não é que o raio do povinho está cada vez mais insurrecto, a elite cultural e politicamente reinante não lhe conseguiu ensinar que é feio votar nos partidos «xenófobos!»... Gladius

Holanda: e se as ciclovias fossem aquecidas?

por A-24, em 28.11.12

As bicicletas são um dos símbolos holandeses e as autoridades do país estudam a hipótese de aquecer as ciclovias. O objectivo é aumentar o uso de "biclas" no Inverno
Para já, é apenas uma proposta em cima da mesa: várias cidades da Holanda estão a considerar aquecer as ciclovias para encorajar o uso de bicicletas no Inverno, recorrendo a energia geotérmica para prevenir a formação de gelo.
Existem na Holanda 18 milhões de bicicletas (número estimado apresentado pela BBC) para uma população de menos de 17 milhões. Ao todo são 35 mil quilómetros de ciclovias espalhados pelo país.
Aquecer cada quilómetro destes percursos especialmente desenhados para ciclistas custaria entre 20 mil a 40 mil euros. Apesar do preço elevado, Marcel Boerefijn, um dos responsáveis pela proposta, apontou à BBC a diminuição de acidentes e do uso de sal nas estradas como algumas das vantagens.
Já o porta-voz da Dutch Cyclists Unions, Arien de Jong, disse, ao mesmo órgão de comunicação britânico, estar muito entusiasmado com este projecto. “Se as ciclovias estiverem com gelo durante um período de quatro semanas, isso resulta em mais de sete mil acidentes envolvendo ciclistas”, referiu. É uma medida vantajosa em termos financeiros e de segurança, disse.
Para já, a cidade de Zutphen, no leste do país, aguarda um estudo preliminar para saber se pode pensar mais a sério na proposta. O mesmo acontece na província de Utrecht.
Público P3

Holanda: A renovar (sem perder qualidade) desde os anos 70; Revolução trouxe sangue novo e líder premiado

por A-24, em 01.11.12

É sabido que o país das tulipas é um dos grandes formadores do futebol mundial (tudo começou anos 70 com o Ajax, e desde então a Holanda nunca mais parou. Em todas as décadas conseguiram resultados importante ao nível da selecção, e principalmente deram ao Mundo alguns dos melhores praticantes desta modalidade). 
Olhando para os jogadores que representam a seleção nacional holandesa atual, observa-se que grande parte destes mesmos atuam no seu país de origem, contrariamente ao que se passou no Europeu de 2012, onde com Van Marwijk a comandar, acumulou 3 derrotas em tantos outros jogos. Existiram ecos de que a falta de profissionalismo de alguns elementos como Van Persie, que parava os treinos para falar ao telemóvel ou que arrogância de outros (Afellay foi para o estágio gabar-se de que jogava no Barcelona, questionando outros colegas onde estes atuariam) foram razões para esta desastrosa prestação. Mas a verdade é que os pupilos não pareciam estar do lado do seu mestre. Mas Holanda de hoje mudou. 
Esta ''laranja mecânica'' aparece comandada por Van Gaal (treinador com um currículo que fala por si e Campeão Europeu com o Ajax) e já soma 4 vitórias em 4 jogos. Mas não só o comando técnico mudou (para melhor, diga-se). Esta seleção apresenta um curioso numero de jovens que atuam no seu país de origem e que têm feito parte do 11 inicial nesta fase de qualificação. Falo de jogadores como Van Rhijn (21 anos) e Bruno Indi (defesa nascido no Barreiro de 20 anos), que têm tomado bem conta da defesa, de Clasie (21) que têm comandado o miolo holandês ou de Lens (24 anos e que esta época tem feito vários golos, curiosamente no ano passado foi até meio da temporada suplente de Labyad) e Narsingh (22 anos) que têm revolucionado o ataque. Parece óbvio que existindo confiança e trabalho na área de formação, os resultados podem aparecer e apesar de muitos terem uma idade muito tenra, em 2014 estarão mais experientes. 
No entanto, não deixa de ser extraordinário esta capacidade/coragem de, numa fase onde a Holanda podia acusar a pressão do mau Euro 2012, renovar a equipa com jogadores muito jovens (na Holanda não se olha a idades), com pouca experiência, e que pouco ou nada tinham actuado pela selecção principal até à chegada de Van Gaal. 
Junto com outros jovens como Zoet, Viergever, Janmaat, Willems, Leroy Fer, Luuk de Jong e Adam Maher, aparecem os já habituais Sneijder, Van Persie, Van der Vaart, Heitinga, Robben, Kuyt, Huntelaar, Nigel de Jong ou Stekelenburg (entre outros que poderão e irão aparecer) e depois do grande Mundial 2010 (onde foi finalista vencido) e do desilusivo Europeu de 2012, onde poderá ir esta Holanda no Mundial 2014 (em condições normais estará presente)? Teremos de novo futebol espetáculo por parte dos holandeses (tal como no Europeu de 2008)? Como se explica esta capacidade da Holanda em renovar a sua selecção (algo que já dura desde os anos 70), conseguindo que a mesma seja sempre competitiva? Seria possível a selecção portuguesa imitar esta política do país das Tulipas?

Ricardo Fonseca