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A-24

Lewis Hamilton é o novo campeão do mundo de Fórmula 1

por A-24, em 23.11.14

No último Grande Prémio da temporada, em Abu Dhabi, o piloto britânico Lewis Hamilton (Mercedes) conquistou o título de campeão do mundo, superiorizando-se ao alemão Nico Rosberg.
Hamilton terminou a corrida no primeiro posto, enquanto o seu rival enfrentou problemas no seu Mercedes e acabou a corrida a passo de caracol, tendo mesmo sido dobrado pelo seu colega de equipa e novo campeão do mundo.
No segundo lugar do GP de Abu Dhabi terminou o brasileiro Felipe Massa (Williams) e no terceiro o finlandês Valeri Bottas (Williams).
À entrada para a derradeira prova, Hamilton precisava apenas de ser segundo para conseguir o segundo ceptro mundial, após o conquistado em 2008, mas acabou por ganhar no circuito de Yas Marina, terminando as 55 voltas em 1h39m02,619s, numa prova que liderou desde o arranque, sucedendo a Sebastian Vettel, que venceu os últimos quatro Mundiais.
Lewis Hamilton junta o seu nome ao lote de pilotos com dois títulos mundiais e que integra o italiano Alberto Ascari, o escocês Jim Clark, o britânico Graham Hill, o brasileiro Emerson Fittipaldi, o finlandês Mika Hakkinen e o espanhol Fernando Alonso.

Ex-piloto de Fórmula 1 Andrea de Cesaris morre em acidente de moto

por A-24, em 08.10.14
O italiano Andrea de Cesaris, antigo piloto de Fórmula 1 nas décadas de 1980 e 1990, morreu domingo, aos 55 anos, em acidente de moto, em Roma.
O italiano Andrea de Cesaris, antigo piloto de Fórmula 1, nas décadas de 80 e 90 do século passado, morreu domingo, aos 55 anos, em acidente de moto, em Roma.
O antigo piloto da Alfa Romeo, McLaren e Jordan perdeu o controlo da moto enquanto circulava em via lenta, numa circular da capital transalpina, e faleceu na sequência do impacto.
De Cesaris competiu entre 1980 e 1994, num total de 208 provas, que o levaram ao recorde da carreira mais longa sem qualquer vitória no Mundial de Fórmula 1, no qual competiu por 10 equipas.
Ainda assim, em 1982, nos Estados Unidos, tornou-se, aos 22 anos, no mais jovem piloto a sair na frente da grelha de partida.
O seu melhor resultado foram dois segundos lugares, em 1983, na Alemanha e na África do Sul, pela Alfa Romeu.

A morte de Andrea de Cesaris registou-se no dia em que a Fórmula 1 assistiu ao grave acidente do francês Jules Bianchi, no Grande Prémio do Japão, estando o francês em estado crítico. Observador

Um novo herói - Daniel Ricciardo

por A-24, em 09.06.14
O piloto australiano Daniel Ricciardo (Red Bull) venceu neste domingo o Grande Prémio (GP) do Canadá e alcançou o primeiro triunfo da sua carreira na Fórmula 1, enquanto o alemão Nico Rosberg (Mercedes), segundo, consolidou a liderança do Campeonato do Mundo.
O GP do Canadá resultou na primeira derrota da temporada para a Mercedes. A “ditadura” de vitórias da escuderia alemã, que tinha triunfado nas seis primeiras corridas do ano e assegurado cinco dobradinhas seguidas, foi quebrada por Daniel Ricciardo, que assim obteve o primeiro sucesso da carreira na F1 e ofereceu também o primeiro triunfo de 2014 à campeã mundial Red Bull.
O australiano ultrapassou Nico Rosberg a duas voltas do final em Montreal, mas o alemão, segundo, consolidou a liderança do Mundial de Pilotos, graças ao abandono de Lewis Hamilton, seu colega de equipa e também o seu principal concorrente na luta pelo título. Rosberg, que somou o 5.º segundo lugar nesta temporada, aos quais juntou duas vitórias, aumentou de quatro para 22 pontos a vantagem sobre o britânico. O tetracampeão mundial Sebastian Vettel (Red Bull) foi terceiro numa corrida que terminou neutralizada pelo safety car, depois de um choque entre Felipe Massa (Williams) e Sergio Perez (Force India), quando ambos lutavam pelo 4.º lugar.

De resto, o safety car também esteve na pista nas primeiras voltas do GP, após um acidente entre os dois Marussia de Max Chilton e Jules Bianchi. Depois, durante algum tempo, chegou a parecer que a sexta dobradinha da Mercedes seria inevitável, com os seus dois pilotos, com vantagem sobre a concorrência, a lutarem pela liderança. Mas Rosberg e Hamilton tiveram de lidar com problemas nos seus carros. Pouco depois de ter conseguido finalmente passar Rosberg quando saiu da sua segunda passagem pelas boxes, Hamilton acabou por abandonar com problemas nos travões.
Entretanto, vários pretendentes encurtaram a desvantagem para Rosberg, cujo carro não respondia no máximo, e foi Ricciardo, de 24 anos, no 57.º GP da sua carreira, a garantir o triunfo. Público

O G.P. do Mónaco ao longo dos tempos

por A-24, em 01.06.14
Via Formula 1

In our series exploring the history of Grands Prix through a selection of iconic images, we focus the lens on Monaco. This trip down memory lane takes in seawater-induced chaos, one of the most dramatic finishes of all time, a huge first-corner shunt, an unusual celebration and more…


Ocean spray causes chaos, 1950
As if racing around the tight confines of Monaco wasn’t hard enough, on the first lap of the 1950 race - which occurred just eight days after the inaugural round of the world championship in Great Britain - the drivers arrived at Tabac corner (so named because of the tobacconist’s shop you can see in the background of this picture) to find an unexpectedly sodden track. It transpired that a particularly stiff breeze had swept water over the harbour wall and onto the track, instigating the chaotic scenes visible in this picture. Giuseppe Farina - who was running second to fellow Alfa pilot Juan Manuel Fangio - was the first to lose control of his car (pictured far left), and was subsequently collected by Froilan Gonzalez’s Maserati. Seeing the accident, Luigi Fagioli hit the brakes only to be hit by Louis Rosier’s Talbot who in turn had been pranged by Robert Manzon’s Simca. In total ten cars were eliminated in the pile-up, but Alberto Ascari (car 40 on the right of this picture) managed to wriggle his Ferrari 125 through the carnage and eventually came home second to Fangio.
(© LAT Photographic)


Mighty Moss puts on a Monaco masterclass, 1961
In the 1960 Monaco race, Stirling Moss took the Lotus marque’s first Grand Prix win with a privately-entered Lotus 18. When the Briton returned to the Principality a year later with the same ageing, underpowered car, no one expected him to challenge for victory again, especially up against Ferrari’s powerful fleet of ‘sharknose’ 156s. Against the odds Moss set pole, but still there were doubters - even when he assumed the lead on race day. The Scuderia’s trio of Richie Ginther, Phil Hill and Wolfgang von Trips all tried in vain to catch Moss, but by churning out one qualifying-style lap after another, the Briton managed to keep them at arm’s-length all the way to the chequered flag. Unsurprisingly, the race is remembered as one of Moss’s finest, requiring not only supreme skill but maximum concentration, both of which are evident in this picture. You may notice that the side panels of his car are missing. According to the man himself, they were removed before the race to aid cooling. 
(© Sutton Images)

Mr Monaco makes it a hat-trick of wins, 1965
It was not for nothing that Graham Hill was given the nickname ‘Mr Monaco’. Five of the moustachioed racer’s 14 career victories came on the streets of the Principality, a track which suited his derring-do driving style to a tee. One of Hill’s finest drives on the Riviera came in 1965 when he had to charge back through the field after losing the lead to a bungled pass on a backmarker. This picture, taken as Hill climbed back up the order, shows the Englishman’s green BRM rounding station hairpin between the Ferraris of John Surtees and race leader Lorenzo Bandini. Despite his early setback, Hill would go on to win by over a minute from Bandini. 
(© Sutton Images)

Stewart reigns supreme at ‘new’ Monaco, 1973
It wasn’t until 1973 that the Monaco circuit took on the configuration that we recognise today, with the building of a harbour-front swimming pool causing major changes at the end of the lap. Meanwhile, further back around the track the tunnel was extended due to the building of the Loews Hotel next to ‘station’ hairpin - and in this picture you can see 1973 race winner Jackie Stewart piloting his Tyrrell 006 through this iconic section of track. The Scot’s third and final triumph in the Principality moved him level with friend and mentor Jim Clark on 25 career victories.
(© LAT Photographic)

Daly takes flight at the first corner, 1980
Ste Devote is a difficult corner at the best of times, but never more so than at the start of a race when 20-plus cars are all jostling for position. Unsurprisingly there have been several first-lap shunts at the bend, the most spectacular of which was surely the one pictured here in which Derek Daly’s Tyrrell hopped, skipped and jumped over several other cars. The carnage was triggered when the Irishman ran into the back of Bruno Giacomelli’s Alfa Romeo and was then launched into the air, vaulting Alain Prost’s McLaren and team mate Jean-Pierre Jarier’s car in quick succession. Amazingly, no one was hurt in the melee, but all four cars involved were eliminated on the spot.
(© LAT Photographic)

Patrese emerges triumphant after dramatic finish, 1982
Races in Monte Carlo are rarely dull, but it took until lap 74 of 76 for the 1982 Monaco Grand Prix to burst into life. It was at this point that long-time leader Alain Prost lost control of his Renault on the harbour front, allowing Brabham’s Riccardo Patrese to pick his way through the wreckage and into P1. Suddenly, the Italian looked set for a first F1 win, but moments later he too had spun to a standstill at the Loews hairpin, engine stalled. Ferrari’s Didier Pironi and Alfa Romeo’s Andrea de Cesaris had both made their way past the stricken Patrese before he was able to bump-start his car back to life with a little assistance from the marshals. But there was more drama to follow. Coming out of the tunnel on the final lap, Pironi’s car ran out of fuel and ground to a halt. Victory now looked set to pass to De Cesaris, only he too had stopped with an engine problem. So who would win? None other than a resurgent Patrese (pictured here spraying champagne), though he and the timekeepers were a little confused by the notion at first, even sending fifth-placed Elio de Angelis (pictured left, partially obscured by De Cesaris) up onto the podium by mistake…
(© Sutton Images)

Senna makes amends, 1989
In 1988 Ayrton Senna qualified an astonishing 1.4s ahead of McLaren team mate Alain Prost, but gifted his great rival victory in the race by crashing out of a dominant lead. A year later, the Brazilian was determined not to make the same mistake again. This time he qualified 1.1s ahead of Prost and although the Frenchman remained pinned to Senna’s tail in the early stages of the race, he had no answer when the Brazilian turned the wick up. This picture shows the duo climbing up Beau Rivage towards Massenet, just before Senna put in a string of fastest laps to open the gap. Senna eventually came home 52s ahead of Prost for his second victory in the Principality.
(© LAT Photographic)

Panis wins war of attrition, 1996
Given his late father’s record there, it was only natural that Damon - son of Graham - Hill would want to win in Monaco more than anywhere else, but despite his dominant start to the season, 1996 was not to be the Englishman’s year. Instead, F1 racing witnessed a different, though no less fitting, fairy tale as a Frenchman in a French car won on this most famous part of the French Riviera. Olivier Panis started the wet/dry race in 14th, but through a combination of high attrition (only three cars were running at the flag) and bold overtaking, he soon moved up the order. Despite a clash with Eddie Irvine’s Ferrari and a spin at the chicane, the Ligier driver found himself on course for a famous victory when first Hill’s Williams gave up the ghost and then Jean Alesi’s Benetton followed suit. Here Panis is pictured proudly flying theTricolore from his cockpit on the slowing down lap.

Schumacher and Alonso crash out of contention, 2004
There’s a certain irony to this picture which shows Michael Schumacher’s Ferrari passing the destroyed remains of Fernando Alonso’s Renault in the 2004 race. The Spaniard had just crashed in the tunnel whilst attempting an around-the-outside pass on Ralf Schumacher’s lapped Williams. Then, barely three laps later whilst the safety car was out to clear Alonso’s car, Michael Schumacher had a near identical crash in the tunnel after tangling with the other Williams of Juan Pablo Montoya. 
(© Sutton Images)

Webber head over heels after perfect weekend in Monaco, 2010
How do you celebrate victory in Formula One racing’s most glamorous event? By back flipping into a swimming pool of course! The driver about to splashdown in this picture is Red Bull’s Mark Webber who’d just completed a near perfect weekend in the Principality. On the Saturday he claimed an inch-perfect pole position, whilst on the Sunday he brilliantly maintained his composure in a race that featured no fewer than four safety-car periods. Better still, the result lifted Webber above team mate Sebastian Vettel (dripping with water in the background of this shot) in the championship standings.

O extraterrestre que apareceu em São Paulo e desapareceu em Ímola

por A-24, em 04.05.14


Vinte anos após ter morrido, Ayrton Senna continua a ser o maior símbolo da Fórmula 1. O Expresso tentou perceber o que fazia do brasileiro um "extraterrestre", como o apelidava quem o conheceu.
TEXTO: MARIANA CABRAL
FOTOS: GETTY IMAGES 
"Oinício do Mundial de Fórmula 1 de 1984 foi no Brasil, em Jacarepaguá, e eu fui às boxes para fotografar o piloto que se ia estrear naquele dia. Ele estava lá sentado, dentro do carro, e não estava ninguém à volta, porque nessa altura ainda podíamos andar à vontade. Comecei a tirar fotografias e ele, de capacete amarelo, levanta a cabeça de repente. Identifico-me e o Senna interrompe-me: 'Então, Francisco, já nos conhecemos'. Fiquei encavado, porra, mas este puto conhece-me de onde?"
Francisco Santos, na altura com 42 anos, já conhecia o puto de capacete amarelo, o novo piloto da modesta equipa da Toleman, mas não se lembrava. O puto, pelo contrário, lembrava-se bem. "Em 1979, eu trabalhava numa agência publicitária em São Paulo, no Brasil, e um dia a minha secretária diz-me: 'Francisco, tá aqui um garoto pra falar com você'. Entra-me ali um miúdo com 19 anos e pede-me para lhe arranjar um patrocínio para correr na Europa", conta ao Expresso.

"Na altura, o patrocínio não se proporcionou e nunca mais vi o rapaz. Até àquele dia, em Jacarepaguá, quando ele me diz 'você não trabalhou numa agência de publicidade em São Paulo?'. Fiquei verde, porque não me lembrava nada dele. Ao longo dos anos, ele mandava-me de vez em quando umas piadinhas sobre isso", graceja.

O puto, então com 24 anos, era só aquele que se tornaria um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1: Ayrton Senna da Silva. "É difícil comparar pilotos e épocas diferentes, mas foi de certeza o mais carismático de todos os tempos. Para o povo brasileiro, ele era um deus. Aliás, para o domingo só começava para eles depois de verem o Grande Prémio", conta Francisco Santos, agora com 71 anos e atualmente a escrever o quarto livro sobre o piloto natural de São Paulo.
Foi precisamente em São Paulo que Domingos Piedade, ex-vice-presidente da AMG-Mercedes, percebeu o poder do "grande amigo" Ayrton, campeão do mundo em 1988, 1990 e 1991, numa altura em que não havia redes sociais nem o acesso à informação que há hoje. "Estava a ir para a fábrica da Mercedes e perguntei ao motorista, que já conhecia bem, quando é que a filha dele ia casar. E ele responde-me 'oi doutor, só sei que tem de ser num fim de semana sem grande prémio'".
Domingos, que trabalhou com Emerson Fittipaldi e Michele Alborreto, tem dificuldades em escolher o melhor - "entre Maradona, Di Stéfano, Pelé, Ronaldo... quem foi melhor?" -, mas destaca Senna como um "extraterrestre", completamente diferente dos outros. "Acho que ele tinha qualidades que não eram normais, mas sobrenaturais. Ele tinha o dom de desmultiplicar a velocidade na mente dele e via tudo fácil e devagar, mesmo quando ia a alta velocidade. Isso vê-se nas provas que ele fazia à chuva, com trajetórias pouco normais", explica.
"Extraterrestre" também é, curiosamente, a palavra que Artur Lemos, ex-diretor de relações públicas da Ford, utiliza para descrever Senna, com quem considera ter sido "um privilégio" privar, não só por aquilo que era nas pistas, mas também fora delas. "Era uma pessoa fascinante, simpático e acessível para quem o conhecia, mas com uma personalidade fortíssima, com um carisma muito especial", defende.
"Já o admirava antes de ele entrar na Fórmula 1, porque ele sempre foi um vencedor no desporto automóvel, por tudo onde passava. Era realmente um extraterrestre dos automóveis", explica Artur, referindo-se à carreira de Senna nos karts, onde começou oficialmente logo aos 13 anos, apesar de já conduzir desde os quatro anos por influência do pai, ávido fã de automobilismo.
Em 1983, Senna já era campeão de Fórmula 3, em Inglaterra, e começou a chamar a atenção de diversas equipas de Fórmula 1. No ano seguinte, estreou-se na Toleman e, apesar do carro modesto, destacou-se no grande prémio do Mónaco, onde começou em 13º e ameaçou a liderança daquele que seria o seu grande rival nos anos subsequentes: Alain Prost.
Mas seria apenas em 1985, já ao serviço da Lotus, que surgiria a primeira grande vitória do piloto brasileiro, num sítio que passaria a ser a sua "segunda casa": Portugal. "Estava no Autódromo do Estoril na primeira vitória do Senna. Ele passou um atestado de incompetência a toda a gente nessa corrida. Foi fascinante porque a pista parecia um rio e, mesmo com as circunstâncias difíceis, ele bateu toda a gente", recorda Artur Lemos, confesso fã do brasileiro, ao ponto de colecionar quase tudo sobre ele, entre miniaturas de carros, capacetes, canetas e livros.
"Tenho uma boa coleção, com um pouco de tudo, que comecei nos anos 80 e fui sempre continuando. É valiosa porque retrata todos os grandes momentos dele", afirma Artur, que é gestor de eventos, sem apontar o valor das peças, ainda que as estime em alguns milhares de euros.
"Há quem se ligue a atores ou cantores. Para mim, é o automobilismo e o ídolo sempre foi e sempre será o Senna, o maior piloto de todos os tempos. Penso que me revia nele, um grande ganhador. Não vejo no horizonte ninguém que consiga preencher o lugar que ele deixou", defende Artur Lemos, acrescentando que também tem uma coleção dedicada a outro piloto que era fã de Senna: Pedro Lamy.

"Senna foi o meu ídolo, era a minha grande referência e vai continuar a ser sempre", confessa Lamy ao Expresso. "Tínhamos uma boa relação. O facto de ele na altura ter comprado uma casa na Quinta do Lago dava-nos alguma proximidade e ele sempre me deu conselhos - como devia abordar a entrada na competição, como devia ser mais eficaz na pista...", afirma Lamy, que entrou na F1 em 1993.
O piloto português da Lotus estava em Ímola a 1 de maio de 1994, no fatídico grande prémio de San Marino, que já tinha começado mal nos dias anteriores - e onde também Lamy embateu num carro, embora sem gravidade. "Foi um dia muito confuso e um fim de semana muito difícil, negro. Na altura, não sabíamos que ele tinha morrido, mas quando soubemos, mais tarde, foram momentos muito complicados para todos."

O fim de semana de Ímola começou com um acidente grave de outro brasileiro, Rubens Barrichello, na sexta-feira, e passou para a morte de um austríaco, Roland Ratzenberger, no sábado, acontecimentos que perturbaram Senna ao ponto de reunir os restantes pilotos para debater a segurança da pista.

"Sou daqueles que acha que ele no dia em que morreu sabia que ia morrer. Ele deu entrevistas a dizer que estava preocupado e acho que ele, como crente, sabia", diz Artur Lemos. "Lembro-me perfeitamente do dia e lembro-me perfeitamente que estava a ver na televisão e comecei a chorar."
Quando entrou na curva Tamburello, Senna, que ia a 300 quilómetros por hora, perdeu o controlo do carro e despistou-se contra um muro. Um pedaço da suspensão entrou pelo capacete amarelo do piloto de 34 anos e penetrou-lhe o cerébro, matando-o. Mais tarde, soube-se que o descontrolo aconteceu devido à quebra da coluna de direção do Williams e não devido a um erro do piloto.

"Foi um choque para todos, especialmente no Brasil, onde literalmente milhões de pessoas encheram avenidas para o enterro dele. Ainda hoje em dia a campa dele quase que não se vê, tal a quantidade de flores e fotografias", conta Francisco Santos, que lançou a primeira biografia de Senna logo em agosto de 1994.
"No aspeto afetivo dos seguidores, há uma Fórmula 1 antes de Senna e depois de Senna", considera Francisco Santos, que refere que nem Michael Schumacher chegou perto do estatuto do brasileiro, apesar de ter batido todos os recordes. . "Agora, a Fórmula 1 está uma seca tremenda."
Domingos Piedade vai mais longe. "Conheço o Michael [Schumacher] desde os 16 anos. Ele vem de uma classe baixa e na Fórmula 1 são, em bom português, todos uns cagões, com a mania que são especiais. E ele, como tinha um sotaque muito forte - por exemplo, como se fosse do Norte, em Portugal -, evitava falar, para se defender, e isso tornou-o mais introvertido", prossegue o ex-vice-presidente da AMG-Mercedes.
"O Ayrton não era assim. Era um miúdo educado, que aprendeu rapidamente inglês e usava palavras em inglês que os próprios ingleses tinham de ir ver ao dicionário o que é que significavam", graceja. "Nas conferências de imprensa dele bastava haver uma pergunta, porque ele depois dissertava sozinho. Ele marcou a Fórmula 1 nessa altura. Hoje em dia não há nada assim", sustenta Domingos Piedade.
Francisco Santos garante que havia dois Senna. "De quinta a domingo, ele era de uma determinação e concentração inigualáveis: o objetivo era ganhar e ele não pensava em mais nada. De segunda a quarta, ele era outro Senna, era um paquerador, como dizem os brasileiros. Era muito namoradeiro, teve vários romances e era uma pessoa muito jovial e brincalhanona".
A modelo Adriane Galisteu foi o grande amor da vida do piloto brasileiro. "Hoje é tudo tão plastificado... Já não há groupies, já não há glamour. Agora seria impossível haver, por exemplo, um James Hunt, a sair do carro com uma lata de cerveja numa mão e um cigarro na outra. Hoje, faço os impossíveis para não adormecer a ver Fórmula 1. Falta um apelo qualquer", diz Francisco. Vinte anos depois, ainda falta Ayrton Senna.
Expresso

Ayrton Senna

por A-24, em 01.05.14
Andre Abrantes Amaral

Ayrton Senna morreu há 20 anos. Em Outubro de 1984, Senna, ainda ao volante de um Toleman, encontrava-se em segundo lugar no Grande Prémio de Portugal e foi o último obstáculo que Lauda teve de ultrapassar para se sagrar campeão pela terceira vez. Nesse dia, quando as atenções se centravam no austríaco, olhei para o meu pai e disse-lhe que daquele momento em diante, iria torcer por Senna. Não importava que a equipa fosse fraca. O que ele transmitia, e eu era um miúdo nessa altura, era uma tal vontade de vencer que tudo seria possível. A partir desse dia deixei de apreciar corridas de F1 para passar a ver Senna conduzir um fórmula 1.


A 21 de Abril do ano seguinte, no Estoril, Senna venceu pela primeira vez. Chovia desalmadamente e o brasileiro cilindrou tudo e todos. Nada restou além dele; ele e os saltos de alegria dentro do Lótus preto, feliz como se fosse o culminar de uma carreira quando ainda era o seu princípio. Aqueles pulos, ao mesmo tempo que guiava o carro após cortada a meta, eram a alegria que Senna deixava transparecer no que fazia de melhor. Ayrton tinha uma alegria ingénua e juvenil na vitória que nunca desapareceu. Nem quando já era tri-campeão do mundo, nem quando entrou na sua última curva em Imola. Foi essa ingenuidade, aliada à genialidade que tornava fácil o que fazia, que o fizeram incomparável.
Foi a jovialidade que lhe deu a coragem. ‘Um homem corajoso’ como o definiu o cineasta Arnaldo Jabor. A coragem para enfrentar um sistema de interesses que só podia nascer num espírito simples. A coragem de se superar a si próprio, mesmo quando isso implicava falhar, deixando incrédulos os que puxavam por ele. Como muitos outros, custava-me crer quando Senna não conseguia e deixava de ver as corridas quando ele saía.
Mas Senna tinha algo mais: comunicava com os fãs. Quando fazia o impensável, Senna respondia não só ao apelo dos que torciam por ele, mas à crença mais íntima de que não havia impossíveis. Foi assim quando, no Japão, partiu da 16.ª posição e venceu a corrida que lhe deu o título em 1988. Ou, em Donington, em 1993, quando a primeira volta foi suficiente para passar de 5.º para 1.º. Se havia algo bom demais para acontecer, acontecia. Era alegria pura. Sofríamos até a corrida acabar. Sofríamos defendendo-o sempre, a toda a hora, contra os que preferiam a cautela de Prost. Sofria-se porque se estava à frente e era preciso bater o recorde da pista; e o recorde de vitórias. E do número de voltas mais rápidas. Senna imbuía-nos da ansiedade da vitória, da tranquilidade dos sonhos realizados.

F1 - Epílogo de 2013, Antevisão de 2014

por A-24, em 28.12.13
A. Carvalho

O ano de 2013 foi péssimo para os fãs da competição em si. Apenas os apoiantes de Sebastian Vettel se salvam neste capítulo, pois assistimos a um verdadeiro "one man show" por parte do piloto alemão. Tetracampeão, aos 26 anos, igualou o maior número de vitórias numa época (13 em 19), bem como superou o maior número de vitórias consecutivas (9), o que lhe permitiu terminar o campeonato numa incrível série de 231 dias sem conhecer o sabor de qualquer outro lugar que não o primeiro no pódio. Nem nos tempos de Michael Schumacher assistimos a algo do género (não fosse a sua diferença para o segundo classificado, Fernando Alonso, também um recorde). Alonso e Nico Rosberg, com duas vitórias cada, Lewis Hamilton eKimi Raikkonen, com uma, foram os únicos que conseguiram contrariar o domínio da Red Bull-Renault em corrida, equipa que consequentemente, venceu o quarto título mundial consecutivo de construtores (a Mercedes foi a segunda classificada). 



Notas marcantes do ano foram também o fim da série de provas consecutivas nos pontos de Raikkonen (que constitui um recorde), iniciada no Bahrain, em 2012, com término no Grande Prémio da Bélgica, 27 provas depois. A McLaren realizou uma temporada para esquecer, já que foi apenas o quarto ano em que a escuderia terminou sem qualquer lugar no pódio, o primeiro em 33 anos. A Mercedes conseguiu, mesmo que por poucas vezes contrariar o domínio da Red Bull, enquanto que a Lotus, apesar dos problemas financeiros conseguiu 14 classificações no pódio (8 através de Kimi e 6 por parte de Grosjean). Mark Webber realizou a sua última temporada no escalão máximo do automobilismo, tendo sido mais notícia pelos momentos caricatos onde esteve presente, entre os quais a ultrapassagem de Vettel ao australiano contrariando a ordem da equipa, além da "boleia" que recebeu de Fernando Alonso, no Grande Prémio de Singapura, do que propriamente pelos resultados obtidos.

2014 
Para bem da competição, é urgente mudar os índices de competitividade da prova. Mais um passeio da Red Bull e será bastante prejudicial para as audiências televisivas, entre outros aspectos. Muitas mudanças importantes a ter em conta, como a existência de novos motores V6 em vez de V8, uma versão mais potente do sistema de recuperação de energia, bem como alterações a nível da aerodinâmica. "Dança das cadeiras" em algumas equipas, onde Daniel Ricciardo (ex-Toro Rosso) substitui Mark Webber na Red Bull, Pastor Maldonado substitui Raikkonen na Lotus, sendo que o finlandês segue para a Ferrari, onde formará uma dupla espectacular com Fernando Alonso. Não existirá piloto número 1 dado o temperamento dos dois, pelo que existe uma grande expectativa do que poderão fazer, na luta com Vettel. Daniil Kvyat assumiu uma vaga na Toro Rosso, lugar esse que todos os portugueses queriam que fosse para António Félix da Costa. O número total de Grandes Prémios vai manter-se nos 19: para compensar a saída dos GP da Índia e Coreia do Sul teremos o regresso do GP da Áustria e a estreia do GP de Sochi, na Rússia. O elevado número de alterações pode levar a que todas as equipas iniciam os trabalhos praticamente "a partir do zero", mas quem conta com Christian Horner, e principalmente Adrian Newey, leva logo vantagem.

F1: Alguém vai impedir o tetra de Vettel?

por A-24, em 17.03.13

A temporada de 2012 pode não ter sido a mais renhida dos últimos anos, mas foi sem dúvida a mais imprevisível. De entre todas as surpresas, destacamos duas: o 3º lugar no mundial de pilotos de Kimi Räikkönen que em muito contribuiu para levar a Lotus a um surpreendente 4º lugar à frente da Mercedes (não fossem os sete abandonos de Romain Grosjean e poderíamos ter assistido a algo ainda mais histórico); e o tricampeonato de Vettel, que conseguiu mais pontos nas últimas 7 corridas da temporada (141) do que nas 13 primeiras (140), e que fez com que se passasse de um imprevisível Fernando Alonso líder na recta final do campeonato para um improvável Vettel que apenas garantiu o campeonato no último GP (Interlagos começa a ser cada vez mais o culminar de temporadas impressionantes). De referir ainda as boas impressões deixadas por Grosjean, Pérez, Hulkenberg e Maldonado, e as péssimas prestações de Michael Schumacher e Felipe Massa.

2013 afigura-se como uma continuação da boa temporada de 2012. Com a saída de Schumacher da Mercedes, Hamilton consegue ganhar uma equipa (ter dois chefes de fila é o mesmo que ter nenhum, já não resulta desde o tempo de Prost e Senna, e Hamilton e Button nunca souberam funcionar na harmonia necessária para um bom desempenho conjunto) e Pérez ganha um lugar merecido numa das equipas da frente. O facto de não haverem grandes alterações a nível regulamentar técnico, e a mais relevante a nível desportivo ser a limitação da utilização do DRS nas qualificações faz com que tenhamos os ingredientes bem definidos para a próxima temporada. No que toca ao campeonato de construtores, temos uma Redbull à partida favorita, com um projecto sólido, dois bons pilotos, e acima de tudo, uma estrutura muito bem definida. Ferrari (não se percebe a contínua aposta em Felipe Massa, mas Alonso lá vai salvando), Mercedes, Mclaren e Lotus aparecem num patamar ligeiramente mais abaixo, mas todas elas com argumentos para ter uma palavra no título de equipas de 2013. Também será interessante analisar a temporada de Sauber, Williams e Force India, onde Hulkenberg, di Resta e Maldonado também podem conseguir resultados interessantes (Hulkenberg e Maldonado estão ao nível de Pérez, apenas não tiveram a mesma sorte). No que toca ao campeonato do mundo de pilotos, é tudo muito mais interessante. Das 5 equipas da frente, todas elas têm campeões do mundo e em todas elas parece haver à partida um chefe de fila (Vettel, Alonso, Button, Hamilton, Räikkönen são curiosamente os 5 campeões do mundo e os 5 primeiros classificados da temporada passada), pelo que será interessante ver um campeonato de pilotos a 5, todos eles de equipas diferentes, algo inédito (quando Schumacher voltou nunca se esperou que conseguisse competir com o poderio dos da frente). Hulkenberg, Maldonado e mesmo di Resta também podem vir a ter uma palavra no top 10 (nunca se sabe o que esperar de Massa, da fiabilidade da Mclaren ou da inconsistência de Rosberg). 
Grosjean, se lhe for dado o espaço necessário e for mais consistente, também pode realizar uma temporada bastante interessante e apesar de à partida não considerarmos que tenha argumentos para os 5 pilotos da frente, tem todas as condições para melhorar o 8º lugar da temporada passada e discutir directamente com Pérez, Webber (já passou a melhor fase da sua carreira), Massa (vale-lhe ter a Ferrari) e Rosberg uma boa classificação. No que toca aos rookies, será curioso ver os argumentos que Valtteri Bottas tem para mostrar (foi campeão de GP3 em 2011, e desde então é piloto de testes da Williams), sendo à partida o melhor dos cinco que se estreiam este ano (Esteban Gutierrez, Valtteri Bottas, Giedo van der Garde, Max Chilton, Jules Bianchi). Jules Bianchi (bons desempenhos em GP2, piloto de testes na Ferrari em 2011 e na Force India em 2012) pode surpreender pela experiência, e Gutierrez (parece ter dado um salto demasiado grande para ser companheiro de Hulkenberg) pelo carro que a Sauber apresenta, também podem vir a ter uma palavra no que toca aos pontos em algumas corridas. O que é que devemos esperar de 2013? Vettel pode conseguir o tetra? Será o ano da afirmação de Hamilton após deixar a Mclaren? Terá a Lotus capacidade de chegar ao pódio de construtores? Pérez vai ser capaz de mostrar o potencial que mostrou na temporada passada? Maldonado e Hulkenberg, podem ter uma palavra a dizer no top10? E por último, a mudança de regulamentos para 2014 poderá ter alguma influência no desenlace da época de 2013?

Sebastian Vettel tri-campeão do mundo de F1

por A-24, em 25.11.12

O alemão Sebastian Vettel tornou-se neste domingo, aos 25 anos e 145 dias, o mais jovem tricampeão mundial de Fórmula 1, destronando um recorde que pertencia a Ayton Senna (fez o tri em 1991, aos 31 anos).

No Grande Prémio do Brasil, em Interlagos, o título só ficou decidido nas últimas voltas, quando ficou claro que o sexto lugar era suficiente para o alemão ser campeão pela terceira vez seguida - Alonso foi segundo na última corrida do ano.
Numa corrida com dois candidatos ao título (e em que o vencedor seria o mais jovem tricampeão de sempre), Vettel partiu em vantagem. Não só porque tinha mais 13 pontos do que Alonso, mas também porque largava do quatro lugar, enquanto o espanhol saía do sétimo.
Vettel tinha tudo a seu favor. Só que as coisas complicaram-se para o alemão logo na partida, quando foi ultrapassado por Alonso. E pioraram quando sofreu um toque de Bruno Senna, que o relegou para último posto.
A partir daí, Vettel iniciou uma fulgurante recuperação, numa corrida emocionante e marcada por várias paragens dos pilotos nas boxes (a chuva foi uma constante) e pela entrada do safety car em pista.
Ao fim de 71 voltas, Jenson Button (McLaren) venceu a corrida, mas a glória ficou para Sebastian Vettel, que se junta a Jack Brabham, Jackie Stewart, Niki Lauda, Nelson Piquet e Ayrton Senna no lote de tricampeões mundiais.
Alonso terminou a corrida em segundo lugar e ficou a três pontos do título, no que cada vez mais parece uma sina do espanhol. Depois de ter sido campeão em 2005 e 2006, o asturiano já ficou um par de vezes à porta do título.
Já Vettel prossegue a sua caminhada para ficar na galeria dos mais notáveis entre os notáveis da Fórmula 1.
O alemão que não gosta de ser comparado a Michael Schumacher teima em seguir os passos do compatriota e em tornar mais adequado do que nunca o epíteto de Baby Schumi, como é conhecido na Alemanha.
O título conquistado por Vettel neste domingo faz dele o terceiro piloto a ganhar três campeonatos consecutivos, algo que não acontecia desde que Schumacher o conseguiu no início da década de 2000. Schumi despediu-se definitivamente da Fórmula 1 com um sétimo lugar nesta corrida.

Um talento precoce
A marca mais evidente da carreira de Vettel é a precocidade. Como muitos outros pilotos, iniciou-se muito cedo nos karts. Aos três anos, já conduzia a brincar e aos sete estreou-se em provas a sério. Foi campeão alemão e europeu de karting, antes de passar para a Fórmula BMW, que venceu em 2004 com triunfos em 18 das 20 corridas. Seguiu-se a passagem pela Fórmula 3, onde encontrou adversários como Lewis Hamilton, tendo sido quinto em 2005 e segundo em 2006. Esse ano marcou também a primeira estreia de "Seb" na F1. Participou nos treinos livres do GP da Turquia pela BMW, sendo o mais novo (19 anos e 53 dias) a fazêlo, numa sessão em que também foi o mais rápido... a ser multado. Ultrapassou o limite de velocidade (60 km/h) ao sair da boxes e teve de pagar 1000 dólares. Ainda em 2006, causou boa impressão ao ser o mais rápido na sessão de treinos livres de sexta-feira no GP de Itália.
Os bons indicadores tiveram consequência em 2007, ano em que finalmente Vettel se estreou numa corrida. Então piloto de testes da BMW, foi chamado para ocupar o lugar de Robert Kubica (a recuperar de um acidente) no GP dos EUA e mostrou novamente serviço, ao terminar em oitavo, tornando-se o mais jovem de sempre (19 anos e 349 dias) a pontuar na F1. Não foi, por isso, surpresa quando ainda em 2007 a Toro Rosso o contratou para o lugar de Scott Speed.
Da Toro Rosso saltou para a Red Bull, pela qual viria a tornar-se o mais jovem campeão mundial, em 2010. No ano seguinte, repetiu o recorde de precocidade, ao ser o mais novo bicampeão, proeza que agora repete como tricampeão.
Conhecido pelo bom humor (é o "palhaço" no paddock e gosta de dar nomes aos seus carros) e pela humildade, Vettel detém agora quase todos os recordes relacionados com a idade, Além de ser o mais jovem campeão, bicampeão e tricampeão mundial, foi o mais novo de sempre a ganhar um Grande Prémio, a conseguir uma pole position, a subir ao pódio e a pontuar, entre outras façanhas menores.

Comentário de um espanhol realista no jornal Marca: ALONSO......HASTA HOY, te respetaba más como persona...... pero en fin, uno debe mostrar su grandeza en su derrota, cosa que tu no has hecho..... te has olvidado de la caja de Massa en la carrera pasada, y del SC primero en la carrera de hoy..... DAS LÁSTIMA...... desde tu último campeonato, has corrido en los dos PRINCIPALES EQUIPOS de la HISTORIA y no has GANADO NADA........ hoy has tenido TODO a TU FAVOR..... Golpe y trompo de Vettel que lo dejan último, lluvia, un SC inentendible, error de táctica de equipo, error al hacerle esperar en boxes mientras preparan las ruedas, un compañero que le atacaba, abandono de los dos primeros que acerca a Alonso al liderato, MASSA que te deja pasar...... y aún así has perdido y te quejas de GROSJEAN...... dás LÁSTIMA......

Inimigos íntimos: quando a rivalidade no desporto obriga a jogar, não a jantar

por A-24, em 03.10.12

Hulk e Witsel chegaram ao Zenit e revolucionaram a equipa. A inveja dos descontentes, como chamou Dalí ao termómetro do sucesso, leva muitas vezes as equipas ao êxito. O bom relacionamento não é fundamental.
Hulk e Witsel deixaram Portugal para rumarem à Rússia. Os ordenados elevados e o estatuto de estrelas criaram uma divisão na equipa do Zenit. “Percebia se fosse o Messi ou o Iniesta”, disse o capitão Denisov — e foi dispensado para as reservas. A inveja e os egos não são um caso único no desporto. Muitos tornam-se inimigos íntimos e têm de superar as diferenças pelo bem comum da equipa. A história deu-nos alguns exemplos ao longo do tempo e, dizem os resultados, nem sempre negativos.

Moniz Pereira não tinha dúvidas sobre como conciliar dois dos melhores atletas mundiais nos treinos do Sporting, nas décadas de 70 e 80. Carlos Lopes e Fernando Mamede mal se falavam — ainda hoje é raro ouvir uma palavra do campeão olímpico sobre aquele que foi durante anos o recordista mundial dos 10 mil metros, ou vice-versa. “Nos treinos faziam o que eu mandava, se não deixavam de treinar naquele momento. Ou então vinha eu embora”, conta ao PÚBLICO o treinador, hoje com 91 anos, dizendo que às vezes eram inscritos os dois atletas na mesma prova. “Apesar de haver essa crispação, nunca deixei que isso afectasse o rendimento.”



Na Fórmula 1, a rivalidade de Ayrton Senna, quando se juntou a Alain Prost na McLaren, em 1988, saltou para as páginas dos jornais. O auge da animosidade aconteceu no final de 1989, quando o título se decidiria entre os dois em Suzuka: os McLaren chocaram, quando o francês bloqueou a passagem do brasileiro. Senna continuou em prova e seguiu ilegalmente cortando a chicane; ganharia a corrida, mas ser-lhe-ia retirada a vitória e o título ficou à mercê de Prost. Um episódio que se repetiria na época seguinte, também em Suzuka, mas agora com os dois em diferentes equipas: desta vez, o desfecho inverteu-se. A 260km/h, Senna não deixou Prost fazer a curva e bateram os dois. Fora de prova, o título ficou nas mãos do brasileiro. 

“O que ele fez foi lamentável, é um homem sem valor”, disse na altura Prost. Senna admitiria, um ano depois, que a manobra tinha sido premeditada, em retaliação pelo que Prost lhe havia feito no ano anterior. 

Mesmo assim, nos dois anos em que os dois pilotos convergiram na McLaren, em 1988 e 1989, a escuderia conseguiu 30 “pole positions” (26 de Senna contra quatro de Prost), 25 vitórias (14-11), 15 voltas mais rápidas (5-10) e dois campeonatos (1-1). 

Nas motos, a rivalidade entre Jorge Lorenzo e Valentino Rossi na Yamaha também é histórica. Os dois cruzaram-se entre 2008 e 2010 e o relacionamento era mau. Eram muito parecidos, de egos inchados e a lutarem ambos pelo título. O italiano exigiu mesmo que colocassem um muro entre os dois na ofi cina para o espanhol não ver as afi nações da sua mota. Rossi acabaria por sair para a Ducatti devido ao título de Lorenzo. 

Mas durou pouco tempo, já que o italiano vai reencontrar o espanhol novamente na Yamaha nesta época. “Somos pilotos vencedores e nunca queremos perder. Acredito que o nosso relacionamento melhorou, mas talvez porque estávamos em equipas diferentes. Na Yamaha vai ser complicado o relacionamento melhorar”, admitiu Lorenzo sobre o regresso de Rossi, a quem acusou de ter um problema de carácter.

“A rivalidade não tem que afectar os resultados, porque querem sempre vencer por eles próprios”, conta Dan Abrahams, sociólogo do desporto, citado pela “CNN” sobre o mal-estar na dupla alemã de ténis Michael Stich e Boris Becker, campeã olímpica de pares nos Jogos de Barcelona 92. 

“Pode ter existido hostilidade a um nível social, mas foi apenas isso. No court só interessava vencer. ”A equipa de futebol do Sporting em 1982 também beneficiou dessa vontade dos jogadores, já que os egos de Jordão, Manuel Fernandes e António Oliveira tornavam as coisas difíceis. A época terminou com a conquista do campeonato e da Taça, com 16 golos em 34 jogos de Oliveira, ao lado de Jordão (35-37) e Manuel Fernandes (21-39). “Não é o fim do mundo os jogadores não serem amigos. Estudos em psicologia desportiva sugerem que os atletas não têm de gostar uns dos outros para a equipa ter sucesso”, diz ainda Abrahams.