No livro “A Face Oculta de Fidel Castro”, Juan Reinaldo Sánchez afirma que em 1988 ouviu inadvertidamente através do circuito interno de vigilância e gravação o presidente cubano a autorizar a proteção temporária de um traficante sul-americano (“lanchero”) no país a troco de 75 mil dólares.
“Foi como o céu me caísse em cima. Aturdido, incrédulo, petrificado, queria acreditar que ouvira mal ou que estava a sonhar, mas, infelizmente, era a realidade. Em poucos segundos, todo o meu universo, todos os meus ideais caíram por terra”, escreve Juan Reinaldo Sánchez, que a partir desse momento viu desmoronar-se a imagem que tinha de Fidel Castro.
“Apercebi-me de que o homem por quem sacrificava a minha vida desde sempre, o Líder que venerava como a um deus e que, aos meus olhos, era mais importante do que a minha própria família, estava envolvido no tráfico de cocaína à maneira de um verdadeiro ‘padrinho’”, sublinha o antigo elemento da segurança privada de Fidel, que atualmente vive exilado em Miami, Estados Unidos.
Segundo o antigo guarda-costas, foi o acumular de suspeitas acerca de tráfico de droga promovido pelo próprio regime cubano, com ligações à Colômbia e ao Panamá, que levou Fidel Castro a acusar o general Ochoa, veterano da guerra civil angolana e herói da batalha do Cuíto Cuanavale contra as forças sul-africanas.
Ochoa e mais dois oficiais foram condenados à morte e executados e o antigo ministro do Interior José Abrantes sentenciado a 20 anos de cadeia, morrendo misteriosamente na prisão porque era preciso fazer parar notícias que teriam arruinado a reputação de Fidel Castro, segundo o autor do livro.
É um caso de fraude fiscal e branqueamento de capitais que está a ser investigado desde junho de 2011 pelo DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal). Trata-se de uma investigação à rede que ligou os gestores de fortunas suíços da empresa Akoya, Michel Canals e Nicolas Figueiredo, aos seus clientes portugueses. Esta rede funcionaria entre Portugal, Suíça e Cabo Verde. Canas e Figueiredo, antigos quadros do banco suíço UBS, são suspeitos de terem montado uma rede para fugir ao fisco e branquear capitais. Essa rede foi utilizada por pessoas influentes em Portugal, ligadas à vida política, económica e desportiva do país.
Segundo o DCIAP, o caso começou a ser investigado “tendo por base factos identificados na investigação do caso BPN”, tendo sido detetados fluxos financeiros, ocorridos entre 2006 e 2012, que atingem cerca de 200 milhões de euros, escreve o Diário Económico.
É considerado o maior caso de fraude fiscal e branqueamento de capitais em Portugal.
Como funcionava a fuga ao fisco?
Na Rua do Ouro, em plena Baixa lisboeta, funcionava a Montenegro Chaves, loja de Francisco Canas, – conhecido como o “Zé das Medalhas” – que ganhou fama como casa de câmbio logo a seguir ao 25 de abril de 1974 e que serviu de porta de saída a muitos milhões de euros que rumavam à Suíça, acabando por desaparecer sem deixar rasto.
Como disse a RTP, Francisco Canas funcionava como intermediário para o negócio de Michel Canals. Era por essa loja da baixa que passavam todos os clientes do gestor suíço, que entregavam o dinheiro a Francisco Canas que depois o depositava em contas em seu nome no BPN de Portugal e de Cabo Verde. De acordo com o Expresso, as verbas eram transferidas para contas na Suíça e, em alguns casos, os clientes levantavam esse dinheiro na loja.
A lista de clientes de Michel Canals contém mais de 10 mil nomes, de acordo com a RTP, e inclui alguns dos maiores empresários do país. Segundo o Expresso, a descoberta do esquema “Monte Branco” assustou muitos detentores de fortunas no estrangeiro, sendo que muitos acabaram por aderir ao Regime Extraordinário de Regularização Tributária (RERT).
Quem foi ouvido, citado e detido?
No decorrer da investigação foram detidas cinco pessoas, sendo que três delas ficaram em prisão preventiva e as restantes foram sujeitas ao pagamento de caução. A operação envolveu mais de 30 mandados de busca, tendo sido apreendidos 450 mil euros, escreve o Público.
No total, há sete arguidos no caso: Michel Canals, Nicolas Figueiredo, Francisco Canas, José Pinto, Ricardo Arcos Castro, José Carlos Gonçalves e um sobrinho de Francisco Canas, com o mesmo nome.
Michel Canals e Nicolas Figueiredo – Os administradores da Akoya foram detidos em maio de 2012 e libertados em outubro desse ano.
Francisco Canas e a família – Segundo o Expresso, Canas ganharia uma comissão pelos serviços prestados. Mas na sua família terá havido outros a lucrar com o negócio. Francisco Canas foi detido e ficou em prisão domiciliária até ser libertado em maio de 2013.
Ricardo Arcos Castro - Dono da empresa de gestão de fortunas Arco Finance, foi detido em Lisboa, em maio de 2012.
Duarte Lima – O advogado terá recorrido aos serviços de Canas para canalizar dinheiro para a Suíça.
Manuel Vilarinho – A casa do antigo presidente do Benfica foi alvo de buscas pelo Ministério Público por suspeita de fraude fiscal e branqueamento de capitais, lembra o Dinheiro Vivo. Segundo o Expresso, Vilarinho admitiu ser cliente da rede, mas garantiu já ter pago os impostos em falta, através do RERT. Não foi constituído arguido.
Maria José Rau – A antiga inspetora-geral da Educação e secretária de Estado de António Guterres terá recorrido aos serviços de Francisco Canas, mas, em declarações ao Expresso em 2012, disse que a família regularizou tudo através do RERT e que “deixou de haver Canas”. Maria José Rau contou ao semanário que nunca foi contactada pelas autoridades que investigam o caso “Monte Branco”.
José Carlos Gonçalves – Este empresário do imobiliário e da construção civil de Alenquer foi o sexto arguido do processo, em dezembro de 2012. Gonçalves era sócio da empresa representante da Suzuki em Portugal, a Cimpomóvel.
Como lembra o Expresso, o caso Monte Branco deu origem a uma crise política porque José Maria Ricciardi foi posto sob escuta entre setembro de 2011 e fevereiro de 2012. Nessas escutas foram ouvidas conversas com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o ministro dos Assuntos Parlamentares da altura, Miguel Relvas. Nesses telefonemas, Ricciardi falava com Passos Coelho e Relvas sobre as privatizações da REN e da EDP. Essas escutas deram origem a outro processo para investigar estas privatizações.
Apesar de Passos Coelho não ter sido considerado suspeito da prática de qualquer crime, Ricciardi foi constituído arguido.
Qual a ligação de Ricardo Salgado?
O banqueiro foi alvo de escutas durante a investigação do caso “Monte Branco”, mas nunca foi constituído arguido. Segundo o livro “O Último Banqueiro”, de Maria João Babo e Maria João Gago, Salgado foi identificado como cliente da Akoya e decidiu prestar esclarecimentos às autoridades, de forma voluntária.
Como lembra o Diário Económico, o antigo presidente executivo do BES foi ouvido no final de 2012 no DCIAP no âmbito deste processo. Na altura, a PGR disse que Salgado não era suspeito e que não havia indícios para lhe imputar a prática de ilícito fiscal.
No livro “O Último Banqueiro” escreve-se que antes de ser ouvido pelo Ministério Público, o banqueiro pôs em ordem a sua situação fiscal aproveitando o RERT e fez três retificações no valor de 4,3 milhões de euros. O jornal i de 17 de janeiro de 2013 noticiou que Ricardo Salgado tinha feito retificações à declaração de rendimentos de 2011, depois de se ter “esquecido” de declarar 8,5 milhões de euros.
Poucos dias depois, o ex-presidente do BES garantia ao Jornal de Negócios: “Nunca fugi aos impostos nem sou suspeito disso ou de qualquer outra coisa”. Quanto ao dinheiro que não tinha sido declarado, Salgado explicou que este tinha sido “ganho no estrangeiro” durante os 17 anos que trabalhou fora de Portugal.
O livro lançado no passado 15 de julho revela que Salgado terá recebido 14 milhões de euros e não 8,5 milhões do construtor José Guilherme. Este montante foi transferido pelo construtor para a sociedade offshore de Ricardo Salgado, a Savoices.
Francis Fukuyama ficou famoso em 1988 por causa da publicação de seu livro O Fim da História. A tese que ele defendia era tola e simplória: a democracia liberal havia derrotado todos os sistemas e, dali em diante, passaria a ser o arranjo preponderante e superior a todos os outros. Isso se comprovou uma óbvia inverdade. Pense no Islã. Pense na política burocrática reinante na China. Pense em Hong Kong e em Cingapura, que não têm democracia -- ao menos, não no estilo defendido por Fukuyama.
À época, o livro recebeu uma estrondosa publicidade. Hoje, ele raramente é citado. Nunca entendi por que esse livro foi levado a sério. No entanto, durante um bom tempo, várias pessoas o levaram a sério. Já em 1995, Fukuyama publicou outro livro: Confiança. A publicidade recebida por este livro foi ínfima. Mas o livro é excelente. Digo mais: é um dos mais importantes livros já escritos sobre economia e ordem social.
Neste livro, Fukuyama analisa os efeitos da confiança sobre uma sociedade. Os EUA, até aproximadamente 1960, possuíam uma enorme vantagem competitiva em relação ao resto do mundo por causa do alto nível de confiança que seus habitantes tinham em relação aos seus conterrâneos. À medida que a confiança foi declinando, a taxa de crescimento econômico também declinou. Concomitantemente ao declínio na confiança houve um aumento no número de advogados.
Já uma das sociedades menos produtivas de toda a Europa Ocidental é a do sul da Itália. Ele atribui isso à falta de confiança que reina na região. Esse é um dos motivos pelos quais as sociedades secretas, especialmente a Máfia, têm tanta influência no sul da Itália: tais organizações provêm um mínimo de ordem social para seus membros, e a população em geral não oferece muita resistência à existência destas organizações.
Erica Firpo/The Local "Last Friday, a Cologne court began the trial of Gabriele S. - a Sicilian immigrant accused of tax fraud. The case is part of the larger investigation called the Scavo Commission into mafia outreach in the Rhineland that has uncovered far more than shell companies and tax evasion. "The mafia has infiltrated every sector in Germany from construction to alternative energy, from waste management to shareholding of large companies or banks. “They buy votes and influence elections through bribery, corruption”, said Roberto Scarpinato, attorney general of Palermo’s court of appeals and anti-mafia pool, in an article published in Wired Italia.
According to Wired Italia, and in collaboration with Investigative Reporting Project Italy (IRPI) and media publisher Funke, the mafia is “increasingly present in Germany”. Imported machinations of Calabrian and Sicilian crime families have been in place for decades, but more recently have been upping their activity in German industries, the investigation reveals. Statistics from Germany’s Federal Criminal Police (BKA) detail 460 suspected mafia members living in the country, with hands in construction, bribery, politics, fake food and clothing products and illicit food services including at least 300 pizzerias.
Mob activity has also become increasingly more visible. In August 2007, an ‘Ndrangheta massacre in Duisburg left six people dead, leftovers from the nearly two-decade “San Luca feud” which started in Calabria. In January 2013, 17 people from Germany and Sicily were arrested at a Colonge bar in a tax-evasion scheme that continues to unravel a tangled web of mafia and ‘Ndrangheta involvement. Scarpinato said: “The mafia in Germany wants the Germans to think it doesn’t exist. It doesn’t need to be violent, it can seduce with money. “Of course, there is still the violent face of the mafia in Italy, but that only shows itself when the power of convincing by money isn’t enough. “In times of crisis like today, the power of money and corruption can become an epidemic that shakes the foundations of a society. Germany has to decide whether to accept the mafia, or fight it."
O governo detém o monopólio da criação de leis. E o monopólio da criação de leis gera oportunidades para se roubar legalmente. Roubar legalmente significa aprovar uma lei ou regulamentação que favoreça um determinado grupo à custa de todo o resto da economia, principalmente os pagadores de impostos.
Grupos de interesse -- por exemplo, grandes empresas ou empresários com boas ligações políticas -- ansiosos por adquirir vantagens que não conseguem obter no livre mercado irão procurar determinados políticos e fazer lobby para "convencê-los" a aprovar uma determinada legislação que lhes seja benéfica. Essa legislação pode ser desde a imposição de tarifas de importação até a criação de agências reguladoras que irão cartelizar o mercado e impedir a entrada de novos concorrentes. Pode também ser uma mera emenda orçamentária que irá beneficiar alguma empreiteira que será agraciada com a concessão de alguma obra pública.
Em todos esses casos, o dinheiro público estará sendo desviado e desperdiçado, seja em obras superfaturadas, seja na criação de burocracias desnecessárias e que irão apenas encarecer os preços dos bens e serviços e reduzir sua qualidade. E quanto maior o volume de dinheiro público desviado, maior é a fatia que acaba indo parar no bolso desses próprios políticos.
O índice da economia paralela subiu 4% em 2012, passando de 25,49% em 2011 para 26,74% em 2012, revelou esta quarta-feira Óscar Afonso, vice-presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude (Obejef), da Faculdade de Economia do Porto.
Em termos absolutos, o aumento foi menor, da ordem dos 2%, para 44.100 milhões de euros, devido à queda de volume do produto interno bruto (PIB), que caiu 3,2% em 2012.
A economia não registada, outra das designações para definir toda a parte da economia que, por diversas razões, não é avaliada pela contabilidade nacional, ou seja, não paga impostos, ascende a mais de metade da ajuda externa da troika.
O aumento de cerca de mil milhões de euros registado entre 2011 e 2012 daria para pagar um mês de salários na função pública e ainda sobravam 200 milhões de euros.
Segundo cálculos do Obejef, sem economia paralela, o PIB nacional teria ascendido a 209 mil milhões de euros em 2012. Sem economia não registada e aplicando uma taxa de imposto de 20% a essas actividades, o défice público seria negativo em 1,7%, e em percentagem do PIB o valor ainda seria negativo, mas de apenas 0,85%.
O índice da Faculdade de Economia, o único calculado a nível nacional, inclui produção ilegal, produção oculta (subdeclarada ou subterrânea), produção informal, produção para uso próprio (autoconsumo) e produção subcoberta por deficiências da estatística. Por sectores, a maior peso da economia paralela verifica-se no comércio e serviços, segue-se a indústria e depois a agricultura.
As principais causas para a economia não registada é a carga fiscal, onde se inclui os impostos directos e as contribuições para a Segurança Social, a carga de regulação, onde se inclui o consumo do Estado, e a evolução do mercado de trabalho/desemprego.
Para o combate à economia paralela, o Obejef reafirma as sugestões de outros anos, com a necessidade de maior transparência na gestão de recursos públicos, edução da sociedade civil, justiça rápida e eficaz, combate à fraude empresarial, combate à utilização abusiva de convenções de dupla tributação. Inclui ainda o incentivo à utilização de meios electrónicos e combate ao branqueamento de capitais.
Desde 1970, o peso da economia paralela passou de 9,3% para 26,74% em 2012. A média dos países da OCDE, em 2010, era de 16,5%.
The seemingly unstoppable spread of Italy's most powerful organised crime group has now seen it establish outposts in the UK and Ireland, according to anti-mafia judges.
Fuelled by its control of a €27 billion-a year-cocaine business, the 'ndrangheta mafia, with its roots in the southern Italian region of Calabria, has begun to colonise London and Dublin, warn the Reggio Calabria magistrates in key reports.
The documents, including the 'Crimine' and 'Crimine 2' probes into 'ndrangheta activity, reveal the astonishing extent to which the crime cartel has established itself around Europe.
In London, the Aracri and Fazzari clans are thought to be active in the money laundering, catering and drug trafficking. The level of the activity in the UK and Ireland is low relative to continental Europe. But given the group's ruthlessness and ambition, few experts doubt that its presence in the British Isles will increase as it has in other European countries.
Earlier this year, authorities in the south of France warned that the notoriously violent group, which sprang to public attention following the internecine murders of six members outside a pizza restaurant in Duisberg, Germany, 2007, was colonising France's Cote d'Azur, with bases in Marseilles, Monte Carlo, Nice and Menton. 'ndrangheta activity in Barcelona has also risen significantly
"They control territory with extortion and intimidation as they do in Calabria or the urban outskirts of Milan, demanding protection money - and not only from Italian ex-pats," said Michele Prestipino, an anti-mafia prosecutor from Reggio Calabria.
"'ndrangheta is everywhere," the super-grass Luigi Bonaventura, said yesterday in a video interview with La Repubblica. "You only need two to three people to form a cell." Once the number of local mobsters reaches 50, the cell becomes a "locale".
"In Germany they have dozens of locali," Bonaventura said. "In Holland and Belgium they control the ports, in the Cote d'Azur they control the hotels, in Bulgaria investments in the tourist sector on the Black Sea, in the Balkans they control the drug routes."
Other informants have revealed how the crime syndicate is skilled at forming alliances with existing criminal groups before going on to exploit them. This cunning has been credited in a recent report by the Dutch police warning that over twenty senior 'ndrangheta figures and hundreds of their associates are now successfully trading in arms and drugs with authorities virtually unaware of their existence.
The lack of special anti-mafia laws outside of Italy make the rest of Europe fertile ground for 'ndrangheta clans. In Italy, convicted mobsters face long stretches in solitary confinement. And members can be jailed under the catch-all crime of "mafia association". This is not the case outside Italy.
Some observers have even noted how Germany, the biggest 'ndrangheta stronghold outside Italy, has assumed its increasingly familiar role of subsidising the activity of more workshy southern Europeans. The wives of jailed 'ndrangheta mobsters in Germany get state unemployment benefits of €365 a month. "And they don't even have to pay their rent. How is that possible?" said Vito Giudicepietro, a local union representative in the German town of Singen, which saw a huge influx of southern Italians in the late 1950s.
According to Magistrate Prestipino, the lack of anti-mafia laws "is the biggest obstacle". "In Europe, the institutions have trouble understanding the dangers of organised crime clans and their ability to intimidate," he told La Repubblica.
Ao que chegamos é de ler: "Há um século, no mínimo, era a forca..."PARA O CONDECORADO E PARA O CONDECORADOR"
Biografia do Major Valentim dos Santos de Loureiro (Nasce em Calde, a 24 de Dezembro de 1938), empresário, político e dirigente desportivo português.
Frequentou o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, sem o terminar. Juntou-se ao exército sobre o regime Salazarista e, anos depois, foi julgado e condenado em tribunal militar por andar a vender munições ao PAIGC que, alegadamente, matava os nossos soldados na Guiné. Foi também condenado por roubar as rações do exército para lucro próprio (ficando posteriormente conhecido por muitos como o "Capitão Batata"). Isto porque estava no aprovisionamento militar e desviava géneros e bens alimentares para vender para fora.
Foi expulso, com desonra, do exército.
Foi, depois do 25 de Abril, readmitido e promovido a Major pelo Conselho da Revolução.
Desviou, alegadamente, 40.000 contos do BCP com uma transacção com um cheque em dólares americanos sobre um banco que não existia.
Como cônsul "honorário" da Guiné-Bissau usou esse título para, alegadamente, falsificar certidões de nascimento de jogadores e potenciais jogadores de futebol, que comprou e vendeu numa tipologia de negócio pouco digna.
Distinguiu-se como dirigente desportivo, tendo sido presidente do Boavista F.C. entre 1972 e 1995 e presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) até Agosto de 2006. Actualmente (2008), é presidente da Assembleia Geral da mesma instituição.
Na política, foi militante do Partido Social-Democrata, tendo sido presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Porto. Assumiu um papel activo quando em 1993 aceitou ser candidato à Presidência da Câmara Municipal de Gondomar, vencendo as eleições desse ano, e as de 1997 e 2001. Após ser desfiliado do PSD por ser acusado de práticas ilícitas enquanto autarca, venceu novamente as eleições de 2005, com a lista independente «Gondomar no Coração», que alcançou 57,5% dos votos.
Foi ainda Presidente da Junta Metropolitana do Porto, entre 2001 e 2005 e Presidente do Conselho de Administração da Empresa Metro do Porto, S.A.
Em Julho de 2008 foi sentenciado a 3 anos de prisão suspensa, no âmbito do processo judicial conhecido como Apito Dourado.
Foi recentemente condecorado com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, por Cavaco Silva, por motivos referentes aos seus "serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, pelos serviços de expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores". Um gesto inaceitável da parte de alguns, tendo em conta o historial negro do indivíduo.
Pelos Portugueses é considerado uma Vergonha Nacional, mas infelizmente pela classe política é um herói em virtude de pertencer à corja de políticos que temos. Isto nada abona a favor do nosso país e mostra que somos um povo passivo que nada faz para o seu próprio bem futuro.
"Há um século, no mínimo, era a forca..."PARA O CONDECORADO E PARA O CONDECORADOR"
Portimão. Município gastou 2,5 milhões a modernizar estádio
Obras foram feitas através de ajustes directos. Luís Carito, o vice-presidente detido na quarta-feira, foi sócio do director do Portimonense
A Portimão Urbis, empresa municipal da câmara com maior endividamento per capitado país, gastou 2,46 milhões a modernizar o estádio de futebol do Portimonense. Todos os contratos, adjudicados entre Agosto de 2010 e Outubro de 2011, foram celebrados sem qualquer concurso público. Ou seja, por ajustes directos. Luís Carito, vice-presidente socialista detido esta quarta-feira e que fica em prisão preventiva até ter uma pulseira electrónica, era à data dos factos membro do conselho de administração daquela empresa municipal e foi sócio do director do Portimonense - José Fernando Teixeira da Rocha - numa empresa. Os outros quatro detidos foram libertados na noite de sexta mediante caução e estão impedidos de comunicar uns com os outros. (...)
Esta é apenas uma peça de um puzzle que está a ser analisado e que leva a PJ e o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) a suspeitarem de corrupção, branqueamento, administração danosa e participação económica em negócio (aplica-se a funcionários que lesem os interesses públicos).
Como o i avançou ontem, está em causa um esquema que terá prejudicado a Portimão Urbis em milhões de euros e que envolve a Picture Portugal (empresa parceira da Cidade do Cinema), os seus administradores (Luís Varela Marreiros e Artur Curado) e dois autarcas do município algarvio (o vice-presidente e o vereador Jorge Campos).