Romper o isolamento
por A-24, em 18.10.14
A condição arquipelágica e o turismo, como motor da nossa economia, colocam no setor dos transportes a trave mestra do sucesso ou insucesso de qualquer estratégia de desenvolvimento e crescimento económico para a Madeira e o Porto Santo. As negociações entre Açores e Lisboa para a liberalização dos transportes aéreos demonstram, de forma cabal, o insucesso do processo que a Madeira seguiu em 2005. Um governo PS cá irá reatar negociações com Lisboa e colocar em cima da mesa a questão, por nós levantada desde o início, de um teto máximo no valor das passagens para os residentes. Não pode existir descontinuidade e isolamento Constitucional numa lógica penalizadora dos Madeirenses em que um residente pode ter de pagar em determinados períodos mais de 400 euros para ir a Lisboa, enquanto um Açoriano pagará no máximo 134 euros.
Todos pudemos constatar a importância de termos uma linha marítima regular entre a Madeira e o Continente. O PS-Madeira, assumindo responsabilidades governativas a partir de 2015, irá repor a linha marítima, porque entendemos que é fundamental para a visão que temos do desenvolvimento da nossa Terra. Iremos baixar os preços das viagens para o Porto Santo porque são inadmissíveis os preços hoje praticados. Tornam proibitivas as deslocações de e para o Porto Santo. O Porto Santo vive uma situação de asfixia económica e social que só pode ser quebrada com transportes marítimos de baixo custo.
Hoje pagamos tudo mais caro na Madeira. O elevado custo do transporte de mercadorias é a principal razão. O diferencial fiscal em matéria de IVA, que tinha exatamente por objetivo compensar os Madeirenses pelos custos de transportes, desapareceu. Pagamos mais caro do que qualquer congénere nacional para ter acesso aos bens de consumo. A política de transporte de mercadorias terá de ser revista para que os preços ao consumidor final estejam em linha com o todo nacional. Só assim, com uma verdadeira política de transportes, poderemos ter um verdadeiro projeto de desenvolvimento para a Madeira.
É um facto incontornável: vivemos numa ilha, em duas ilhas, e relativamente distantes do continente português. Onde uns vêm um entrave outros vêm um mar para navegar, ou um céu para voar. A forma como encaramos as situações e como as resolvemos tem muito a ver com o ponto de vista e com a ambição que temos para a nossa Terra.