Real Madrid vence a Liga dos Campeões pela 10ª vez
por A-24, em 24.05.14
Sérgio Ramos ao nível do melhor do Mundo e um Di María com "pilhas Duracell" desequilibram final de Lisboa; Atlético esteve perto do sonho, com Godín quase a ser herói novamente (tinha dado a La Liga há uma semana), mas o golo de Ramos aos 93' ressuscitou os merengues (os colchoneros morreram no prolongamento); Bale esteve muito perdulário mas decidiu de cabeça, Ronaldo apesar de se ter dado pouco ao jogo ainda fez o 17º golo nesta edição da LC, Casillas quase comprometeu o título com um erro tremendo, Carletto teve mérito nas substituições (Marcelo deu vida aos Blancos); Gabi encheu o campo, Godín e Miranda fizeram mais uma grande exibição
A Décima, ainda que com algum sofrimento, finalmente chegou. O Real Madrid conquistou a 10.ª Liga dos Campeões da sua história ao bater, no Estádio da Luz, o rival Atlético por 4-1. O volumoso resultado é enganador para o que se passou em campo, mas o desfecho - para aquilo que sucedeu durante os 120' (os blancos massacraram na 2.ª parte) - acabou por ser justo. Um super Ramos (o golo do central - aos 93' - ressuscitou o Real) foi a chave do sucesso desta grande final que, embora nem sempre bem jogada, foi vibrante e emocionante. O Atlético esteve muito perto de fechar a temporada de forma épica, mas o prolongamento foi fatal para os elementos de Simeone (os jogadores estavam nos limites). Em termos individuais, Cristiano Ronaldo aumentou o seu recorde (17.º golo nesta edição da LC) e conquistou a sua 2.ª Champions, apesar de ter estado pouco em jogo. Bale foi o herói da reviravolta, depois de muitos falhanços (um elemento deste calibre não pode ser tão perdulário), enquanto Ramos fez uma exibição fantástica (o seu golo foi decisivo). Di María desequilibrou o jogo com a sua energia impressionante (prestação incrível). Nos colchoneros, Gabi foi o melhor (impressionante a intensidade e agressividade), sendo que Miranda e Godín também estiveram a bom nível. Diego Costa durou apenas 9' e Tiagoesteve menos competente que é habitual ao nível do passe.

Destaques:
Sérgio Ramos - Exibição impressionante do central merengue. Foi mesmo o rosto da remontada do Real. Lutou, esteve em todo o lado (incrível nos duelos individuais), empurrou a equipa para a frente (uma qualidade de passe tremenda) e ainda fez o decisivo golo do empate. O internacional espanhol conquistou assim o título que lhe faltava na sua carreira e de maneira merecida.
Ancelotti - Mais uma LC para o currículo e esta vitória tem muito dedo do italiano (o super-orçamento também ajuda). Em 1º lugar porque conseguiu o que muitos não conseguiram, depois pela maneira como mexeu com o jogo, a entrada de Marcelo teve um impacto importante na partida (com o brasileiro em campo os Blancos encostaram o Atlético), e principalmente pela transformação de Di Maria (que esteve muito perto de sair no último Verão). O argentino neste momento é o médio interior mais impressionante da actualidade e juntamente com Ramos foi a unidade do Real em maior destaque. Desde cedo que foi o que mais se deu ao jogo, o que mais desequilibrou (sempre castigado com muitas faltas) e no prolongamento a sua incrível capacidade física fez a diferença.
Simeone - O Atlético já conseguiu um feito extraordinário ao ganhar a La Liga e por poucos minutos não conseguiu algo épico (principalmente considerando a brutal diferença de orçamentos). E acabou por ser mais um jogo à imagem de "Cholo", equipa sempre muito junta, extremamente competente na defesa, e a tentar castigar o Real nas transições. Mas hoje, além do futebol ter tido pouca qualidade (verdade seja dita que nunca é muito entusiasmante, vive mais à base da qualidade táctica e alma da equipa), Simeone perdeu alguns pontos com as suas atitudes no prolongamento (há melhores maneiras de lidar com os desaires e na próxima época se continuar assim vai certamente entrar mais vezes em campo, já que muito dificilmente o Atleti vai conseguir apresentar esta força em 2014-15...o Verão deve levar os melhores jogadores).
Real Madrid - Remontada histórica e a Décima finalmente chegou. O golo de Ramos evitou a depressão e no prolongamento - com o desgaste dos colchoneros em todos os sentidos - tudo se decidiu. Varane fez uma exibição muitíssimo competente (melhor exibição da temporada), Coentrão não esteve muito feliz (agarrou-se por vezes à bola e não soube explorar o flanco), enquanto que Khedira demonstrou que ainda não está totalmente apto. Benzema nada acrescentou (Morata deu mais agressividade e vontade, apesar de . faltoso), Cristiano Ronaldo, deu-se muito pouco ao jogo mas selou a vitória com o histórico 17.º golo. Casillas podia ter sido o grande protagonista da final, pela negativa, mas Ramos salvou o nº1 merengue. O guardião falhou no golo e nunca deu tranquilidade à defesa (muito limitado a abordar os livres laterais).