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A-24

Reacções à Manif 15 setembro

por A-24, em 16.09.12
E se o FMI fosse embora amanhã? Com uma anúncio justificando a saída com a manifestação de hoje.
Qual seria a cara da maioria das pessoas que foram à manifestação de hoje?
Mao tinha um adjectivo para indivíduos com boas intenções facilmente instrumentalizáveis, e não era simpática: Idiotas úteis.
Como a esmagadora maioria dos Portugueses acho que esta subida de impostos anunciada para 2013 ultrapassa todos os limites. Não participaria em uma “manifestação contra a troika” que tem pago salários e pensões de várias pessoas da minha família. É uma questão de decência. Não é a troika que cobra impostos e que se alimenta deles. Se o FMI se fosse embora amanhã…eu nem quero imaginar como ficaria este país.
Ricardo G. Francisco in O insurgente


Em todo o País podem ter-se manifestado quase um milhão de pessoas. As maiores manifestações desde o 1º de Maio de 1974. Nenhum governo pode governar quando o consenso nacional é contra ele. Se continuar em São Bento, Passos sabe que estará sozinho no seu gabinete. Mas o país pediu mais do que a mudança de rostos. Mostrou que vale muito mais dos que supostamente o governam.

"Em Lisboa (...) os indignados não terão excedido 10 000". Do blogue Insurgente. Não preciso de comentários. São os mesmos que acham que os números provam que as medidas da troika estão a resultar.
Daniel Oliveira in Arrastão


A manifestação de ontem foi um relativo sucesso (relativo porque nos habituámos há muito a relativizar o impacto da rua nas opções eleitorais do portugueses). A manifestação conseguiu juntar pessoas de diferentes grupos: do Bloco de Esquerda ao PNR, sindicalistas, monárquicos, comunistas, Socretinos e até uma certa faixa mais oportunista do PSD e PP. Todos eles se apresentaram contra as medidas apresentadas pelo governo. O segredo do sucesso da manifestação foi precisamente esse: ter sido “contra”, o que fez com que ninguém se sentisse impedido de participar (eu próprio poderia ter participado porque também estou contra as recentes medidas).
O próximo passo é a organização de manifestações “a favor”, manifestações que apresentem alternativas. Eu não estou a dizer que as pessoas na manifestação de ontem não tinham alternativas, provavelmente tinham muitas e diversas. Tinham tantas e tão diversas alternativas que no dia em que qualquer um daqueles grupos resolver organizar uma manifestação “a favor” da sua alternativa, irá alienar grande parte dos manifestantes de ontem que estão tão contra as medidas do governo como as alternativas dos seus companheiros de manifestação. Talvez  no final se perceba que, entre todas as alternativas, as medidas do governo (ou similares implementadas pelo PS ou por um governo de iniciativa presidencial) são as que menos opositores têm.

Carlos Guimarães Pinto, in O Insurgente

Infelizmente as manifestações de hoje, além de mostrarem a decadência moral do português pela torpeza dos insultos escritos e chiados aos megafones, são uma tragédia que pode explicar o facto deste país não progredir economicamente. Vejamos as infantilidades das "massas" (algumas muito bem vestidas e equipadas com gadgets bem dispendiosos):

Não protestaram quando ocorria um endividamento monstruoso que ultrapassava o ritmo de mais de 100Euros/mês por português durante anos seguidos;
Protestaram contra as consequências, e não contra as causas, de um descalabro financeiro provocado por um gasto descabelado e inconsequente com dinheiro emprestado;
Demonizaram não os causadores dos problemas mas quem os tenta resolver;
Não percebem que se a Troika "for embora" rapidamente chegamos a uma situação de ruptura total: salários não serão pagos, escassez de bens e serviços, escassez de combustíveis, inflação galopante, etc. Terão a "vida" mas será um inferno bem pior que aquele que pensam ter agora.
Este Povo com cursos superiores, Novas Oportunidades, Mestrados, Doutoramentos, muitas viagens à estranja, férias no Algarve e BMW não deixa de ser aquilo que é: estruturalmente pobre. Não consegue analisar as consequências de decisões do passado, não consegue analisar e interpretar o presente e, por fim, não consegue antecipar as consequências que o facilitismo orçamental traria em apenas alguns meses.

Um empresário com esta mentalidade e superficialidade não vinga.
A realidade não é uma novela em que o fim pode ser escolhido pela populaça. A realidade não se pode exorcizar: amanhã apresenta-se de novo.