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A-24

Quadro final de medalhas dos Jogos Olímpicos e uma análise

por A-24, em 12.08.12

Como indica o quadro acima, os Estados Unidos venceram 104 medalhas, das quais 31 foram na natação e 29 no atletismo. A China quedou-se no segundo lugar com 87 medalhas, com medalhas repartidas por várias modalidades, das quais 10 foram no mergulhos, outras 10 na natação, 8 na ginástica artística e 7 no badminton. Em terceiro lugar a Rússia com 82 medalhas, sendo que 18 foram no atletismo, 10 nas lutas, 8 na ginástica artística, 6 no boxe e halterofilismo. Em quarto lugar a Grã-Bretanha com 65 medalhas, sendo que das quais 9 foram no ciclismo, outras 9 medalhas no remo e 6 no atletismo. Em quinto lugar a Alemanha com 44 medalhas, sendo que 8 foram conseguidas no atletismo, 6 na canoagem, 4 nos cavalos e 4 no judo. Em sexto lugar o Japão com 38 medalhas, das quais 11 foram na natação, 7 no judo e 6 nas lutas. Sétimo lugar para a Austrália com 35 medalhas, das quais 10 na natação, 5 no remo e 5 no ciclismo. Oitavo lugar para a França com 34 medalhas, das quais 7 foram na natação e outras 7 no judo. Nono lugar para a Coreia do Sul com 28 medalhas, das quais 6 foram no esgrima e 5 no tiro. Décimo lugar para Itália com 28 medalhas, das quais 7 no esgrima e 5 no tiro.
É de realçar também a apetência de certos países para desportos muito específicos. Na classificação oficial o Cazaquistão ficou em 12º lugar com 13 medalhas, das quais 7 foram de ouro, todas em desportos individuais e 11 dessas medalhas em desportos de lutas. Cuba ficou em 15º lugar, conseguiu 14 medalhas, 10 das quais nas lutas. O Irão ficou no 17º lugar com 12 medalhas, 11 das quais nas lutas. A Ucrânia conseguiu 10 das suas 20 medalhas também nas lutas. Mais impressionante só mesmo a Jamaica, que se quedou pelo 18º lugar e conseguiu 12 medalhas, todas elas no atletismo. A Coreia do Norte, fechou o top 20, com 6 medalhas, 4 de ouro, todas nas lutas. Outro exemplo mais abaixo na classificação: as 11 medalhas que o Quénia conquistou foram deveram-se somente ao atletismo, o mesmo se pode dizer das 7 medalhas que a Etiópia conquistou.

Numa outra perspectiva é possível chegar à conclusão que países de economias modestas e /ou onde os direitos sociais e humanos não são respeitados no todo ou parcialmente, só o desporto individual e normalmente a luta ou o atletismo é que conseguem lhes garantir títulos. Fica clara a falta de apoios ao desporto, a organização, a divulgação de outras modalidades, sobretudo as colectivas, onde estes países na maior parte dos casos, (exceptuando a Ucrânia), nem equipas apresentam, e porquê? Porque é bem mais económico financiar um pugilista ou um lutador de esgrima e arranjar-lhe um lugar para treinar do que fazer o mesmo se for uma equipa de hóquei ou vólei. Na mesma ótica, sai sempre barato patrocinar um sprinter ou corredor de fundo, oferecendo-lhe um par de ténis e dizendo-lhe "agora vai correr e boa sorte", do que financiar por exemplo uma equipa de andebol, de basket, de natação, etc, onde para além da especificidade destes desportos, são necessárias boas infra-estruturas para o treino, acompanhamento permanente, para além de ser também mais dispendioso a nível de deslocações levar uma equipa e respectivos técnicos do que levar somente um atleta.
Os desportos colectivos e como se viu hoje pelas finais, são do domínio total dos europeus, norte-americanos e australianos. Nas finais da impressionante natação sincronizada, somente a China e o Japão representavam o resto do mundo, no meio de europeus e americanos. Nos saltos para água idem. Hoje e nas finais, foram os EUA contra a Espanha no Basket, a Croácia contra a Itália no pólo aquático, a França contra a Suécia no andebol, a Rússia contra o Brasil no voleibol, etc. É a demonstração da vocação e o poder económico (ou a falta dele) e o seu reflexo nas opções desportivas reflectidas no quadro de medalhas.

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