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A-24

Portugal estará no top dos países mais desiguais

por A-24, em 17.09.13

Portugal, Grécia, Irlanda, Itália, Espanha e Reino Unido estarão entre os países mais desiguais se os governos não abandonarem a austeridade. Quem o diz é a organização Oxfam International que aponta num relatório, divulgado hoje, para a agravamento das desigualdades, devido às atuais políticas de cortes.

Segundo o estudo intitulado "Um conto moral: o verdadeiro custo da austeridade e da desigualdade na Europa", os europeus terão que esperar mais de 25 anos para regressar ao nível de vida de há cinco anos.


"Se as tendências atuais se mantiverem, alguns países na Europa vão ter em breve níveis de desigualdade que vão estar entre os mais elevados no mundo. As únicas pessoas que beneficiam da austeridade são 10% dos europeus mais ricos que sozinhos veem a sua riqueza aumentar", pode ler-se no documento.
A Oxfam International defende que a austeridade já provou no passado que "falhou" e que os governos dos países precisam de alterar as suas políticas.

"Há alternativas às políticas de austeridade como ensinam as lições do passado da quebra social vividas pela América latina, Ásia do sudeste e África nas décadas de 1980 e 1990", sublinha o relatório.

146 milhões em risco de pobreza 
A ONG alerta ainda que a população europeia em risco de pobreza pode aumentar para os 146 milhões até 2025: "As políticas de austeridade podem aumentar em pelo menos 15 milhões e até 25 milhões o número de europeus em risco de pobreza até 2015, o equivalente à população da Holanda e da Áustria. No total serão mais de 146 milhões no limiar da pobreza"

"A gestão da crise económica na Europa ameaça os países a recuarem décadas nos direitos sociais. Cortes agressivos na segurança social, saúde e educação, perda de direitos dos trabalhadores e fiscalidade injusta conduzirão milhões de europeus ao círculo da pobreza que poderá manter-se durante gerações. Não tem sentido moral, nem económico", afirma a diretora do departamento europeu da Oxfam, Natalia Alonso.

Na véspera da reunião dos ministros europeus das finanças, a organização pede que os responsáveis políticos tentem encontrar na sexta-feira um um novo modelo económico e e social que invista nas pessoas, numa democracia mais forte e numa fiscalidade mais justa. 

"É possível um novo modelo de prosperidade, investindo em escolas, hospitais, habitação, investigação e tecnologia. Milhões de europeus podem voltar ao trabalho e participar numa economia sustentável", conclui o relatório.

Expresso