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A-24

Por que a democracia precisa de aristocracia

por A-24, em 19.04.14
Instituto Ludwig Von Mises

Nada é mais banal e clichê do que vituperar contra a noção de individualismo, e caluniá-la como sendo algo inerentemente pecaminoso e moralmente errado. O "si próprio" passou a ser visto como um repositório de vergonha viva, culpa, ganância e atitudes anti-sociais.
É essa moderna e deturpada noção de "individual" que fez com que os problemas maciços enfrentados por todas as democracias ocidentais deixassem de ser fundamentalmente políticos e se tornassem majoritariamente filosóficos.
Se as modernas democracias ocidentais quiserem sobreviver, elas terão de incorporar aquilo que sempre consideraram ser seu completo oposto: características aristocráticas (a visão de longo prazo). E o termo "aristocrático" é aqui utilizado não no sentido de baronatos, linhagens e fortificações muradas, mas sim em seu original sentido filosófico, o qual foi muito bem resumido por ninguém menos que o poeta Lord Tennyson como significando "auto-respeito, auto-suficiência e auto-perpetuação".
Atualmente, a premissa básica do capitalismo foi revertida: os fins passaram a ser a coletividade, e a redistribuição passou a ser uma ética suprema, mais importante do que a proteção aos meios fundamentais de produção, que são o indivíduo, sua mente e sua capacidade. O igualitário se tornou o objetivo a ser almejado ao passo que o aristocrático -- os tradicionais padrões éticos e morais, o planejamento de longo prazo e a perpetuação da geração -- se tornou objeto de desprezo.