Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

A-24

Perseguições, combates, receios e espiritualidade

por A-24, em 01.09.14
A Batalha

Forças iraquianas e curdas desactivam quatro barris repletos de explosivos colocados numa das comportas da barragem da cidade iraquiana de Mosul, no Norte do Iraque. Unidades de engenharia do exército iraquiano apoiadas por peshmerga (combatentes curdos) desactivaram os engenhos explosivos após violentos combates contra os terroristas do Estado Islâmico. Os jihadistas colocaram as bombas antes de serem forçados a retirar-se da zona da barragem, ocupada desde o início do mês de Agosto.

O próximo objectivo dos combatentes curdos passa por avançar para a planície de Ninive e para a zona montanhosa de Sinjar. A ofensiva militar curda está a ser coordenada com o apoio militar dos EUA, através do apoio aéreo. Durante o último fim-de-semana, o Pentágono informou que a força áerea norte-americana realizou 25 ataques aéreos contra mais de 30 objectivos.
Boa parte dos peshmergas são veteranos, habituados a combater as forças armadas iraquianas ao longo dos tempos. Com o objectivo de deter o avanço do Estado Islâmico, os EUA e alguns dos seus aliados europeus (Reino Unido e França) estão a armar as milícias locais curdas ao mesmo tempo que passaram à acção, através da decisão de intervir no terreno com bombardeamentos selectivos. A estratégia é defendida com a necessidade de dar uma resposta urgente aos pedidos de auxílio por parte das autoridades regionais do Curdistão. Estão em estudo outras formas de ajuda como o envio de armas e um apoio mais visível no envio de ajuda humanitária para a região do Norte do Iraque. Os curdos lideraram no terreno a resistência aos avanços do grupo terrrorista sunita e desempenharam um papel fundamental na evacuação (ainda que incompleta) dos yasidis refugiados no monte Sinjar. As forças curdas são tidas como a melhor opção para deter o avanço dos jihadistas, impedindo o envolvimento de tropas ocidentais no terreno. Washington não pretende enviar de novo soldados para combater no Iraque, três anos depois de ter retirado de uma guerra que durou quase uma década. Com um aliado resistente e conhecedor do terreno, os ataques aéreos têm servido para debilitar estruturas do Estado Islâmico e a ajudar a balança militar a inclinar-se um pouco mais para o lado curdo. No entanto, esta opção contém também riscos políticos e que se relacionam com o facto de num futuro próximo, os curdos pretenderem ver reconhecido o Curdistão como um estado independente, colocando em risco a visão idílica de um Iraque federal, democrático, pluralista e unificado.