"Pela hora da morte"
por A-24, em 06.01.13
Em 2012, morreram menos 109 pessoas nas estradas portuguesas do que em 2011. Uma redução épica de 15,8%. Também os feridos graves desceram 16,5% e os ligeiros 10,1%.
Não fosse alguém pensar que isto poderia ser uma boa notícia, o ACP e a ACA-M explicam ao DN que a razão é simples: a crise. Há menos carros a circular. Os que circulam, fazem-no mais devagar, para poupar combustível. Claro. Até porque, em 2011, Portugal não estava em crise.
Acresce um estudo encomendado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária à Universidade Autónoma que conclui que daí resultou uma poupança de 215 milhões de euros. Uma média de quase 2 milhões de euros por morto evitado. Sim. Morrer está caríssimo. Com esta crise, é melhor ficar vivo. Aguentar-se à bomboca. Esperar dias melhores para esticar o pernil.
Sampaio dizia que havia vida para além do défice. Dou comigo a ter saudades dele.
Não sei é se alguma vez houve portugueses para além da depressão.
Alexandre Borges in 31 da Armada