Palavras certas
por A-24, em 17.06.13
João Vaz
Procurar um artigo interessante no Público é como ver de dinheiro no bolso do português a partir de dia 15. No entanto, como os milagres acontecem, hoje lá aparece um interessante artigo sobre o Tibete e a vaga de imolações a que o território sob ocupação tem vindo a assistir. Desde 2009 foram 117, as imolações, com um total de mais de noventa mortos. Na Tunísia bastou uma para dar início a uma vaga de contestação que alastrou, com a bênção dos europeus e americanos. Foi a célebre Primavera, depressa transformada em Outono. No Tibete não há estações, é sempre Inverno (ou Verão, para quem prefira a chuva). Os imperialistas chineses ocupam o território há mais de sessenta anos, assassinaram milhares de tibetanos, levaram ao exílio outros tantos, continuam a ser responsáveis por vagas de repressão, mas ninguém quer saber. O esquerdalho, sempre pronto a promover boicotes a Israel, comboios e outras iniciativas, desconhece a existência de um país chamado Tibete. Os hipócritas democratas idem, haja dinheiro e negócios que os tibetanos são meio asselvajados e não são muitos. Assim, enquanto as coisas forem como são, tibetanos, uigures e demais candidatos à autonomia terão de continuar a penar, porque em primeiro lugar está a política real, e já há muita preocupação para com os pobres operários chineses e os seus baixos salários. A solidariedade do esquerdalho não pode chegar a todo o lado e a da direitinha tem de respeitar pragmatismos muito próprios.
Procurar um artigo interessante no Público é como ver de dinheiro no bolso do português a partir de dia 15. No entanto, como os milagres acontecem, hoje lá aparece um interessante artigo sobre o Tibete e a vaga de imolações a que o território sob ocupação tem vindo a assistir. Desde 2009 foram 117, as imolações, com um total de mais de noventa mortos. Na Tunísia bastou uma para dar início a uma vaga de contestação que alastrou, com a bênção dos europeus e americanos. Foi a célebre Primavera, depressa transformada em Outono. No Tibete não há estações, é sempre Inverno (ou Verão, para quem prefira a chuva). Os imperialistas chineses ocupam o território há mais de sessenta anos, assassinaram milhares de tibetanos, levaram ao exílio outros tantos, continuam a ser responsáveis por vagas de repressão, mas ninguém quer saber. O esquerdalho, sempre pronto a promover boicotes a Israel, comboios e outras iniciativas, desconhece a existência de um país chamado Tibete. Os hipócritas democratas idem, haja dinheiro e negócios que os tibetanos são meio asselvajados e não são muitos. Assim, enquanto as coisas forem como são, tibetanos, uigures e demais candidatos à autonomia terão de continuar a penar, porque em primeiro lugar está a política real, e já há muita preocupação para com os pobres operários chineses e os seus baixos salários. A solidariedade do esquerdalho não pode chegar a todo o lado e a da direitinha tem de respeitar pragmatismos muito próprios.