Palavras certas
por A-24, em 02.10.13
João Vaz
Como o Expresso anda a oferecer uns livrinhos sobre conflitos da história de Portugal, ontem lá comprei o inenarrável semanário. E, de facto, aquilo é mesmo uma referência. Provavelmente, é o único semanário do mundo que se consegue ler em doze, quinze minutos. Ontem, moveu-me outra curiosidade (embora já satisfeita á partida): em semana de morte de dois nomes grandes da cultura qual seria a diferença de tratamento? a esperada, pois claro. António Ramos Rosa, poeta querido das esquerdas, poeta com valor mas nem de perto de nem longe o maior da segunda metade do século XX, teve direito a quatro páginas no suplemento Actual. António José de Brito, filósofo, um dos grandes especialistas em Hegel e em filosofia política deste país, um dos pensadores mais originais da segunda metade do século XX teve direito a meia dúzia de palavras na secção de obituários, para ser referido como "fascista". É assim a cultura deste país. É assim a cultura do jornal de referência dos Mexias, Ferreirinhas, Lisboas e outros vultuzinhos da nossa gloriosa pátria tomada de assalto por falta de comparência nossa.
Como o Expresso anda a oferecer uns livrinhos sobre conflitos da história de Portugal, ontem lá comprei o inenarrável semanário. E, de facto, aquilo é mesmo uma referência. Provavelmente, é o único semanário do mundo que se consegue ler em doze, quinze minutos. Ontem, moveu-me outra curiosidade (embora já satisfeita á partida): em semana de morte de dois nomes grandes da cultura qual seria a diferença de tratamento? a esperada, pois claro. António Ramos Rosa, poeta querido das esquerdas, poeta com valor mas nem de perto de nem longe o maior da segunda metade do século XX, teve direito a quatro páginas no suplemento Actual. António José de Brito, filósofo, um dos grandes especialistas em Hegel e em filosofia política deste país, um dos pensadores mais originais da segunda metade do século XX teve direito a meia dúzia de palavras na secção de obituários, para ser referido como "fascista". É assim a cultura deste país. É assim a cultura do jornal de referência dos Mexias, Ferreirinhas, Lisboas e outros vultuzinhos da nossa gloriosa pátria tomada de assalto por falta de comparência nossa.