O Rumo da Argentina visto do Brasil
por A-24, em 13.02.13
Ricardo Campelo de Magalhães
Escrevi esse artigo em agosto de 2009 para um jornal local, e ele continua atualizado.
Esta última semana evidenciou-se a crise que vem assolando os produtores de grãos argentinos, os quais sofrem com medidas impostas pelo governo da senhora Cristina Kirchner para conter os preços internos de algumas commodities.
A presidente Argentina decidiu elevar a taxa de exportação vigente de 35 para 40% a fim de conter a alta nos preços de soja, milho, trigo e seus derivados internamente, retendo esses produtos no mercado interno, aumentando assim sua oferta e reduzindo preços.
Os governos atuais na América Latina, em sua grande maioria são de esquerda, com “tendências” sócio populistas e assistencialistas, salvo raras exceções, também são um tanto avessos ao estado de direito e a democracia, apesar de terem chegado ao poder através dela. Costumam apoiar grupos Narco terroristas e ou criminosos como as Farc, o MST e congêneres ligados ao Foro de São Paulo, o qual ligou entidades e partidos afins após a derrocada do comunismo soviético na década de 90.
A questão Argentina revela as praticas evidentes que só pioram a situação em nestes casos, praticas típicas de países com governos sociais comunistas que enterraram seu setor produtivo em nome do socialismo, onde temos como exemplo Cuba, Coreia do Norte e Venezuela, essa ultima, buscam disseminar o caos pela América Latina.
Os produtores Argentinos vêm contornando dificuldades do gênero a tempos, como nos por aqui com as nossas, sendo que em certo ponto, as dificuldades se tornam crises e terminam em “confrontos”.
Esses governos populistas têm seus “currais eleitorais” e precisam manter os programas assistencialistas sob controle para agradar e conter as massas de manobra que os elegeram. Erroneamente e por ignorância de muitos indivíduos que os elegeram, esses governos tomam atitudes que só tendem a piorar as situações.
Convenhamos, há um problema mundial de oferta e demanda de grãos que afetam derivados e outros produtos dependente de grãos como gado, aves e suínos acarretando altas em outros produtos indiretamente ligados, uma reação em cadeia, que é normal, pois vivemos um mercado aberto, livre e global.
Esse desequilíbrio entre oferta e demanda nos se da por motivos climáticos, técnicos, mercadológicos, políticos e econômicos. No caso, os últimos dois fatores são grandes vilões atualmente na região, pois desestimulam o investimento em produção, tecnologia e infraestrutura diminuindo a oferta enquanto a população mundial aumenta e países desenvolvidos e consolidados demandem maiores volumes dos mesmos.
O problema que Argentina passa é um resultado de suas próprias políticas que inibem o setor produtivo em pró de populismos, assim é algo auto destrutivo em médio prazo, principalmente para quem elegeu o governo populista.
Ao invés de estimular a produção com redução de carga tributaria, ou reforma que faça com que esses tributos sejam aplicados na finalidade pelas quais foram criadas, adequação de taxas de juros e ou investimentos e infraestrutura que só tende a trazer beneficies para o local, agem inversamente aumentado taxas e tributos deixando o setor produtivo ainda mais “nervosos”.
A crise por lá, acirrou os ânimos de todos, afinal todos estão sendo afetados, os produtores rurais ganharam apoio com os “panelaços” por parte da classe media e outros produtivos, logo então surgiram os militantes do governo, a tropa de choque, tornando os protestos pacíficos em confrontos violentos.
A senhora Kirchner, a principio como mandam os clichês da “nova esquerda latina” foi truculenta, negou dialogar com uma “classe que andou lucrando muito nos últimos tempos”, como se lucrar fosse um crime abominável e a classe agora seria obrigado a amargar prejuízos em nome do socialismo dos Kirchner.
O monstro foi criado pelo próprio governo, que com medidas absurdas desestimulou os produtores nas devidas proporções, tentando inibir as exportações, fechar o mercado em pleno século 21, mantendo os preços controlados internamente.
A falta de alimentos força os argentinos a fazerem dieta, faltam quase todos os produtos alimentícios nas gôndolas dos mercados, os preços inflacionaram consideravelmente caos se espalha.
Esse é o resultado do populismo… O fracasso das nações que o admitem.
Gostaria de encerrar com uma celebre mensagem de Abraham Lincoln:
Mensagem ao homem do povo
… e aos homens que dirigem o povo, para se viver numa grande nação.
Não criarás a prosperidade, se desestimulares a poupança.
Não fortalecerás os fracos, por enfraqueceres os fortes.
Não ajudarás o assalariado, se arruinares aquele que o paga.
Não estimularás a fraternidade humana, se alimentares o ódio de classes.
Não ajudarás os pobres, se eliminares os ricos.
Não poderás criar estabilidade permanente, baseado em dinheiro emprestado.
Não evitarás dificuldades, se gastares mais do que ganhas.
Não fortalecerás a dignidade e o ânimo, se subtraíres ao homem a iniciativa e a liberdade.
Não poderás ajudar aos homens de maneira permanente, se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios.