O ranking da competitividade e as prioridades para o país
por A-24, em 12.09.14
Via Insurgente
Saiu o relatório do Fórum Económico Mundial sobre a competitividade das economias. Estes relatórios têm que ser analisados sempre com algum cuidado e ponderação, tendo sempre em mente que a melhor medida da competitividade de um país é dada pelo mercado, sob a forma de investimento directo externo e dinâmica da economia.
Dito isto, ficamos a saber que Portugal subiu 15 lugares, o que são boas notícias para o país. Esta é a primeira subida desde 2005 e coloca o país no 36º lugar do ranking Mundial (Portugal está para a competitividade económica como a Arménia para o futebol). Mas o mais interessante é observar as áreas em que Portugal está pior e melhor, porque é aqui que se entendem quais devem, e não devem, ser as prioridades para o futuro. Vejamos primeiro onde estamos melhor:
Portugal tem a infraestrutura (2º em “qualidade das estradas”), os cuidados de saúde (11º em mortalidade infantil) e os níveis de educação necessários (8º em disponibilidade de cientistas e engenheiros e 8º nos níveis de participação no ensino secundário) para ser competitivo. Baixaram também nos últimos anos as barreiras para lançar negócio (5º em número de dias para começar um negócio e 10º em número de processos necessários para iniciar um negócio).
Olhemos agora para onde o país está pior:
A imagem é clara: o que mais prejudica a economia do país é a carga fiscal (131º os efeitos da política fiscal nos incentivos ao trabalho e 129º nos incentivos da carga fiscal ao investimento), o estado das finanças públicas (138º em dívida pública e 107º em défice público), na flexibilidade do mercado de trabalho (113º em legislação de contratação e despedimento e 108º em custos de despedir) e nos custos de cumprir a lei (108º em facilidade de cumprir com legislação e 111º na eficiência da justiça para resolver disputas. Ou seja, para ser competitivo, o país precisa de baixar a carga fiscal sem aumentar o défice (ou seja, precisa de cortar despesa), necessita tornar o mercado laboral mais flexível e melhorar o sistema de justiça. Nada que não se ande a dizer há muito, muito tempo por aqui.