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A-24

O que é o Irredentismo?

por A-24, em 06.04.12
O termo irredentismo indica a aspiração de um povo a completar a própria unidade territorial nacional, anexando terras sujeitas ao domínio estrangeiro ("terras irredentas") com base em teorias de uma identidade étnica ou de uma precedente posse histórica, verdadeira ou suposta.
O irredentismo, portanto, diz respeito aos povos que, vivendo em uma terra sujeita à autoridade de um certo Estado, desejam separar-se deste para fazer parte do estado do qual sentem a paternidade e a origem, ou constituir um próprio estado nacional separado.
Nem sempre as disputas territoriais são irredentistas, mas frequentemente vêm colocadas como tais para conquistar o apoio internacional e da opinião pública.
A expressão "terras irredentas" (em italiano, terre irredente), isto é, não salvas, foi utilizada a primeira vez pelo patriota e político italiano Matteo Renato Imbriani, em 1877, no funeral do padre Paolo Emilio.
O termo foi adquirido na forma italiana por muitas outras línguas.

Situações de suposto irredentismo no mundo:

Voltadas à constituição de novos estados nacionais
 
A questão de Bengala oriental, resolvida com a separação do Paquistão e a constituição de Bangladesh em 10 de março de 1971;
A questão da Palestina, baseada na Resolução 181 de 29 de novembro de 1947 da Assembléia Geral da ONU, que previa criação contestual do Estado de Israel e de um Estado árabe-palestino;
 
Voltadas à aquisição de "terras irredentas"

Territórios reclamados pela República da China(Taiwan)
A reivindicação das Ilhas Malvinas (Falkland) por parte da Argentina;
As reivindicações alemãs, anteriores à Primeira Guerra Mundial, sobre a Alsácia e Lorena, mais aquelas durante a era nazista sobre áreas da Polônia, da Lituânia, e sobre os Sudetos da Checoslováquia.
As reivindicações Sionistas sobre territórios da Palestina histórica.
As pretensões eslovenas sobre territórios da Itália, Áustria e Hungria.
As reivindicações da Bolívia sobre a região costeira do Chile, anexada por este depois da Guerra do Pacífico (1879-1884).
As reivindicações dos muçulmanos paquistaneses sobre território do vale da Cachemira, que é dividido entre Paquistão e Índia.
As reivindicações da Hungria, segundo a qual o Felvidék (parte meridional da Eslováquia), a Transilvânia, e Croácia e algumas outras partes da Áustria, Ucrânia, Romênia, Iugoslávia e Eslovênia lhe pertencem.
As reivindicações da Sérvia sobre grandes áreas da Bósnia e Croácia.
As reivindicações da Índia sobre aquilo que é conhecido como Akhand Bharat, que inclui Afganistão, Paquistão, Nepal, Butão, Sri Lanka, e Bangladesh. Este território é conhecido como a pátria histórica dos indus, muito aantes da repartição colonial e da conversão de parte dos indus ao Islam.
As reivindicações da Finlândia, no período entre as duas guerras mundiais, segundo a qual à Carélia oriental, com base no Tratado de Tartu, foi garantida uma autonomia cultural e política, violada pela União Soviética. Hoje a questão da Carélia está ressurgindo, ainda que evitada pelo governo.
As reivindicações de Portugal sobre Olivença, ocupada por Espanha desde 1807 na sequência da Guerra Peninsular durante as invasões Napoleónicas . Embora Espanha reconheça o Tratado de Paris de 1814 e tenha acatado às resoluções do Congresso de Viena, que devolviam Olivença à Coroa Portuguesa, mantém a ocupação, ilegal à luz do direito internacional.
A vila de Albuquerque, de tradição cultural e linguística portuguesa, administrada pelo Estado espanhol.
A integração da Galiza ao território português, baseada na suposta unidade linguística.
As reivindicações de Espanha sobre Gibraltar que é um território britânico ultramarino no extremo Sul da Península Ibérica , baseada no facto de Gibraltar ja ter sido espanhol e na união da Península Ibérica.
As reivindicações de Espanha sobre Portugal, baseadas no facto de Portugal ja ter sido espanhol e na união terrirorial da Península Ibérica sob uma única coroa (neste caso, a espanhola).