O islão "moderado"
por A-24, em 14.12.12
Por João Vaz
"A linguagem progressista corrente define como 'moderado' um muçulmano que reconhece os princípios da laicidade e tolerância, e que se adapta ao estilo de vida ocidental: numa palavra, um muçulmano que realmente não o é, porque abandonou os princípios fundamentais do próprio credo ou que os vive com tibieza. Pelo contrário, nos países islâmicos, e em grande parte das comunidades islâmicas europeias, um 'moderado' é simplesmente aquele que rejeita a violência e, sobretudo, o terrorismo, como instrumento para a difusão do Islão e para a defesa da comunidade islâmica. Mas isto não significa que eles considerem os seus valores compatíveis com os do Ocidente.Os 'moderados' pretendem conquistar a Europa, não com atentados, mas através da expansão demográfica, da islamização dos espaços sociais e da introdução do direito islâmico nas instituições ocidentais. A esta linha estratégica 'doce', 'de baixo para cima' - que, segundo a fórmula do presidente argelino Boumedienne, pretende conquistar o Ocidente através do 'ventre das mulheres' - contrapõe-se uma linha 'dura', 'de cima para baixo', a do islamismo 'radical', que pretende acelerar essa conquista através da guerra e do terrorismo. (...)
Entre as duas correntes não existe uma divergência quanto ao fim a alcançar, mas sim quanto a estratégias para o conseguir. Centrada na islamização da vida quotidiana e na conquista territorial, ou então na acção político-militar, a jihad é entendida como guerra de depuração e de aniquilamento do inimigo.
Os vectores dominantes da 'reislamização' contemporânea não são os grupos islâmicos radicais, mas os moderados que pretendem a conquista do território europeu."- Roberto de Mattei, Guerra Justa Guerra Santa, trad. de António Carlos de Azeredo, Civilização, 2002