O instinto de auto-preservação da FIFA
por A-24, em 15.06.14
Via O Insurgente
A vida não está fácil para a FIFA. Entre uma liderança enfraquecida e os problemas de corrupção com a escolha do Qatar para organizar o Mundial de 2022, as críticas à organização espalham-se um pouco por todos os media mainstream, tendo chegado até à revista Economist que dedicou uma edição aos problemas de corrupção no futebol.
O Mundial, a grande festa da FIFA, não poderia ter vindo em melhor altura, pensarão alguns. E à partida nada melhor do que um mundial no grande país do futebol para fazer esquecer todos os outros problemas. Mas nem aqui a FIFA teve sorte. Nos meses anteriores ao mundial, a população brasileira lembrou-se de olhar para a conta de organizar o Mundial (algo que os portugueses só fizeram anos depois, no caso do Euro) e não gostaram do que viram. Contra todas as expectativas, foi no país do futebol que a organização de um Mundial foi mais contestada, não sendo de todo improvável que um escalar dos protestos coloque em causa o governo e exponha ainda mais a FIFA. Cinicamente, todos sabemos que os resultados da selecção brasileira serão um importante factor desanuviador ou incentivador dos protestos. Uma vitória do Brasil em casa acalmará os protestos ou relativiza-los-à, quando comparados à dimensão dos festejos. Já uma saída precoce ou humilhante, por exemplo na fase de grupos, poderia ser o trigger emocional que faria escalar os protestos. A FIFA fará tudo para evitar isso e a selecção brasileira, com a sua graça, chegará longe.