O destino joga-se nas urnas
por A-24, em 07.11.12
O futuro político destes dois homens decide-se esta terça-feira. Ambos já fazem parte da história americana. Barack Obama, que teve uma das mais meteóricas ascensões na política americana, depois de ter passado apenas sete anos no senado estadual do Illinois e quatro anos no Senado em Washington, foi eleito o primeiro negro Presidente dos Estados Unidos. Só isso já lhe assegurou um lugar na história. Mas o seu legado como Presidente irá ser necessariamente marcado pelo resultado que tiver nestas eleições. Se perder, será um novo Jimmy Carter, um Presidente que não conseguiu ser reeleito e recordado como um fracasso. Se vencer, terá tempo para cumprir algumas das promessas e deixar uma imagem positiva da sua governação. Muito do que se disser do seu legado será ditado pela reeleição ou não. Fez uma campanha eficaz, apostou em motivar a sua base eleitoral e, ao mesmo tempo, tentou desqualificar Mitt Romney. Se na primeira parte parece ter sido relativamente bem sucedido, na segunda, teve menos sucesso. Logo veremos se a afluência às urnas dos eleitores democratas será suficiente para estancar a previsível subida entre o eleitorado republicanos e os ganhos de Romney entre os independentes. Uma coisa é certa: ganhe ou perca, não parou de lutar.
Mitt Romney com um longo percurso empresarial de sucesso, herói dos Jogos Olímpicos de Inverno de Salt Lake City, governador do Massachusetts e pela segunda vez candidato presidencial, pode estar no último dia da sua carreira política ou a iniciar o último percurso, o mais importante da sua vida. Como quase sempre sucede nos Estados Unidos, os candidatos presidenciais derrotados asseguram um lugar nos livros de história, mas presumo que Romney não fique satisfeito se juntar-se a nomes como John McCain, Bob Dole, Al Gore ou Michael Dukakis, só para recordar os últimos derrotados. Se vencer, poderá colocar em prática a sua experiência para recuperar a economia americana, como tem prometido, e assumir-se como o 45º Presidente, o primeiro mórmon. Mas Romney já conseguiu uma coisa: depois das tímidas imagens deixadas por Jonh Kerry em 2004 e Michael Dukakis em 1988, um político do Massachusetts voltou a realizar uma boa campanha presidencial. Se isso chegará para imitar outro conterrâneo do estado, o 35º Presidente, é algo que saberemos em breve. Esta terça-feira estará em Cleveland no Ohio e em Pittsburgh na Pensilvânia. A imitar Obama em 2008, quando no dia das eleições fez campanha no Indiana. E ganhou lá. Romney, tal como Obama, também não desistiu de lutar pela vitória. Penso que ambos fizeram o que tinham que fazer para ganhar. Veremos agora o veredicto do povo americano. Porque só esse conta.
Nuno Gouveia
Nuno Gouveia