No dia em que fez 67 anos, Suu Kyi voltou ao Reino Unido
por A-24, em 19.06.12
Com uma rosa branca no cabelo, um vestido em tom castanho e o rosto iluminado por um sorriso que quase nunca se desfaz, a líder da oposição birmanesa Aung San Suu Kyi regressou nesta terça-feira ao Reino Unido. Falou de democracia e de Estado de direito, e ouviu centenas de estudantes cantarem-lhe os parabéns.
Este terá sido um aniversário especial para a “Dama de Rangum”, que completou 67 anos. Nas duas últimas décadas passou a maior parte dos aniversários em prisão domiciliária, esta é a sua primeira viagem à Europa em 24 anos e a visita ao Reino Unido está repleta de memórias. Era aí que vivia com o marido e os dois filhos quando, em 1988, regressou à Birmânia para cuidar da mãe, que estava doente. Nunca mais deixou o seu país, temia que o regime militar não a deixasse regressar.
Libertada em 2010 e eleita deputada nas primeiras eleições realizadas na Birmânia em mais de 20 anos – as últimas, em 1990 tinha-as vencido por uma esmagadora maioria mas foi impedida pelos militares de assumir o poder – Suu Kyi pôde agora regressar ao Reino Unido para uma viagem de quatro dias que começou com uma palestra na London School of Economics. Os estudantes receberam-na com um efusivo “Happy birthday to you”, a Nobel da Paz disse-lhes que foram eles, e pessoas como eles, a dar-lhe “força para continuar”, depois centrou o seu discurso na defesa do Estado de direito e da democracia na Birmânia e disse acreditar que “será possível trabalhar com os militares” para alterar a Constituição do país. Foram estes que, ao longo de 49 anos, estiveram à frente do regime repressivo na Birmânia que só em 2010 deu sinais de abertura.
“Se não mudarmos a Constituição de acordo com as aspirações do povo do nosso país, não poderemos alcançar a unidade e a paz que aspiramos”, disse Suu Kyi. As reformas e a democracia só são possíveis “quando há justiça e as pessoas vêem que é feita justiça”, sublinhou.
Após a conferência na London Schooll of Economics, a líder da oposição birmanesa visitou as instalações da BBC e agradeceu à estação britânica tê-la mantido em contacto com o seu povo durante os anos em que esteve isolada. “Por causa da BBC, nunca perdi o contacto com o meu povo, com o movimento pró-democracia na Birmânia e com o resto do mundo”, disse, citada pela própria BBC.
A visita ao Reino Unido inclui um discurso no Parlamento e encontros com membros da família real e com o primeiro-ministro David Cameron, para além de uma conferência na Universidade de Oxford, onde receberá nesta quarta-feira o doutoramento honoris causa. Foi em Oxford que Suu Kyi estudou e viveu vários anos com os dois filhos – Alexander, hoje com 39 anos, e Kim, de 35 – e o marido, o britânico Michael Aris, de quem não pôde despedir-se quando ele morreu de cancro, em 1999. Na altura acreditou que sair da Birmânia significava não poder voltar.
Libertada em 2010 e eleita deputada nas primeiras eleições realizadas na Birmânia em mais de 20 anos – as últimas, em 1990 tinha-as vencido por uma esmagadora maioria mas foi impedida pelos militares de assumir o poder – Suu Kyi pôde agora regressar ao Reino Unido para uma viagem de quatro dias que começou com uma palestra na London School of Economics. Os estudantes receberam-na com um efusivo “Happy birthday to you”, a Nobel da Paz disse-lhes que foram eles, e pessoas como eles, a dar-lhe “força para continuar”, depois centrou o seu discurso na defesa do Estado de direito e da democracia na Birmânia e disse acreditar que “será possível trabalhar com os militares” para alterar a Constituição do país. Foram estes que, ao longo de 49 anos, estiveram à frente do regime repressivo na Birmânia que só em 2010 deu sinais de abertura.
“Se não mudarmos a Constituição de acordo com as aspirações do povo do nosso país, não poderemos alcançar a unidade e a paz que aspiramos”, disse Suu Kyi. As reformas e a democracia só são possíveis “quando há justiça e as pessoas vêem que é feita justiça”, sublinhou.
Após a conferência na London Schooll of Economics, a líder da oposição birmanesa visitou as instalações da BBC e agradeceu à estação britânica tê-la mantido em contacto com o seu povo durante os anos em que esteve isolada. “Por causa da BBC, nunca perdi o contacto com o meu povo, com o movimento pró-democracia na Birmânia e com o resto do mundo”, disse, citada pela própria BBC.
A visita ao Reino Unido inclui um discurso no Parlamento e encontros com membros da família real e com o primeiro-ministro David Cameron, para além de uma conferência na Universidade de Oxford, onde receberá nesta quarta-feira o doutoramento honoris causa. Foi em Oxford que Suu Kyi estudou e viveu vários anos com os dois filhos – Alexander, hoje com 39 anos, e Kim, de 35 – e o marido, o britânico Michael Aris, de quem não pôde despedir-se quando ele morreu de cancro, em 1999. Na altura acreditou que sair da Birmânia significava não poder voltar.
Presidente da Birmânia anuncia reformas
Esta viagem à Europa de Suu Kyi, que já passou pela Suíça, Noruega – onde finalmente recebeu o Nobel que lhe foi atribuído em 1991 – e Irlanda, tem sido encarada como um sinal de confiança nas reformas prometidas pelo Governo do Presidente Thein Sein, que já passaram pela libertação de opositores. E no dia em que a “Dama de Rangum” aterrou em Londres o Presidente birmanês anunciou “uma segunda vaga de reformas”, desta vez relacionadas com o desenvolvimento económico e apoios sociais.
As reformas anunciadas ao longo do último ano, incluindo a libertação de prisioneiros políticos e o atenuar do controlo sobre os órgãos de comunicação social, levou vários países a suspender as sanções impostas à Birmânia, e ainda recentemente a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton incentivou as empresas dos EUA a investir no país.
Desta vez, Thein Sein anunciou que irá ser reduzido o controlo do Estado em sectores como a educação, energia, saúde ou telecomunicações. “O Governo trabalhou durante o primeiro ano na introdução de reformas políticas e de reconciliação. A segunda fase deste processo de reformas começa este ano e irá concentrar-se no desenvolvimento do país e da população”, disse o Presidente birmanês, num discurso transmitido pela televisão.
Thein Sein mal falou da violência sectária no Norte da Birmânia, entre budistas rakhine e muçulmanos rohingyas, que causou 50 mortos e cerca de 30 mil deslocados nos últimos dias e levou à declaração do estado de emergência na região, mas disse que “o Governo continuará a trabalhar para a reconciliação nacional, a paz, estabilidade e segurança da população”.