Nem jornalismo é
por A-24, em 23.05.13
Gabriel Silva in Blasfémias
O Público ontem deu destaque a uma peça da sua correspondente europeia Isabel Arriaga e Cunha que estava em Berlim. Nas escolas de jornalismo deviam estudar aquele texto sobre o que é uma não-notícia. Lê-se (versão integral apenas em papel) e fica-se com a impressão de que a autora deu voz ao taxista que a levou do aeroporto ao hotel. É que em lado nenhum o que ali é afirmado é sustentando por ninguém. Nem «fonte que não se quis identificar», nem coisa nenhuma. Um vago «responsáveis alemães», muitos «Berlim» e nada mais. O leitor naturalmente interroga-se: inventou? É a opinião dela? Quem diz aquilo? Quem são e de quê os ditos «responsáveis»? Para o jornal isso não interessa nada. Que importa se o que é publicado tem algum fundamento? O que importa é a mensagem, o conteúdo que a autora quer passar apra a opinião pública. Mas isso não são noticias. São press releases ou artigos de opinião.
O Público ontem deu destaque a uma peça da sua correspondente europeia Isabel Arriaga e Cunha que estava em Berlim. Nas escolas de jornalismo deviam estudar aquele texto sobre o que é uma não-notícia. Lê-se (versão integral apenas em papel) e fica-se com a impressão de que a autora deu voz ao taxista que a levou do aeroporto ao hotel. É que em lado nenhum o que ali é afirmado é sustentando por ninguém. Nem «fonte que não se quis identificar», nem coisa nenhuma. Um vago «responsáveis alemães», muitos «Berlim» e nada mais. O leitor naturalmente interroga-se: inventou? É a opinião dela? Quem diz aquilo? Quem são e de quê os ditos «responsáveis»? Para o jornal isso não interessa nada. Que importa se o que é publicado tem algum fundamento? O que importa é a mensagem, o conteúdo que a autora quer passar apra a opinião pública. Mas isso não são noticias. São press releases ou artigos de opinião.
O certo é que hoje o mesmo jornal publica novo destaque, onde desmente o seu texto de ontem, dizendo «Um dia depois de criticar Barroso em off governo alemão elogia-a em on». Obviamente a autora não sabe sequer o que é alguém falar em off. É que para isso é preciso que alguém fale….algo totalmente inexistente no artigo inicial. Para além do desmentido, o que fica é que o jornal Público criou um duplo não facto: inventou uma história e vendeu uma manchete. E consegue no dia seguinte vender uma segunda manchete desmentindo a sua própria criação, sem deixar de fazer um esóterico editorial (baseado em coisa nenhuma). É obra!