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Um golo aos 30 segundos (quinto mais rápido da história) e outro já perto do apito final permitiram aos EUA derrotar o Gana (2-1) e juntar-se à Alemanha na liderança do Grupo G. Resultado que em nada traduz o que se passou. Os americanos aproveitaram bem o facto de terem entrado praticamente a ganhar, e geriram o resultado, tacticamente estiveram bem, principalmente no 1º tempo, mas a verdade é que só deu Gana. O golo de Dempsey logo a abrir condicionou todo o jogo, pois permitiu aos americanos baixarem o bloco e obrigou os africanos a ir à procura do golo. E bem tentaram, mas a falta de eficácia de Gyan (principalmente) adiou o empate, que só surgiu já perto do fim, com Ayew a finalizar uma boa jogada de entendimento pela esquerda. Quando nada o fazia prever, os EUA - que foram 3 vezes à baliza durante todo o jogo - marcaram na sequência de uma bola parada (Brooks) e conquistaram os 3 pontos de forma injusta (não por terem jogado mal, mas porque o Gana esteve sempre mais próximo do golo). Nota para a lesão de Altidore, que não deve recuperar para o jogo com Portugal (Besler também saiu lesionado).

EUA - Exibição bastante inteligente dos americanos, mas 3 pontos conquistados de forma algo feliz. Apesar de a equipa ter demonstrado uma maturidade táctica notável - Beckerman encheu o campo, Bradley fez um trabalho incansável e Jones, que joga habitualmente ao centro, fechou de forma eficaz o flanco esquerdo -, o caudal ofensivo não justifica a vitória. Só Dempsey e Bedoya, a espaços, incomodaram a defensiva ganesa. Destaque ainda para a exibição do lateral Johnson, muito competente no lado direito da defesa.

Gana - Os africanos mereciam outro resultado. Exploraram muito bem a mobilidade e velocidade do seu ataque e só pecaram na finalização (Gyan, que fez uma grande assistência, foi o mais perdulário). Atsu foi dos mais activos - embora tenha estado algo precipitado -, enquanto Andre Ayew só apareceu para fazer o empate (até então tinha passado ao lado do jogo, tal como Jordan). Muntari fez uma boa exibição a meio campo e Asamoah, que jogou a lateral esquerdo, deu muita profundidade ao flanco na segunda parte. Surpreendente o facto de Boateng não ter sido titular (quando entrou mexeu com o jogo).

O primeiro empate do Mundial, foi, como o resultado traduz, o pior jogo da competição, até ao momento. Para além da fraca qualidade técnica e desinspiração de ambos os conjuntos, o relvado também ajudou à festa, resultando num jogo sem golos e com poucas oportunidades para marcar. Quem sorriu foi a selecção da Bósnia, que, caso confirme o favoritismo nos próximos dois jogos, irá marcar presença nos oitavos-de-final da competição. A Nigéria teve as despesas da partida, mas à excepção de uma iniciativa nos primeiros minutos (Emenike esteve perto do golo), quase nunca incomodou Haghighi. Os campeões africanos remataram mais, tiveram mais posse de bola, pontapés de canto e domínio territorial, contudo, a organização defensiva da equipa de Carlos Queiroz levou a melhor. Em cima do intervalo, surgiu a melhor oportunidade para os iranianos, com um cabeceamento de Reza para uma enorme intervenção de Enyeama. No segundo tempo, o Irão conseguiu soltar-se mais, enquanto a Nigéria dava sinais de cansaço, mas o rumo do encontro não se alterou. Ameobi, que entrou aos 52 minutos, ainda ficou perto do golo, num cabeceamento salvo por um jogador iraniano.

Nigéria - Os africanos tinham a obrigação de fazer melhor, mas esbarraram na melhor organização defensiva do adversário. Faltou fluidez e inteligência ao jogo ofensivo da equipa, muito por culpa, também, da desinpiração dos seus principais elementos. Moses e Emenike foram umas sombras do que podem fazer, enquanto Musa e Obi Mikel estiveram um pouco melhor, mas longe do seu potencial. Em termos defensivos, a equipa não vacilou e mostrou segurança.

Irão - O conjunto de Carlos Queiroz actuou com um bloco bastante compacto, tendo conseguido o primeiro objectivo para a partida, que era não sofrer golos. Contudo, os iranianos, com uma outra ambição (especialmente no segundo tempo), poderiam ter chegado mais perto do golo. Haghighi (jogou na Covilhã) esteve seguro entre os postes, enquanto Pooladi e Montazeri estiveram em bom nível nas laterais e os centrais mostraram atenção às movimentações dos africanos. Na frente de ataque, apesar dos esforços de Dejagah e Reza, faltou acompanhamento para incomodar o tranquilo Enyeama.