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A-24

Monopólio circense

por A-24, em 18.11.14
Vítor Cunha in Blasfémias


Portugal não precisa de um Syriza ou Podemos enquanto tiver o Partido Socialista na oposição. A parte que interessa nesses partidos-zeitgeist é dizer larachas com unicórnios para uma população descontente e saudosista de uma miséria comunista que nunca viveu e uma arrogância de generation gap tardio quando os meses sem sol inviabilizam a esplanada marítima. Uma espécie de Aum Shinrikyo sem acesso a gás sarin, só à TV, em competição com As Tardes da Júlia e a terceira telenovela da noite, a Dentro de Ti Vejo um Mar de Bílis. Em Portugal, o PS faz essa função sozinho, esvaziando até o bicéfalo Bloco de ambições nas áreas pós-modernistas e altamente fracturantes, tais como o aborto de transexuais ou a eutanásia de católicos.
Tudo muda quando chegam ao poder. É o “pântano”, o “choque fiscal”, o “choque tecnológico”, a 10ª revisão da sustentabilidade por mais 200 anos da Segurança Social feita a menos de 4 anos da anterior revisão de sustentabilidade que garantiria 500 anos… Mas, tirando um ou outro saloio que acredita mais na divindade de si próprio que nas larachas proferidas, lá regressam os mercenários do voto ao mainstream social-democrata falido no preciso momento em que chegam à gamela, enquanto der, enquanto chegar, enquanto não rebentar outra vez e adeusinho, “adoro-vos a todos” mas tenho mesmo que partir naquela estrada onde um dia cheguei a sorrir, rumo ao comentário político er… independente.
O Bloco tem uma intenção de voto que ronda os 4,5%, o Podemos espanhol uns 25%. O que isto demonstra é uma maturidade século XXI do eleitorado português: dispensam novos palhaços quando os velhos pantomineiros chegam perfeitamente para o efeito pretendido.

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