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A-24

Memórias do passado

por A-24, em 09.09.13
Ricardo Arroja

Nos últimos anos deixei de ver futebol, depois de muitos anos em que o pratiquei e o segui com paixão como adepto do FC Porto e da Selecção Nacional. Em parte porque a família ocupa hoje o meu tempo livre, mas acima de tudo porque eu próprio, na sequência de duas operações aos joelhos, abandonei a sua prática, tendo perdido a paixão. A minha indiferença é hoje tal que já não reconheço os jogadores do futebol português, nem os do FC Porto e cada vez mais nem sequer os da Selecção.


Assim, foi com bastante nostalgia que revi algumas imagens do passado a propósito do derby deste fim de semana entre o Sporting e o Benfica, duas equipas pelas quais nunca senti a menor simpatia, mas que durante o final dos anos 80 e os 90′s me proporcionaram grandes alegrias sempre que perdiam contra o FC Porto. Era, aliás, uma dupla satisfação, dado que em minha casa o meu irmão era adepto do Sporting e o meu pai adepto do Benfica…

Independentemente disso, ao ver aquelas imagens do passado – incluindo alguns grandes jogadores que à época “odiava”, nomeadamente o João V. Pinto, o Isaías, o Balakov e o Figo - fiquei com vontade de regressar aos estádios e ver futebol ao vivo novamente. A oportunidade estará aí ao virar da esquina, pois o meu mais pequenote em breve terá idade para ir comigo ao Dragão. E irá mesmo, não vá ele ser desviado pelos dois avôs benfiquistas! Oxalá o miúdo tenha jeito para a bola, e se tiver eu lá estarei para o apoiar, pois se há coisa que eu “não perdoo” aos meus pais foi terem-me cortado as pernas quando eu até tinha algum jeito para a coisa (sobretudo no futsal). O futebol e os estudos, diziam eles, não eram conciliáveis…enfim, essa ficou-me para a vida.

Ps: Já que estou a escrever sobre futebol, não resisto a contar uma pequena história que se passou comigo há tempos. Foi há coisa de três ou quatro anos, quando me cruzei com o João V. Pinto nos estúdios da RTP, e palavra puxa palavra começámos a falar sobre futebol e sobre o meu clube que então seguia em 2 ou 3º lugar no campeonato. A páginas tantas, com toda a espontaneidade do mundo, e sem qualquer ponta de maldade ou ironia, saiu-me a seguinte tirada: “Sabe, falta garra ao FC Porto, falta gente aguerrida com havia dantes; sabe, faltam tipos como o Paulinho Santos!”. O João Pinto, até então muito cordial comigo, mudou subitamente de feições, ficou com aquele ar de raiva que frequentemente exibia em campo, e por momentos tenho a certeza que contemplou dar-me uma cotovelada no maxilar…mas vá lá, respondeu-me com um sorriso, respondeu-me com fair-play, e eu ala que já se fazia tarde…escapei por pouco!