José Socrates anda por aí
por A-24, em 26.01.13
Sócrates anda por aí
por João Pinto Bastos in Estado Sentido
O Partido Socialista é um caso perdido. Após uma longa rave socrática, os meninos do coro do exilado parisiense continuam a mover as fichas de um jogo que, a despeito do que se passa no país, não há meio de acabar. Costa fala e não fala, Seguro questiona a pressa da coisa, Lello refere a existência de questões fracturantes, Silva Pereira deseja mais e melhor oposição, e, no fim, o que sobra? O que resta é um partido completamente alheado da situação do país, com clientelas rapaces que vivem do, pelo e para o Estado. Em suma, gente perigosa. Entretanto, os media dedicam-se, com afinco, a analisar a estupidez colectiva de um bando de meninos que, num país minimamente normal, já teriam apeados da vida política há muito tempo.
Sócrates: mendigo de luxo
por Maria João Marques in O Insurgente
Em Portugal cai-se nos extremos de não ligar à capacidade dos candidatos políticos gerirem com sucesso e dignidade a sua vida financeira e até há maluquinhos que dirão que é um abuso os eleitores pretenderem saber das finanças privadas de um candidato ou, a anos-luz, de assumir que qualquer folga financeira é um caso de enriquecimento ilícito e que se é culpado até se provar a inocência. Mas, mesmo num país que não consegue ser equilibrado nesta questão, o caso de Sócrates em Paris carrega uma surrealidade inegável. Ora o ex-primeiro-ministro que gastou como se não houvesse amanhã, que se endividou para além de toda a prudência e que faliu o país vive agora luxuosamente em Paris à conta de dinheiro que a família lhe dá e de uma dívida que contraíu junto de um banco. Eu não tenho qualquer autoridade, dada a generosidade dos meus pais, para criticar quem recebe ajuda dos pais nas suas finanças quotidianas, mas um ex-pm com o CV de Sócrates vivendo acima das possibilidades em Paris, um homem de cinquenta anos que nos faliu a viver apenas da mensalidade da família e de um empréstimo bancário está no domínio do que se esperaria da ficção e é toda uma alegoria do país socrático. Sobretudo que sirva para percebermos que um diletante que vai para Paris na meia-idade esbanjar o dinheiro da família e viver de crédito dá uma boa personagem de um romance de Thackeray mas nunca um bom presidente da república – que é o que o PS se prepara para nos impingir.