João Semedo e Catarina Martins líderam Bloco de Esquerda
por A-24, em 18.08.12
Francisco Louçã quebra o tabu sobre o seu sucessor no Bloco de Esquerda: não será um, mas dois, um homem e uma mulher - os deputados João Semedo e Catarina Martins."Todos os modelos têm vantagens e desvantagens, mas acho que este é excelente e tem uma enorme convergência, uma enorme simpatia dentro do núcleo da direção do Bloco", diz o ainda coordenador do BE.
A proposta da direção do Bloco está fechada e só falta ser aprovada na convenção do partido, marcada para novembro. "Só há razões para presumir que será muito bem aceite", diz Louçã ao Expresso.
O fundador do BE já enviou sexta-feira à noite um e-mail aos "ativistas e ao povo do Bloco" assumindo que não se recandidata ao cargo de porta-voz (ou seja, líder do partido). Ao Expresso, defende a escolha de João Semedo e Catarina Martins, um modelo "que corresponde aos tempos modernos. Expresso
Comentário n'O insurgente
Enver Hoxha esteve no poder na Albânia 41 anos. Francisco Louçã esteve no poder no Bloco de Esquerda apenas 13, mas há que considerar também os (longos) anos do PSR. Ao bom estilo totalitário, naturalmente, aponta os sucessores com vista à manutenção do rumo.
No que diz respeito aos 13 anos do Bloco de Esquerda, o balanço é misto: por um lado, Louçã não conseguiu chegar ao poder e deixa o partido em clara perda; por outro, o objectivo de subordinar e colocar a estrutura da UDP ao serviço das elites dirigentes do PSR (e de Louçã em particular) foi claramente conseguido, tendo sido também atingido (com grande ajuda do establishment mediático e académico) o propósito de dar uma imagem pública mais aceitável à extrema-esquerda e de condicionar (e em alguns casos determinar) o rumo do PS.