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A-24

Hulk e Witsel "afundaram" o Zenit; Super-investimento da Gazprom resultou em zero títulos

por A-24, em 22.03.13
O Zenit, no espaço de apenas um ano, sofreu uma transfiguração radical que redundou, no final de contas, num insucesso tremendo. O investimento exorbitante – financiado pela companhia energética Gazprom – teve um efeito devastador, conduzindo a equipa de São Petersburgo a zero títulos, depois de na época transacta terem sido campeões nacionais e chegado aos oitavos-de-final da Champions (eliminados pelo Benfica).
Em 2011/2012, Luciano Spalletti tinha uma formação que se destacava pela união, pragmatismo e entrega, com uma equipa formada, maioritariamente por internacionais russos. O meio-campo do Zenit, composto por Zyryanov, Fayzulin, Denisov e Shirokov, era dos mais difíceis de anular e as deslocações ao frio da Rússia eram sempre um tormento. No entanto, as transferências de Hulk e Witsel – numa movimentação com o patrocínio da Gazprom que envolveu cerca de 100 milhões de euros – abalaram completamente a formação que já contava com Bruno Alves e Danny. Não colocando o valor individual dos dois jogadores em causa (têm tudo para se tornarem de classe mundial), o facto é que as referidas aquisições foram tremendamente negativas e "afundaram", de certa forma, o colectivo do Zenit. As críticas protagonizados por Denisov e Kerzhakov (chegaram a ser afastados da equipa principal) ainda colocaram mais pressão sobre os dois craques que, desde que assinaram pelo emblema russo, não mostraram o seu verdadeiro valor.
É legítimo considerar que o forte investimento feito pela Gazprom (que tem ligações ao Chelsea e patrocina a Liga dos Campeões) não foi benéfico para nenhuma das partes. O Zenit, como foi referido previamente, ficou transfigurado, sendo que Witsel e Hulk também ficaram a perder. Além da questão dos títulos - depois de uma LC decepcionante, já foram eliminados na LE e estão já a uma distância considerável no campeonato – os dois jogadores perderam visibilidade, algo importante sobretudo para Hulk que tem a tarefa complicada de convencer Luiz Felipe Scolari a marcar presença no Mundial 2014.
Resta saber se a Gazprom vai voltar a fazer um super-investimento, dando continuidade à revolução operada no plantel russo (já se fala em Roberto Mancini para substituir Spaletti) ou então regressar ao modelo anterior: aposta forte no mercado interno, e inclusivamente permitir as saídas de Hulk e Witsel.
É caso para dizer que o Zenit, que poderia ter aproveitado os milhões da Gazprom para cimentar a sua força, desperdiçou o que de melhor tinha feito nos últimos tempos e ficou, claramente, uma equipa sem "gás".

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