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Qualquer semelhança entre o início da temporada passada e o arranque da época 2012 é pura coincidência. Nos primeiros cinco Grandes Prémios (GP) de 2011, quatro foram ganhos por Sebastian Vettel e o outro por Lewis Hamilton. O panorama é completamente oposto na presente temporada: em cinco corridas houve cinco vencedores, de cinco equipas: Jenson Button (McLaren), Fernando Alonso (Ferrari), Nico Rosberg (Mercedes), Sebastian Vettel (Red Bull) e Pastor Maldonado (Williams), que neste domingo se impôs à concorrência no GP de Espanha.

A vitória de Pastor Maldonado é a primeira da Williams em oito anos. Desde 2004, quando Juan Pablo Montoya ganhou no Brasil, que a equipa de Frank Williams não saboreava um triunfo. Foi um longo ciclo de 131 corridas a penar, que chegou ao fim com a excelente exibição de Maldonado. O piloto venezuelano, que saiu da “pole position” de forma inadvertida – graças a um castigo aplicado a Lewis Hamilton, que tinha sido o mais rápido na qualificação –, tirou partido disso para alcançar a primeira vitória da carreira. Maldonado resistiu à pressão de Fernando Alonso, que procurava ganhar perante o seu público mas teve de se conformar com o segundo degrau do pódio.

“É um dia maravilhoso, algo de inacreditável para mim e para toda a equipa. Trabalhámos muitos nos últimos meses, corrida após corrida, e agora isso deu frutos. Estou muito orgulhoso pelo meu país, de onde recebo muito apoio desde que cheguei à Fórmula 1”, afirmou o piloto venezuelano, no final da corrida. No sábado, através da rede social Twitter, o próprio presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tinha enviado felicitações a Maldonado pela “pole position”.

Fernando Alonso sublinhava a importância do resultado obtido: “Este segundo lugar sabe a vitória. Em Sakhir [no GP do Bahrein] terminámos quase a um minuto do vencedor, e hoje ultrapassámos um dos Red Bull e lutámos até ao fim pela vitória. A somar a isso, ganhámos pontos aos pilotos da Red Bull e McLaren, o que torna o saldo deste fim-de-semana ainda mais positivo.”

Contudo, os festejos da Williams foram interrompidos abruptamente quando um incêndio deflagrou na garagem da equipa, pouco depois do final da corrida. De acordo com as informações da emissora britânica BBC, o incidente terá tido origem numa unidade KERS (engenho que permite acréscimos de potência através da recuperação de energia proveniente dos travões), que ateou fogo ao combustível que estava no local. À Sky, o piloto de testes da Williams, Valtteri Bottas, disse que se ouviu uma explosão na garagem no momento em que Frank Williams fazia o discurso de vitória perante a equipa.

O incêndio deixou totalmente carbonizado o carro de Bruno Senna e alastrou às garagens vizinhas. Um elemento da Williams foi transportado para o hospital e quatro mecânicos da Caterham receberam tratamento dos serviços médicos do circuito de Montmeló, assim como um elemento da Force India.

Ao final da tarde o alemão Michael Schumacher ficou ainda a saber que sofrerá uma penalização de cinco lugares na grelha de partida do próximo Grande Prémio, no Mónaco. Na base do castigo está a colisão com Bruno Senna, que obrigou ao abandono de ambos quando estavam cumpridas 12 voltas.