A-24

“A Alemanha nasceu de uma guerra com a França e foi esmagada duas vezes depois de invadir a França. A sua resolução de pós-guerra foi alinhar-se estreitamente com a França em termos económicos e tornar-se o novo eixo da Europa. Contudo, apesar de parecer que o impulso militar alemão foi posto de lado, o problema da dinâmica de poderes persiste. Caso permaneçam juntas, a França e a Alemanha continuarão a ser o centro de gravidade da Europa. Caso a França e a Alemanha colidam, essa colisão vai rasgar o tecido da Europa, levando a que as nações federadas se dividam e realinhem numa nova configuração.

(…)

À medida que a próxima década se for desenrolando, a Alemanha irá retomar o seu lugar na planície do Norte da Europa, mas desta vez aliar-se-á aos seus inimigos históricos, a França e a Rússia. A Grã-Bretanha vai aproximar-se ainda mais dos EUA. Os países na velha periferia terão de encontrar sozinhos o seu caminho pelo meio das complexidades, porém a nova periferia – a Europa do leste – é que será o centro de actividade.”

Em “A Próxima Década” de George Friedman (páginas 195 a 200).