Federer é o rei, é o mestre
por A-24, em 31.01.10
Ao triunfar na Austrália, Federer aumentou o seu recorde de triunfos em torneios do Grand Slam para 16
Homens como este elevam-se à categoria de mitos porque exibem ao mais alto nível características tais como: talento, controle emociona...
Ao começar a época com o triunfo no Open da Austrália, o suíço posiciona-se para suceder a Rod Laver e vencer os quatro Grand Slams no mesmo ano
As lágrimas voltaram à Rod Laver Arena. Um ano depois de Roger Federer ter falhado a oportunidade de igualar o recorde de 14 Grand Slams e descarregado as emoções na entrega de prémios, foi a vez de Andy Murray ficar com a voz embargada devido à desilusão de falhar a possibilidade de inscrever o nome de um britânico no palmarés dos Grand Slams dos últimos 74 anos. Federer, esse, exibiu um rasgado sorriso, natural para quem alcançou o 16.º título do Grand Slam. "Ele é o rei, ele é o mestre, ele é o campeão do Open da Austrália de 2010!", resumiu o speaker oficial do torneio. Na verdade, o suíço exibiu um ténis que pode levá-lo a mais um feito: conquistar os quatro grandes torneios no mesmo ano.
"Não vou programar a época à volta disso. É algo que, se acontecer, aconteceu, é óptimo, mas não é como se fosse o meu objectivo número um. Tal como também não fixei um número de Grand Slams que quero ganhar", frisou Federer, após derrotar Murray, por 6-3, 6-4 e 7-6 (13/11) e referindo-se ao feito, inédito, desde que Rod Laver triunfou nas quatro maiores provas, em 1969.
Para muitos, a foto onde era consolado por Rafael Nadal, após a final australiana de 2009, traduzia o render da guarda, o fim da era Federer. Mas para o suíço teve o efeito contrário: voltou com maior determinação e com mais alegria e foi readquirindo confiança à medida que a época avançava. A vitória sobre Nadal na final de Madrid, em terra batida, deu-lhe alma nova para abordar Roland Garros, o Grand Slam que nunca tinha conquistado. O resto é história: Federer alcança o mais desejado título e iguala a marca de Sampras; quatro semanas depois, recupera o trono em Wimbledon e estabelece novo recorde de 15 Grand Slams; pouco depois, nasciam as filhas gémeas. "É também muito especial ganhar o primeiro Grand Slam enquanto pai", disse, ontem, Federer, partilhando o momento com a mulher, Mirka.
A chave do sucesso em Melbourne esteve na eficácia do serviço de Federer, que cedeu apenas por duas vezes nos sete break-points que enfrentou: quando liderava o primeiro set, por 2-0, e no sexto jogo do terceiro, o que lhe valeu uma estrondosa ovação. Murray serviu para fechar a terceira partida, onde ainda não tinha enfrentado qualquer break-point, mas o suíço teve a capacidade de elevar o nível exibicional, recuperou o break, para 4-5, e voltou a igualar. No tie-break, o equilíbrio manteve-se e, apesar de se ter apresentado menos consistente, o escocês desaproveitou cinco set-points - dois a 6/4 e outros a 7/6, 9/8 e 11/10 -, dois deles com erros directos. Vendo a incapacidade de fechar do adversário, Federer acelerou, desperdiçou dois match-points, a 8/7 e 10/9, mas concluiu com mais um erro do escocês, o 36.º, ao fim de duas horas e 41 minutos.
"Estou nas nuvens por ganhar isto outra vez. Acho que voltei a jogar o meu melhor ténis nestas duas semanas", admitiu o quinto jogador a vencer por quatro vezes na Austrália (2004, 2006, 2007 e 2010).
Murray queria suceder a Fred Perry campeão do Open dos EUA em 1936 mas contentou-se em ser o primeiro britânico a disputar duas finais na era Open (desde 1968). "Desculpem por não ter conseguido, mas...", disse o escocês de 22 anos com a voz embargada. Mas ainda acrescentou: "Consigo chorar como Roger; é pena não conseguir jogar como ele".
Homens como este elevam-se à categoria de mitos porque exibem ao mais alto nível características tais como: talento, controle emociona...
Ao começar a época com o triunfo no Open da Austrália, o suíço posiciona-se para suceder a Rod Laver e vencer os quatro Grand Slams no mesmo ano
As lágrimas voltaram à Rod Laver Arena. Um ano depois de Roger Federer ter falhado a oportunidade de igualar o recorde de 14 Grand Slams e descarregado as emoções na entrega de prémios, foi a vez de Andy Murray ficar com a voz embargada devido à desilusão de falhar a possibilidade de inscrever o nome de um britânico no palmarés dos Grand Slams dos últimos 74 anos. Federer, esse, exibiu um rasgado sorriso, natural para quem alcançou o 16.º título do Grand Slam. "Ele é o rei, ele é o mestre, ele é o campeão do Open da Austrália de 2010!", resumiu o speaker oficial do torneio. Na verdade, o suíço exibiu um ténis que pode levá-lo a mais um feito: conquistar os quatro grandes torneios no mesmo ano.
"Não vou programar a época à volta disso. É algo que, se acontecer, aconteceu, é óptimo, mas não é como se fosse o meu objectivo número um. Tal como também não fixei um número de Grand Slams que quero ganhar", frisou Federer, após derrotar Murray, por 6-3, 6-4 e 7-6 (13/11) e referindo-se ao feito, inédito, desde que Rod Laver triunfou nas quatro maiores provas, em 1969.
Para muitos, a foto onde era consolado por Rafael Nadal, após a final australiana de 2009, traduzia o render da guarda, o fim da era Federer. Mas para o suíço teve o efeito contrário: voltou com maior determinação e com mais alegria e foi readquirindo confiança à medida que a época avançava. A vitória sobre Nadal na final de Madrid, em terra batida, deu-lhe alma nova para abordar Roland Garros, o Grand Slam que nunca tinha conquistado. O resto é história: Federer alcança o mais desejado título e iguala a marca de Sampras; quatro semanas depois, recupera o trono em Wimbledon e estabelece novo recorde de 15 Grand Slams; pouco depois, nasciam as filhas gémeas. "É também muito especial ganhar o primeiro Grand Slam enquanto pai", disse, ontem, Federer, partilhando o momento com a mulher, Mirka.
A chave do sucesso em Melbourne esteve na eficácia do serviço de Federer, que cedeu apenas por duas vezes nos sete break-points que enfrentou: quando liderava o primeiro set, por 2-0, e no sexto jogo do terceiro, o que lhe valeu uma estrondosa ovação. Murray serviu para fechar a terceira partida, onde ainda não tinha enfrentado qualquer break-point, mas o suíço teve a capacidade de elevar o nível exibicional, recuperou o break, para 4-5, e voltou a igualar. No tie-break, o equilíbrio manteve-se e, apesar de se ter apresentado menos consistente, o escocês desaproveitou cinco set-points - dois a 6/4 e outros a 7/6, 9/8 e 11/10 -, dois deles com erros directos. Vendo a incapacidade de fechar do adversário, Federer acelerou, desperdiçou dois match-points, a 8/7 e 10/9, mas concluiu com mais um erro do escocês, o 36.º, ao fim de duas horas e 41 minutos.
"Estou nas nuvens por ganhar isto outra vez. Acho que voltei a jogar o meu melhor ténis nestas duas semanas", admitiu o quinto jogador a vencer por quatro vezes na Austrália (2004, 2006, 2007 e 2010).
Murray queria suceder a Fred Perry campeão do Open dos EUA em 1936 mas contentou-se em ser o primeiro britânico a disputar duas finais na era Open (desde 1968). "Desculpem por não ter conseguido, mas...", disse o escocês de 22 anos com a voz embargada. Mas ainda acrescentou: "Consigo chorar como Roger; é pena não conseguir jogar como ele".