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A-24

Eta declara cessar-fogo

por A-24, em 05.09.11
Membros do grupo afirmam, num registo em vídeo, que esta decisão foi tomada há meses, "para pôr em marcha um processo democrático".
A organização separatista já antes declarou por duas vezes tréguas, ambas abandonadas. Não é de resto claro, avança a BBC, se esta declaração agora feita é de um fim das acções armadas a termo temporário ou definitivo.
Este vídeo surge numa altura em que a ETA está sob enorme pressão, tendo sido presos vários líderes do grupo separatista a par de uma cada vez mais clara tomada de posição por parte dos partidos políticos bascos pressionando a organização a declarar cessar-fogo.
Enquanto o vídeo está a ser analisado pelo ministério do Interior, e pela presidência do Governo espanhol, o diário "El Mundo" dava conta do "profundo cepticismo" de José Luís Rodriguez Zapatero.
O chefe do executivo espanhol terá comentado que o gesto da ETA parece insuficiente. "A ETA deve saber que não está em condições de propor condições", afirmaram fontes próximas de Zapatero. "Tudo o que se espera dela é o abandono definitivo às armas."
O ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, contactou os grupos políticos e o Governo basco, para falar do alcance e da resposta ao comunicado da organização separatista basca, segundo fontes do ministério ao "El País". 
Fontes do Governo espanhol tinham expressado ao diário "El País", numa primeira reacção ao comunicado, que se trata de "um passo mais da ETA", mas que aquilo que o grupo terrorista tem que fazer é entregar definitivamente as armas. 
Uma opinião semelhante foi espressada por fontes da luta antiterrorista no país, que disseram ao mesmo jornal, também sob anonimato, que este passo fica aquém do que era esperado por parte da organização separatista: "Não anunciam nem a entrega das armas nem o fim da violência; não é suficiente".
As autoridades em Espanha já deixaram muitas vezes claro que só depois da renúncia à violência por parte da ETA é possível abrir a porta a negociações.
A campanha violenta da ETA pela independência do País Basco causou a morte de mais de 820 pessoas ao longo das últimas quatro décadas.