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A-24

Estado Socialista

por A-24, em 03.12.12
A grande diferença entre Portugal e os EUA é que nos EUA os artistas arranjam dinheiro para os candidatos e em Portugal são os contribuintes quem paga aos artistas para que estes contribuam para a boa imagem dos eleitos. No Má despesa pública mostra-se como o concerto gratuito a 5 de Outubro com Mariza no Martim Moniz cuja entrada era grátis teve um custo para a autarquia de pelo menos 28 mil euros. Uma pesquisa no no portal dos contratos públicos por termos como EGEAC ou espectáculo é uma espécie de versão numérica daqueles slogans sobre a cultura é resistência, leia-se sai mais um concerto por alguns milhares de euros.
Temos os habituais mistérios como o representado pelo facto de se gastar quase 300 mil euros em 2012 numa Prestação de serviços no Cinema São Jorge, nomeadamente Assegurar o esquema de rotinas definidas para o funcionamento deste equipamento no que concerne à abertura de salas ao público bem como da sua acomodação e prestação de informação. Colaboração com a equipa do Cinema na preparação da logística dos diversos eventos. Despesa esta justificada com a “falta de recursos próprios” sendo que na CML não deve faltar gente encostada pelos cantos e logo muito preparada para numa sala mais ou menos deserta boa parte do ano ”Assegurar o esquema de rotinas definidas para o funcionamento deste equipamento no que concerne à abertura de salas ao público bem como da sua acomodação e prestação de informação.”
Mas o que me deixa absolutamente fascinada é a pesquisa por Tony Carreira Não tenho nada contra o senhor, acho muito bem que cante e que cobre os 45 mil euros do costume para o fazer. Tem até a vantagem, creio eu, de ao contrário doutros artistas não aparecer a fazer de conta que canta de graça, mas não percebo em que alínea do Estado Social está escrito que os contribuintes portugueses são obrigados a abonar o senhor Tony Carreira em mais de um milhão de euros. Tal como nas obras apoiadas pela UE se passou a incluir os valores em causa também os espectáculos “gratuitos” devem passar a incluir o seu custo.

Helena Matos