Empréstimos por A-24, em 26.07.13 Pedro Lino no DE: «Como reagiria se um amigo lhe pedisse dinheiro emprestado, e agora dissesse que apenas pagaria os juros, e que o capital era um problema seu? Nada bem de certeza. Outra pergunta: continuaria a emprestar dinheiro a este amigo? A resposta para todos, creio, é obvia. (…) Portugal tem cerca de 210 mil milhões de euros de dívida publica, ou seja 127% da riqueza gerada anualmente. O que o PS veio dizer, contra o que assinou quando o País estava na bancarrota, é que acima do limite dos 60% de endividamento, o problema deve ser resolvido a nível europeu, talvez com ‘eurobonds’ e pagando apenas os juros. Fica assim por pagar qualquer coisa como 67% do PIB. Se juntarmos o facto de Portugal ir acumulando défices de 20% do PIB até 2017, altura em que chegará ao equilíbrio orçamental, com um défice de 0,5%, então fica mais uma pergunta – quem nos emprestará este dinheiro, 33 mil milhões de euros, que será utilizado para pagar pensões, salários, investimento e juros, sabendo que o PS entre outros apenas querem pagar os juros? A resposta é ninguém, nem os próprios que defendem esta medida emprestarão ao Estado um cêntimo nestas condições. O resultado é quem tem menos perde mais, porque quem tem algumas poupanças fá-la-ás sair do País. Outra medida anunciada, na linha do pensamento do sr. Berlusconi, é que a componente nacional dos fundos comunitários não conte para o défice. Pergunto se um empresário pode fazer o mesmo, pedir dinheiro emprestado para comprar uma empresa, desenvolver um negócio e não contar para o seu nível de endividamento. Esconder as dívidas debaixo do tapete foi o que fizemos nos últimos 35 anos, com engenharias financeiras, com os resultados agora visíveis.»Tags:economia link do postcomentar favorito