E assim se esgota a Paciência
por A-24, em 12.02.12
O ícone Pimenta Machado havia dito há muitos anos atrás: “no futebol o que hoje é verdade amanha é mentira”. Pois bem, este autêntico cliché do panorama futebolístico nacional junta-se a uma outra regularidade que desde os primórdios vai fazendo a diferença no contexto do desporto-rei: a um voto de confiança dado a um qualquer treinador, por parte da administração ou direcção de um clube, segue-se praticamente de forma garantida a saída daquele.
Domingos foi apenas mais um exemplo de como um agente desportivo se torna amplamente subordinado às mais variadas situações, contextos, oportunidades e momentos. Há dois meses atrás, e após alguma vitórias consecutivas, a euforia reinava em Alvalade. Triunfos categóricos, tanto nas exibições, como na expressão do marcador, iam dando alento a uma massa adepta que vivia constantemente em sobressalto, pelos maus resultados desportivos e pelos jogos mal conseguidos, que desde a Era Peseiro iam sendo uma perfeita realidade.
Uma campanha na Liga Europa quase perfeita, possibilitando à equipa “leonina”, ser a primeira a qualificar-se para a fase seguinte, contribuiu também para ir incrementando e impondo algumas ideias, entre elas, quiçá a principal: Domingos teria sido a escolha certa, o homem que parecia ter devolvido o espectáculo, o bom futebol, mas que iria igualmente potenciar uma equipa ganhadora, sedenta e ansiosa pela conquista de títulos.
Contudo e apenas dois meses depois, e após um período negro de empates e derrotas, que tornaram o título apenas e só numa miragem, ou a Taça da Liga sinónimo de mais uma competição perdida, o estatuto, a acalmia e a confiança de Domingos pareciam não ser os mesmos. A forma como lidava com as adversidades em pleno banco de suplentes, as expressões e o desespero latente, bem como a agressividade com que enfrentava jornalistas numa qualquer sala de imprensa, demonstravam que algo de pouco positivo estaria para “chegar”.
Uma margem de 16 pontos para o líder Benfica, uma quantidade muito pouco razoável de golos marcados, e uma imensidão de golos sofridos no contexto nacional e a recente eliminação na Taça da Liga em pleno Alvalade, terá tornado o futuro de Domingos ainda mais (in) certo. Contudo, o apuramento para o Jamor ou a boa prestação europeia, de uma equipa que tem tudo apara passar a uma próxima fase, seriam argumentos de possível e provável defesa do treinador português.
13 De Fevereiro de 2012, marca o despedimento de Domingos, apenas alguns dias depois do tal voto de confiança de Godinho Lopes. Numa “casa” em que José Peseiro, Paulo Bento, Carvalhal, Paulo Sérgio e agora Domingos, pouco ou nada triunfaram, e da qual todos eles, terão sido “enxotados”, já nada acaba por surpreender. As gestões danosas, dolosas e imediatistas de um conjunto de pessoas e dirigentes, bem como as constantes pressões de investidores ou de adeptos, continuam a marcar a diferença, num clube que parece cada vez mais à deriva e sem rumo.
Numa instituição em que Paciência não abunda, José Mourinho, André Villas-Boas, ou até mesmo Jorge Jesus, foram ainda, alguns dos nomes que estiveram perto de por lá poderem treinar. Acabaram, apesar disso, de levar títulos e capital (tanto humano como financeiro), para os mais directos rivais, ajudando apenas a “afundar” o clube de Alvalade. Será que quando Domingos ocupar o lugar de treinador do F.C.Porto, uma sensação de “dejá-vu”, irá voltar a invadir a cabeça e os pensamentos de adeptos e sócios, cada vez mais descrentes, resignados e acomodados?
Domingos foi apenas mais um exemplo de como um agente desportivo se torna amplamente subordinado às mais variadas situações, contextos, oportunidades e momentos. Há dois meses atrás, e após alguma vitórias consecutivas, a euforia reinava em Alvalade. Triunfos categóricos, tanto nas exibições, como na expressão do marcador, iam dando alento a uma massa adepta que vivia constantemente em sobressalto, pelos maus resultados desportivos e pelos jogos mal conseguidos, que desde a Era Peseiro iam sendo uma perfeita realidade.
Uma campanha na Liga Europa quase perfeita, possibilitando à equipa “leonina”, ser a primeira a qualificar-se para a fase seguinte, contribuiu também para ir incrementando e impondo algumas ideias, entre elas, quiçá a principal: Domingos teria sido a escolha certa, o homem que parecia ter devolvido o espectáculo, o bom futebol, mas que iria igualmente potenciar uma equipa ganhadora, sedenta e ansiosa pela conquista de títulos.
Contudo e apenas dois meses depois, e após um período negro de empates e derrotas, que tornaram o título apenas e só numa miragem, ou a Taça da Liga sinónimo de mais uma competição perdida, o estatuto, a acalmia e a confiança de Domingos pareciam não ser os mesmos. A forma como lidava com as adversidades em pleno banco de suplentes, as expressões e o desespero latente, bem como a agressividade com que enfrentava jornalistas numa qualquer sala de imprensa, demonstravam que algo de pouco positivo estaria para “chegar”.
Uma margem de 16 pontos para o líder Benfica, uma quantidade muito pouco razoável de golos marcados, e uma imensidão de golos sofridos no contexto nacional e a recente eliminação na Taça da Liga em pleno Alvalade, terá tornado o futuro de Domingos ainda mais (in) certo. Contudo, o apuramento para o Jamor ou a boa prestação europeia, de uma equipa que tem tudo apara passar a uma próxima fase, seriam argumentos de possível e provável defesa do treinador português.
13 De Fevereiro de 2012, marca o despedimento de Domingos, apenas alguns dias depois do tal voto de confiança de Godinho Lopes. Numa “casa” em que José Peseiro, Paulo Bento, Carvalhal, Paulo Sérgio e agora Domingos, pouco ou nada triunfaram, e da qual todos eles, terão sido “enxotados”, já nada acaba por surpreender. As gestões danosas, dolosas e imediatistas de um conjunto de pessoas e dirigentes, bem como as constantes pressões de investidores ou de adeptos, continuam a marcar a diferença, num clube que parece cada vez mais à deriva e sem rumo.
Numa instituição em que Paciência não abunda, José Mourinho, André Villas-Boas, ou até mesmo Jorge Jesus, foram ainda, alguns dos nomes que estiveram perto de por lá poderem treinar. Acabaram, apesar disso, de levar títulos e capital (tanto humano como financeiro), para os mais directos rivais, ajudando apenas a “afundar” o clube de Alvalade. Será que quando Domingos ocupar o lugar de treinador do F.C.Porto, uma sensação de “dejá-vu”, irá voltar a invadir a cabeça e os pensamentos de adeptos e sócios, cada vez mais descrentes, resignados e acomodados?