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A-24

disparidades regionais

por A-24, em 22.03.12
“Most of Portugal’s manufacturing exports – garments, footwear, textiles, ceramics, wood products, metal goods and electronic components – are produced by thousands of small and medium-sized companies in the north (…) Businessman say investment in the north is natural and risk based, not decreed investment such as the $2.6bn channelled in a Ford-Volkwagen car plant near Lisbon. The output of this single project is roughly equivalent to that of the whole northern footwear industry (…) Prof. Pedro Arroja, an Oporto-based economics expert, calculates that the north makes an annual net transfer to the south of more than $3bn as result of relatively higher tax contributions and a lower level of public services in relation to the size of the population. This helps to explain why gross domestic product per capita in the north, about 87 per cent of the national average trails behind that of the Lisbon area, where it is about 129 per cent of the Portuguese average”, no Financial Times de 11/02/1997.

Ora, hoje em dia, o PIB per capita na região Norte é de 80% da média nacional e em Lisboa é de 141%. Quanto à transferência líquida do Norte para Lisboa, e para esse efeito de todas as regiões (com excepção do Algarve) para Lisboa, vou ainda estimá-la, mas dos números anteriores tudo indica que, a preços constantes, aquela transferência líquida deverá ser hoje superior aos 3 B’s de dólares de então.

“(…) existem duas regiões onde a redução nominal dos factores competitivos (incluindo os salários) mais necessária será: Lisboa e o Algarve. No Algarve, a elevada taxa de desemprego (quase 18%, a mais alta do País) é talvez a mais evidente manifestação dessa convergência para a média nacional. E em Lisboa o principal sinal é a redução dos salários na Administração Pública e no Sector Empresarial do Estado, que têm maior expressão na região da capital. Porém, sobretudo na capital, dificilmente observaremos as reduções nominais necessárias e a razão é essencialmente histórica. Convido, portanto, os leitores a comparar as disparidades regionais de hoje com aquelas observadas há cerca de vinte anos (…) Assim, em 1991, o Norte exibia um PIB per capita que representava 66% do PIB per capita de Lisboa. E hoje, quase vinte anos depois, a mesma leitura relativa ao Norte exibe apenas 56% da riqueza média por habitante de Lisboa. Mais, entre as restantes regiões continentais, também a posição relativa do Alentejo e do Centro se deteriorou face à capital.”, no meu artigo desta semana na Vida Económica (“Disparidades regionais”).

In "O Insurgente"