Como a Revolução Francesa influenciou o Nacional Socialismo e o Comunismo
por A-24, em 15.09.14
"Bliss was it in that dawn to be alive
But to be young was very heaven!"William Wordsworth
(A sua perspectiva no início da Revolução Francesa; este espírito de entusiasmo não durou muito tempo)
Por Richard Geib
A Revolução Francesa é claramente um dos eventos centrais da Civilização Ocidental - um período da história cujos personagens e eventos sempre me fascinaram. Em comparação, a muito mais moderada Revolução Americana foi muito menos influente no mundo de então - embora tenha sido mais bem sucedida e menos sangrenta. Posso dizer que a Revolução Americana foi mais bem sucedida porque foi mais moderada e menos assassina que a Revolução Francesa.
Mas ironicamente, a Revolução Francesa foi uma revolução fracassada: A Liberté, Egalité,e a Fraternitérapidamente evoluíram para a imponente figura de Robespierre e para o seu Reinado de Terror à medida que a revolução ficou fora de controle e começou a matar-se a si mesma. Inicialmente, os monarquistas foram decapitados, a seguir os Girondinos moderados, e por essa altura a violência e a suspeita estava totalmente fora de controle à medida que a revolução se devorava a ela mesma. Na minha opinião, depois deles terem começado a decapitar os Girondinos moderados, era uma questão de tempo até todosacabarem na guilhotina.
Vinte e seis anos depois da "Declaração dos Direitos do Homem" ter sido escrita, um Bourbon encontrava-se mais uma vez no trono como Rei de França - isto é que eu tenho em mente quando digo que a Revolução falhou. Começando em 1793, a França já teve nada menos que 11 constituições subsequentes ao mesmo tempo que os Estados Unidos ainda usam a sua primeira constituição. Isto é o que eu qualifico de moderação e estabilidade política. O legado destas revoluções é totalmente distinto em estilo, substância e em legado.
Durante um voraz e irracional trecho de paranóia revolucionária, 1,376 indivíduos foram guilhotinados em apenas 47 dias. As últimas palavras da Girondina moderada Mme. Jeanne Roland de la Platiereantes da morte na guilhotina foram:
Ó liberdade! Quanto que eles fizeram pouco de ti!
Na minha opinião, ela colocou as coisas da forma certa. Ou ainda Camille Desmoulins, a escrever da prisão para a sua esposa:
Eu sonhei com uma república que todo mundo iria adorar. Eu não podia acreditar que os homens eram tão ferozes e tão injustos.
Sempre preferi os moderados Montesqieue Lafayetteno lugar de Robespierre e dos seus radicais colegas. Sem surpresa alguma, eles não se deram assim tão bem na Revolução Francesa, o que é um exemplo perfeito da lei de Gresham da moralidade política: o mal expulsa o bem à medida que todos se tornam corruptos ao mesmo tempo que a vida política se torna não muito diferente da guerra Hobbesiana de todos contra todos num "desejo perpétuo e incansável de poder, que só termina com a morte."
Domestic carnage, now filled the whole year
With feast-days, old men from the chimney-nook,
The maiden from the busom of her love,
The mother from the cradle of her babe,
The warrior from the field - all perished, all
Friends, enemies, of all parties, ages, ranks,
Head after head, and never heads enough
For those that bade them fall. - William Wordsworth
Wordsworth veio a sofrer a desilusão dos jovens revolucionários de todas as eras que descobrem que, ao derramarem um oceano de sangue, eles mais frequentemente causaram males maiores. Se a Revolução Francesa foi o fim dos privilégios monárquicos e aristocráticos e a emergência dos direitos democráticos comuns, ela foi também o início do moderno governo totalitário e da execução em larga-escala dos "inimigos do Povo" por parte de entidades governamentais impessoais (o "Comité da Segurança Pública" de Robespierre). Este legado atingiu o seu ponto mais elevado com a trágica chegada dos Nazis Alemães e dos Comunistas Soviéticos e Chineses do século 20.
De facto, Rousseau foi chamado de o precursor dos pseudo-democratas modernos tais como Estaline e Hitler e as "democracias do povo". O seu apelo para que, se for necessário, os "soberanos" forcem os homens a serem livres no interesse da "Vontade Geral", soa mais como Licurgo de Esparta e não como o pluralismo de Atenas; o legado de Rousseau é Robespierre bem como os radicais Jacobinos (do Terror que se seguiu) e que o adoraram de modo apaixonado. Durante o século 20, a sua influência fez-se sentir através da acção dos tiranos que iriam fomentar as paixões igualitárias das massas não no interesse da justiça social mas sim do controle social.
Olhemos para Rousseau como o génio literário que foi e apreciar a sua contribuição para a história; olhemos para a sua filosofia política com grande cepticismo.
Será que se pode forçar uma pessoa a ser livre? Será que uma pessoa - ou um pequeno grupo de pessoas - pode claramente discernir o que é a "Vontade Geral" que representa todas as pessoas? Não é isto, na práctica, um apelo à ditadura? Será que podemos ler "O Contrato Social" e encontrar nele algum do espírito de Atenas e da democracia parlamentar? Eu não consigo. Tudo isto parece-me mais ao estilo de Esparta bem como ao estilo do igualitarismo austero da sociedade colectivista e das justificações ideológicas dos regimes de pesadelo do totalitarismo moderno.
Rousseau pressagia a ascenção do movimento Romântico nas artes e causou a sensação entre os aristocratas de França dos Bourbons. Alegadamente Napoleão disse mais tarde:
Se não tivesse existido um Rousseau, a Revolução não teria ocorrido, e sem a Revolução, eu teria sido impossível.
Estaline e Hitler poderiam dizer o mesmo ao reconhecerem a sua dívida pelo conceito de "o Soberano" a Rousseau e à sua identificação mística com as pessoas. Duzentos anos mais tarde nós só temos milhões e milhões de inocentes assassinados em "nome do povo", etc.ad nauseam. Robespierre olhou para Rousseau como um pai espiritual. Se eu pudesse escolher o menor de dois males, eu teria escolhido os diplomatas oportunistas tais como Maurice de Talleyrand de França, Clemens Metternich da Áustria, Czar Alexandre da Rússia, ou o Lord Castlereagh da Inglaterra e não Napoleão e a França Revolucionária, visto que Napoleão foi apenas a semente que iria florescer no século 20 nas pessoas de ditadores dinâmicos tais como Adolf Hitler e José Estaline.
"Ninguém pode governar sem culpa," alegou São Justo. Isto pode ser verdade, mas a violência política é o pior dos males deste século, repleto de crimes espectaculares, e que eu saiba, Robespierre foi o primeiro intelectual Europeu a avançar com a ideia absurda de que o terror é a melhor e a mais eficaz forma de estabelecer a "justiça".
A Revolução Francesa foi a morte merecida do antigo sistema monárquico Europeu. Infelizmente, em demasiados locais os governos que tomaram o lugar dos regimes antigos foram tão maus ou piores que aqueles que os haviam precedidos (Desde Napoleão, a Lenine até aos fascistas). O caos e a violência que Napoleão ajudou a materializar só nos últimos 50 anos (esperemos nós) é que foi removida do sistema Europeu. Que nós possamos aprender com o passado de modo a que não façamos os mesmos erros. Que o século 20 (e o terror Jacobino) seja um aviso! (...)
O que aprendemos com o estudo da Grande Revolução [Francesa] é que ela foi a fonte de todas as actuais concepções comunistas, anarquistas e socialistas.