Coesão e paz procuram-se
por A-24, em 10.08.14
Pelo menos 13 soldados morreram 25 ficaram feridos e outros 13 encontram-se desaparecidos. Este é o resultado dos confrontos entre o exército libanês e os terroristas da Frente al Nusra, o franchising sírio da al-Qaeda. O chefe do exército do Líbano, Jean Kajwayi, afirmou que Amer Ahmad Yomaa, o responsável do grupo jihadista detido na semana passada, confessou que estava “a ser preparada uma grande operação contra o exército libanês.” Os combates que visam recuperar a cidade libanesa de Arsal e expulsar os terroristas tiveram início na tarde de Sábado. Na cidade, pelo menos dois civis morreram quando tentaram impedir o assalto a um edifício governamental por parte dos radicais. Desconhece-se o número de baixas entre os membros da Frente al Nusra. Os arredores de Arsal têm servido como palco aos confrontos entre o exército libanês e os militantes sírios, no entanto este são os considerados mais graves. A cidade fronteiriça é de maioria sunita e serve de abrigo a milhares de refugiados que fugiram da guerra que se desenrola na Síria há mais de três anos. O Primeiro-Ministro do Líbano, Tammam Salam, descreveu os acontecimentos como “um flagrante ataque ao estado libanês” e o exército garantiu que “tomará acções firmes para evitar que o conflito na Síria se estenda para o Líbano.” Jean Kajwayi, afirmou que os confrontos não estão relacionados com a detenção de Amer Ahmad Yomaa, nem são fruto de uma casualidade e considerou-os mesmo como algo “planificado há muito tempo e que apenas esperava o momento oportuno para ser realizado.” O responsável militar libanês considera que as forças armadas do país estão preparadas para fazerem frente à “ameaça extremista sunita (“takfiri”)” desde que se actue com rapidez” pois se assim não for, “os grupos terroristas beneficiarão do que acontece em Arsal e irão actuar noutras regiões do país.” Jean Kajwayi, referiu que “quem atacou as forças de segurança foram maioritariamente estrangeiros que contaram com a colaboração de refugiados sírios.” Por esse motivo, pediu que se “trabalhe no sentido de evitar que os campos de refugiados sírios se convertam em fontes de terrorismo”. No final de Julho, as Brigadas Sunitas Livres de Baalbeck, grupo terrorista leal ao Estado Islâmico, ameaçaram “queimar o Líbano caso a polícia não mude de tácticas.”. Saifula al Shayah, o Emir do grupo libanês assegurou que “podem transformar o Líbano num escombro de ferro e fogo numa questão de horas” caso alguns dos seus “membros sejam atacados pelas forças de segurança.”. Desde o início da guerra na vizinha Síria, em Março de 2011, que têm aumentado o número de atentados, sequestros e confrontos violentos no Líbano, que se encontra dividido entre os partidários e os que lutam contra al Assad. Atef Saadedin, um militar libanês anunciou a deserção e a integração na Frente al Nusra por considerar que “as forças armadas são um mero instrumento nas mãos do grupo xiita Hezbollah”. A decisão foi tomada como saída “à perseguição que sofrem os sunitas, com detenções e interrogatórios constantes, enquanto os apoiantes do Hezbollah continuam a dar ordens com o pretexto de combater o terrorismo sem que ninguém os incomode.” A verdade, segundo o desertor, revela é que “o grupo xiita é o primeiro a atacar as mesquitas de Tripoli.”Este é o primeiro militar libanês a desertar do exército, que é integrado por membros originários de todas as comunidades religiosas presentes no país.