Catalunha recusa castelhano como primeira língua no ensino
por A-24, em 06.12.12
Uma lei sobre o ensino do castelhano em todas as escolas espanholas está a gerar polémica na Catalunha, que recusa adotar essa língua como língua principal no ensino.
A nova lei da educação, apresentada pelo ministro José Ignacio Wert, determina que se uma escola de uma região autónoma não der incidência ao castelhano como língua principal, os pais dos alunos dessa escola podem inscrever os filhos em instituições privadas que o façam, com os custos a desse encargo a pertencerem ao governo regional em causa.
A já conhecida como lei Wert não impede o ensino das outras línguas co-oficiais (catalão, basco e galego), mas determina que essas passam a ser línguas de especialidade.
É da Catalunha que surgem as maiores críticas ao projeto de lei. No momento em que José Ignacio Wert apresentava a proposta, a conselheira da Educação do Governo Regional da Catalunha, Irene Rigau, abandonou a reunião.«Um governo da Catalunha não pode aplicar esta lei», destacou Rigau, que acusa o Governo de lançar o maior ataque ao catalão desde 1978, data em que a língua passou a ser reconhecida como a principal na Catalunha.
O Partido Popular tem maioria absoluta no Parlamento, pelo que pode aprovar a medida sem ceder a eventuais posições contrárias dos restantes partidos. Caso o Governo não recue na intenção, a única hipótese de a lei ser travada é se for considerada inconstitucional.