Ainda sobre os piropos
por A-24, em 07.09.13
" Abençoada mãe que deu à luz esta filha"
" Boneca, és colírio para os meus olhos"
" Querida, se não fosse casado, casava-me já contigo"
Aqui ficam três exemplos de piropos, muito do meu tempo, com que o BE pretende acabar, sabe-se lá bem porquê. É claro que há muitos outros jocosos e até ordinários, que dependem do grau de instrução de quem os profere. Mas, por norma, são uma explosão natural de apreço que elogia mais do que ofende.
Num país em que cenas de sexo muito explícito passam diariamente na tv e no cinema - para não referir os computadores -, a qualquer hora, integrando o cardápio da (in)formação televisiva, pública e privada, aquele partido, na actual conjuntura, considera da maior oportunidade, calar a voz dos portugueses que utilizam esta prática latina. Pena que não haja, hoje, um bonito homem no BE, para eu lhe dar um piropo. Oxalá houvesse!
Haja paciência para tanta tolice.
Helena Sacadura Cabral
O anedotário nacional soma e segue. Agora é a penalização do piropo, como se não houvesse problemas a sério para nos preocuparmos.
Se não quiser ir preso, cavalheiro, modere a linguagem quando passar por uma boazona (perdão, por uma jovem interessante). Nada de sugestões em vernáculo de calceteiro, nada de fantasias culinárias. Se não conseguir mesmo ficar calado, nunca vá mais longe do que isto: "Minha senhora, permita que lhe diga que a acho particularmente bonita. Nos meus sonhos mais ousados, imagino-me a oferecer-lhe um bombom na Versailles".
Ana Vidal