A moral católica
por A-24, em 06.03.13
Fico perplexo quando ouço afirmar que a Igreja Católica é demasiado puritana ou que castra a actividade sexual. Pelo contrário, eu penso que nos países de cultura católica o sexo é mais relevante do que nos países protestantes. Atribui-se-lhe mais importância, os relacionamentos são mais “calientes” e, salvo melhor opinião, os respectivos acessórios são mais e melhor utilizados.Claro que a Igreja considera pecado muita desta actividade, o pecado da luxúria, mas a Igreja é mãe e perdoa. Nem poderia ser de outro modo porque perante Deus ‹‹todos somos pecadores››. Daí que, nas congregações de fiéis, se rogue a Deus por perdão: ‹‹perdoai-nos Senhor os nossos pecados››. Pecados que, na maior parte dos casos, correspondem aos excessos da besta humana: a luxúria, a gula, a preguiça, a inveja, etc.
Ora a posição da Igreja é condenar estes excessos, como não poderia deixar de ser, mas aceitando sempre alguma transgressão, como fruto das nossas imperfeições. A Igreja sabe que não somos todos pessoas exemplares aos olhos de Cristo e não pretende impor uma ditadura moral, apenas pretende que aceitemos um ideal de perfeição e que lutemos por ele, embora reconhecendo que ficamos sempre aquém.
Há um célebre dito que antigamente se aplicava aos abades e que reza assim: ‹‹olhai para o que eu digo, não olheis para o que eu faço››. Esta dualidade, na minha opinião, está no cerne da moralidade católica e corresponde ao que descrevi.