Na Bélgica, quem não é, hoje, favor da eutanásia livre e "à vontade do freguês", é considerado retrógrado, da direita, e/ou conservador — epítetos que são considerados sinónimos. Por este andar e por absurdo que seja, se se defender na Europa, um dia destes, a existência de campos de exterminação em massa para velhos e deficientes, quem for contra eles é democraticamente reaccionário, retrógrado e conservador. A História repete-se.
À medida que a esquerda radicaliza, o centro vai virando à esquerda que há vinte anos não era tão radical como é hoje. Na Europa, quem for defensor da vida humana intra-uterina é hoje considerado um troglodita pelas elites políticas (nacionais e internacionais) do leviatão europeu (leia-se, União Europeia), e a tal ponto que o "Papa ambíguo" toma posições relutantes e ambivalentes acerca do aborto.
"Troglodita" é hoje o superlativo absoluto simples de "conservador": é uma criatura que ainda habita na caverna de Platão — porque o europeu moderno, democrático, progressista e de vistas largas há muito tempo que viu a luz.
Até em Portugal, o "cota" socialista Manuel Alegre referiu-se a quem não concorda com o "casamento" gay e com a adopção de crianças por pares de invertidos como sendo um "conservador" no sentido de troglodita.
Depois, esta gente estranha que surjam fenómenos políticos como o da Front Nationale de Marine Le Pen.
É que o radicalismo de esquerda foi já tão longe na Europa que quem defenda hoje o aborto apenas e só até às 10 semanas de gravidez é considerado um "cota" moderado, um indivíduo do "centro político". À medida que a esquerda radicaliza, o centro vai virando à esquerda que há vinte anos não era tão radical como é hoje. Hoje, um indivíduo que se diga "do centro" político aproxima-se das posições políticas (na cultura) do Bloco de Esquerda do tempo da sua fundação.
Depois, esta gente vem dizer que a Front Nationale de Marine Le Pen é de "extrema-direita". Pudera! As pessoas não se dão conta de que o epíteto de "extrema-direita" surge em função do actual fenómeno de radicalização extrema à esquerda que aconteceu progressivamente na Europa nos últimos 15 anos.
Um dia destes, e por este "andar hegeliano", um indivíduo que defenda a vida humana intra-uterina será metido na prisão por ser de "extrema-direita". Em alguns países da Europa, pelo simples facto de se defender publicamente o casamento natural (entre um homem e uma mulher), já se pode ser levado a tribunal e condenado por "crime de ódio".
Em suma, a Front Nationale de Marine Le Pen é o que a elite política desta Europa merece. Não merecem outra coisa. Para radical, radical e meio.
Perante os resultados das autárquicas em França, que proporcionaram bons resultados à FN e à direita em geral, a comunicação social e os bem-pensantes reagem com a habitual falta de carácter e desprezo pela vontade popular. Dizem que "a França está chocada". Isto, além de configurar uma arrogância desmedida, configura igualmente uma ignorância muito séria. Porque se "a França está chocada" isso significa que todos os franceses estão chocados, incluindo os que votaram na FN. Ora, das duas uma: ou os eleitores da FN são maluquinhos e votam para depois se chocarem, ou os jornaleiros de serviço confundem proposições e não são capazes de distinguir uma universal de uma particular. Atendendo a que tal matéria elementar de lógica é dada no 10ºano de escolaridade, é caso para perguntar aos nossos jornaleiros onde estavam eles com a cabeça quando tais conteúdos foram leccionados.
Quanto ao resto, o esperado: se os resultados tivessem beneficiado a extrema-esquerda e os xuxas que têm desgovernado a França e a Europa já não haveria problema e a democracia estaria a funcionar. Assim, quando a vontade popular vai contra a dos donos da democracia, é urgente fazer algo. Brevemente pode ser que a FN seja ilegalizada, devolvendo-se assim a normalidade ao país e fazendo regressar a normalidade, exorcizando-se qualquer choque ou emoção mais abruptos.
A vitória da extrema-direita em França é uma derrota de quem? Podemos, talvez, fazer várias teorias e nenhuma estar certa. Mas aquela que me ocorre mais vezes é esta: dos anos de relativismo moral, de desprezo pelas melhores tradições europeias, de sociedades para as quais só havia direitos e não deveres, de apoio a pessoas, necessitadas, é certo, mas que não se esforçavam e não trabalhavam e acumularam o ódio das que, trabalhando auferiam pouco mais. Enfim, anos de despautério, de pouco critério em que os Estados foram tentando comprar a complacência dos cidadãos e a sua paz social.
É por isso que a extrema-direita não vai buscar os votos à direita e ao grande capital, mas precisamente às camadas mais populares. É por isso que mais e mais emigrantes portugueses, por exemplo, alinham com as teses xenófobas, racistas e simplistas de Marine Le Pen.
É fácil dizer que foi a crise. Claro que foi. Mas essa crise tem as mesmas origens atrás descritas. Que tudo se equivale, que o esforço é, por vezes, inglório; que a justiça não é igual para todos.
Muitas vezes, em alturas que tenho oportunidade de falar, dou o seguinte exemplo: imaginem duas famílias com rendimentos iguais. Uma aluga uma parte de casa e vive modestamente. A outra constrói uma barraca num baldio e vive mal, mas com mais disponibilidade, pois não paga nada pela casa. Quando a Câmara fizer realojamentos, qual será, destas duas, a família beneficiada?
Escusam de responder. O povo sabe a resposta. E sabe que nenhum político do nosso sistema tradicional pretende sequer encarar um problema assim. É Marine Le Pen, como outros semi-fascistas e populistas que enxameiam a Europa, que lhes respondem. Muitas vezes, de forma desumana e bárbara. Mas é bom não esquecer que muitos dos que agora votaram no FN também tiveram esperança e acreditaram em Sarkozy ou em Hollande, como muitos que votam em partidos cada vez mais radicais em toda a UE já depositaram esperanças de mais e melhor justiça e equidade em partidos que os desiludiram. Também aqui é o modelo social e político tradicional que falha redondamente.
O mundo mudou há 224 anos com a Revolução Francesa
A França nesse ano de 1789 estava em quase derrocada económica. Como país agrícola os camponeses viram os seus rendimentos cairem com a entrada da indústria. Os impostos e os encargos estavam todos em cima dos ombros das classes menos favorecidas socialmente. Grassava a fome e o descontentamento e a frase de Maria Antonieta, “se não têm pão comam croissants” foi por demais infeliz.
O Povo começou a guardar armas, a conspirar e na manhã de 14 de Julho, depois da demissão de Necker um ministro muito popular que tentava chamar Luis XVI à razão, o povo de Paris pega em armas nos Invalides e dirige-se para a Bastilha, uma fortaleza real onde eram guardados os prisioneiros políticos.
Depois de um tiroteio pleno de violência, a Bastilha é tomada e os poucos prisioneiros que ali se encontravam retomam a liberdade.
Deste modo a tomada da Bastilha representa uma primeira vitória do povo de Paris contra um símbolo do Antigo Regime, e uma primeira forma de pôr em prática os ideais do Iluminismo: Liberdade, Igualdade Fraeternidade
Em termos históricos pode afirmar-se que Revolução Francesa iniciou a Era das Revoluções Burguesas, fez parte do movimento revolucionário global, atlântico e ocidental que começou nos Estados Unidos em 1776 passando por Inglaterra, Irlanda, Holanda, Bélgica, Itália, Alemanha, Suíça e termina na França em 1789. Teve repercussão em outros países, mas retorna a França em 1830 e 1848.
A Revolução Francesa significou o fim do absolutismo e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou direitos sociais e passou a ser respeitado.
Com o voto favorável da proposta de lei do deputado Benjamin Raspail, o dia 14 de Julho torna-se feriado nacional da República. Ainda hoje, o 14 de Julho é celebrado com pompa e circunstância.
Em Paris, não deixará de haver o desfile militar nos Champs Elysées e por toda a França são organizados bailes, iluminações especiais ou fogos de artifício.
A Revolução Francesa representa para a Humanidade a revolta e o derrube da tirania da opressão e da desigualdade social.
Em 2002, a França entrou em estado de choque quando Jean-Marie Le Pen conseguiu passar à segunda volta das eleições presidenciais, ultrapassando o socialista Leonel Jospin. Todos os partidos democráticos aliaram-se então a Chirac, que foi reeleito com 84% dos votos. Nessa altura, no entanto, Jean-Marie Le Pen não conseguiu mais do que 16% dos votos, só tendo passado à segunda volta em virtude da divisão do campo socialista, que posteriormente passou a ser resolvida com a criação de uma espécie de primárias socialistas nas presidenciais.
Ontem, no entanto, a Frente Nacional obteve 47% dos votos numa eleição parcial, só não tendo conseguido a eleição do seu candidato em virtude de todos os outros partidos se unirem contra ela. A França já percebeu, por isso, que nas próximas europeias corre o risco de assistir a uma vitória da Frente Nacional. Para tal contribuem dois factores: Primeiro, a personalidade de Marine Le Pen, bastante mais perigosa do que o seu pai, e que tem feito crescer paulatinamente o seu partido. Em segundo lugar, a incompetência total da Comissão Barroso, cujo liberalismo radical ameaça fazer cair a Europa nos braços do nacionalismo. Tem toda a razão o Ministro francês Arnaud Montebourg quando avisa que Durão Barroso é o carburante da extrema-direita. Efectivamente, a política da Comissão Europeia só tem tido como efeito o crescimento dos partidos nacionalistas e xenófobos em toda a Europa.
Só que a irresponsabilidade da Comissão Europeia ameaça virar-se contra si própria. Efectivamente uma das propostas eleitorais de Marine Le Pen é a saída da França do euro. Como o euro não subsistirá sem a França, se a Frente Nacional alguma vez ganhar as eleições, é certo e seguro que o euro acaba e com ele a União Europeia. E Durão Barroso será o principal responsável por este descalabro.
Dezenas de montras de bancos e de comércios foram atacados, esta tarde, em Paris, quando milhares de pessoas desfilaram numa manifestação "anti-fascista", em memória de Clément Méric, jovem militante de extrema-esquerda morto há duas semanas depois de ter sido agredido, durante uma altercação, por um skinhead, membro de um grupo semi-clandestino da extrema-direita.
Os militantes de esquerda e extrema-esquerda, muitos vestidos de negro, atacaram com pedras montras de dezenas de bancos e de comércios ou vandalizaram-nos com slogans anti-capitalistas e anti-fascistas, mas a polícia não interveio e manteve-se à distância.
Pouco depois, em Villeneuve-sur-Lot, no sudoeste do hexágono francês, numa eleição legislativa parcelar, o candidato da extrema-direita (da Frente Nacional-FN, de Marine Le Pen) alcançou 47 por cento dos votos, sendo batido pelo seu adversário da direita clássica, que apenas foi eleito por ter beneficiado dos votos, na segunda volta, da "frente republicana anti-Le Pen" (direita, socialistas, comunistas, centristas).
A subida da extrema-direita, sublinhada por todas as recentes sondagens, provoca inquietação em França, onde analistas prevêem que a FN vença as eleições europeias de meados de 2014.
Esta situação, designadamente o afastamento desde a primeira volta, no domingo passado, do candidato socialista na parcelar de Villeneuve-sur-Lot, enerva os próprios membros do Governo. "Durão Barroso é o carburante da FN", disse esta tarde o ministro francês da Indústria, Arnaud Montebourg, a propósito da polémica sobre as declarações do presidente da Comissão europeia sobre os "reaccionários" que defendem a excepção cultural nas negociações comerciais entre a UE e os EUA.
O ministro francês acha que a principal causa da subida da FN em França não são os escândalos, nem a subida do desemprego, nem os problemas com o poder de compra, nem os escândalos, nem os conflitos provocados pelas religiões. "A UE exerce uma pressão considerável sobre os Governos democraticamente eleitos, é inaceitável, temos um presidente da Comissão que diz 'todos os que são contra a mundialização são reacionários'... temos uma UE imóvel, que não mexe, que não responde às aspirações populares dos europeus, que dá força aos partidos nacionalistas, aos anti-europeus da UE", explicou Arnaud Montebourg.
40% dos franceses gostam de Marine Le Pen
Projetando os resultados eleitorais e os estudos das sondagens, diversos analistas consideram que a FN pode tornar-se no primeiro partido de França nas eleições autárquicas e europeias da primavera de 2014. Marine Le Pen, filha do truculento fundador da FN, Jean-Marie Le Pen, é claramente mais moderada do que pai e beneficia de uma boa imagem - 40 por cento dos franceses dizem ter uma boa opinião dela!
A chefe da FN, que disse há algumas semanas, ao Expresso, acreditar na vitória do seu partido nas eleições europeias de meados do próximo ano, recolhe votos de desiludidos tanto à direita como à esquerda, designadamente na classe operária e na juventude que, tal como indicam as sondagens, votam maioritariamente por ela! E beneficia igualmente com a crise que atravessa a UMP que, desde a derrota de Nicolas Sarkozy nas últimas presidenciais, vive com convulsões quase permanentes devido a uma descontrolada guerra de chefes pela liderança.
Com estas perspetivas e depois da eleição de hoje em Villeneuve-sur-Lot, a França pode estar a preparar-se para viver, de novo, uma grande crise de nervos, certamente bem mais grave e fulminante do que aquela que viveu em 2002 quando Jean-Marie Le Pen se qualificou para a segunda volta das presidenciais contra Jacques Chirac!
Segundo a polícia, eram 150 mil, segundo os organizadores, um milhão: a 26 de maio, Paris foi de novo palco de uma manifestação contra o casamento para todos, numa altura em que a lei que institui o casamento homossexual foi adotada a 23 de abril e a primeira união está prevista para 29 de maio.
Apesar do sucesso desta mobilização, os organizadores “não conseguiram esconder as suas dissensões”, escreve Le Parisien, como acontece dentro do UMP (direita, oposição), onde duas correntes se opõem sobre a questão do casamento homossexual.
“Se, ontem, o Governo queria sobretudo sublinhar essas divisões e esperava poder, finalmente, virar a página, também compreendeu que uma parte da população não está preparada para aceitar essas reformas”, afirma Le Parisien.
Empresário líbio condenado por proxenetismo em França diz que saía de Cannes todos os anos com mais 200 mil euros na conta.
Quem pensa em Cannes, normalmente pensa no festival de cinema realizado na cidade todos os anos (ou, em alternativa, em iates), mas não costuma pensar em algo que um empresário líbio diz que "move mais dinheiro do que a venda de filmes": a prostituição.
Elie Nahas tem 49 anos e foi condenado em França, em outubro do ano passado, a oito anos de prisão por proxenetismo e terá de pagar uma multa avultada, de 50 mil euros, por coordenar uma rede de prostituição de luxo que envolvia 50 mulheres e outros sete acusados, de acordo com a justiça francesa.
Contudo, o agente de modelos não está na prisão: está atualmente refugiado em Beirute, capital do Líbano, onde foi entrevistado pelo jornal espanhol "El País".
A ligaça de Nahas a Cannes começou em 2002, não através do cinema, mas de Mutasim Gadafi - entretanto morto -, um dos filhos do ditador líbio Gadafi, que "organizava concursos de beleza no Líbano" e que disse a Nahas "que precisava da sua ajuda na Europa para convidar mulheres belas para as suas festas", segundo o próprio.
A partir daí, o empresário passou a ser o "homem do dinheiro" e organizava todas as estadas de Mutasim em Cannes, com dezenas de mulheres a serem contratadas para 'embelezarem' o 'Che Guevara', iate do filho de Gadafi ancorado na cidade francesa. "Cada uma cobrava mil euros por mostrar os dentes", conta ao "El Pais". "Estar ali, sorrir, dançar e beber", acrescenta.
"Se alguma delas fazia alguma coisa e cobrava cinco ou seis mil euros, não tenho nada a ver com isso"
Elie Nahas chegou a receber, aliás, 1,5 milhões de dólares (cerca de um milhão de euros) por organizar uma festa de aniversário de Mutasim, em Marrocos, em 2004. Em Cannes, os pagamentos também eram generosos, mas o empresário insiste em dizer que apenas tinha um serviço de escorts, isto é, de acompanhantes, e não de prostituição.
"Cannes é a cidade com as escorts mais caras. O que na rua custa 50 euros, ali ascende a 500 ou mil euros", começa por explicar. "O festival de cinema é a época em que há mulheres mais bonitas. Se alguma delas fazia alguma coisa e cobrava para ela cinco ou seis mil euros, não tenho nada a ver com isso".
Mas as autoridades francesas acharam que Nahas era o 'cabecilha' de um rede organizada de prostituição, pelo que, em 2007, detiveram-no no luxuoso Hotel Carlton, em Cannes. Ficou em prisão preventiva durante 11 meses, até o caso ser encerrado por falta de provas.
Em 2008, regressou a Beirute e, quatro anos mais tarde, a justiça francesa voltou a acusá-lo. Não regressou a França, pelo que foi condenado sem estar presente no julgamento, ainda que os seus advogados tenham apresentado um recurso.
A partir do Líbano, confessou ao "El País" que não planeia voltar à Europa, para evitar a Interpol... e não só. "O mundo das modelos está cheio de belas mulheres, mas é um negócio muito sujo", diz.
N.P.: O mais irritante destas notícias é confundirem o termo casamento. Não sou contra nenhum tipo de união, pois cada um sabe de si, agora tratar a união gay como "casamento" roça a malvadez. O Casamento é uma instituição de origem sacra, pedra basilar da civilização cristã, foi e será sempre entendida como união entre homem e mulher, perante Deus e a lei. O que se lê abaixo é união, diferente de casamento e nunca será vista como igual, mesmo que a agenda gay continue na ordem do dia. A isto chama-se Marxismo-cultural, que tem por objectivo diluir e destruir toda e qualquer tradição, subjectivizando tudo o que é claro como a água.
O Presidente francês, François Hollande, promulgou neste sábado a lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A legislação foi publicada no jornal do país equivalente ao Diário da República português, depois de ter recebida luz-verde por parte do Tribunal Constitucional de França.
A ministra da Justiça, Christiane Taubira, já tinha adiantado em Abril que se não houvesse nenhum entrave que a nova lei entraria em vigor em Junho, sendo que até lá seriam adaptados todos os documentos necessários à celebração da união, assim como adaptado o Código Civil e outros trâmites relacionados com o nome de família e o estado civil. Isto porque a nova lei modifica várias coisas, como as regras do nome de família para todos os casais: em caso de desacordo entre os pais, o nome dos dois será dado à criança, por ordem alfabética. No caso de não poder haver escolha, por a criança ter já uma filiação de sangue, a criança toma o nome do pai, como já acontecia actualmente.
Em reacção à promulgação de Hollande, o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, regozijou-se com o facto de o seu Governo “ter feito avançar a igualdade”. “Todos os meus voto de felicidades para os futuros casados e casadas”, escreveu o governante na sua conta na rede social Twitter.
Votação em Abril
O Parlamento francês aprovou no final de Abril o casamento entre pessoas do mesmo sexo por 331 votos a favor (mais do que a maioria necessária de 270) e 225 contra. Mal o presidente do Parlamento, Claude Bartolone, anunciou os resultados, a maior parte dos deputados levantou-se e gritou "Igualdade".
François Hollande esperava que a aprovação da lei encerrasse meses de radicalização social, com os grupos contra o casamento gay a organizarem gigantescas manifestações em toda a França mas sobretudo em Paris. Porém, logo após a aprovação do documento registaram-se vários confrontos no país entre os grupos contra e a favor da mudança. E a oposição conservadora da União para um Movimento Popular, de Jean-François Copé, anunciou que pediria ao Tribunal Constitucional que declarasse a lei inconstitucional – o que não veio a acontecer. Agora, numa reacção à decisão, citado pela AFP, Jean-François Copé diz que “lamenta” mas que “respeita” a nova legislação.
O projecto de lei aprovado em França, que é o 14.º país do mundo a legalizar o casamento gay, é muito abrangente e dá aos casais do mesmo sexo o direito de adoptar. Permite também que pessoas oriundas de outros países se casem ali.
A promulgação de Hollande acontece apenas um dia depois de em Portugal ter conseguido aprovar no Parlamento um projecto que ainda vai ser discutido na especialidade mas que poderá tornar a co-adopção por parte de casais homossexuais uma realidade. Contudo, o projecto ainda será sujeito a uma votação final global e terá de ser promulgado pelo Presidente da República. O projecto de lei português passou com 99 votos a favor, 94 votos contra e nove abstenções, num resultado que surpreendeu e que ninguém esperava. Votaram 202 dos 230 deputados, vários abandonaram o hemiciclo antes do início da votação. PSD e CDS deram liberdade de voto.
Vincent e Bruno – o primeiro casamento?
Entretanto, a ministra da Justiça francesa já adiantou que está a preparar um decreto com as formalidades adicionais que pretendem operacionalizar a mudança. No entanto, as regras do país prevêem que os pedidos de casamento sejam solicitados com pelo menos dez dias de antecedência, salvo situações de especial gravidade, pelo que existe a possibilidade de as primeiras uniões só se conseguirem efectivar em Julho, segundo explicou o ministro do Assuntos Parlamentares francês, Alain Vidalies, adianta a BBC na sua edição online.
Há 200 mil franceses que vivem em casal com uma pessoa do mesmo sexo e, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas, um terço quer casar-se. Uma das primeiras uniões poderá decorrer em Montpellier, no sul de França, entre Vincent Autin, de 40 anos e um dos principais militantes homossexuais no país, e o seu companheiro Bruno, de 30 anos, com quem está há sete anos. O casal já tem os papéis prontos e o município de Montpellier, no Sul, já imprimiu impressos onde se lê "esposo e esposo". Não foram um casal-poster mas foram o que de mais próximo houve de um casal-símbolo.
Alain de Benoist - En 1973, poco antes de su muerte, el presidente francés Georges Pompidou admitió haber abierto las compuertas de la inmigración a petición de un gran número de hombres de negocios que estaban dispuestos a aprovechar una dócil mano de obra barata, carente de conciencia de clase y de una tradición de lucha social. Esta medida estaba destinada a rebajar los salarios de los trabajadores franceses, reducir su derecho a la huelga y, además romper la unidad del movimiento obrero. “Los grandes patrones”, decía Pompidou, “siempre quieren más”.
Como es sabido, Francia optó por la inmigración extranjera a partir del siglo XIX. La población inmigrante era ya de 800.000 en 1876, llegando a la cifra de 1.200.000 en 1911. La industria francesa fue el principal centro de atracción para los
inmigrantes italianos y belgas primero, seguidos después por los polacos, españoles y portugueses. Esa inmigración, no cualificada y no sindicalizada, permitió a los empleadores evadir los crecientes requisitos relativos a la legislación laboral.
En 1924, por iniciativa de la Comisión de Minas de Carbón y los grandes agricultores del noroeste de Francia, fue fundada una Agencia General para la Inmigración”. Se abrieron oficinas de empleo en Europa para reclutar trabajadores inmigrantes que operaban como auténticas aspiradoras de mano de obra barata. En 1931 había 2.700.000 extranjeros en Francia, es decir el 6,6% de la población total. En ese momento Francia tenía el nivel de inmigración más alto del mundo (515 inmigrantes por cada 100.000 habitantes). Esta fue una manera práctica para un gran número de grandes empleadores para hacer bajar los salarios. A partir de entonces el capitalismo busca hacer competitiva la fuerza laboral con la ayuda de los ejércitos de reserva de los asalariados.
Después de la 2ª Guerra Mundial, los inmigrantes comenzaron a llegar mayormente de los países del Magreb: primero de Argelia, después de Marruecos. Camiones fletados por grandes empresas( especialmente de la industria del automóvil y de la construcción) llegaron por centenares para reclutar inmigrantes en el acto. Entre 1962 y 1974 casi 2.000.000 de inmigrantes adicionales llegaron a Francia, de los cuales 550.000 fueron reclutados por el Servicio Nacional de Inmigración (ONI), un organismo estatal, sin embargo controlado realmente por las grandes empresas.Desde entonces, la tendencia ha crecido.
Las grandes empresas y la izquierda: una santa alianza
El católico liberal y conservador Philippe Nemo observa acertadamente:
“En Europa hay personas a los mandos de la economía que sueñan con traer a Europa mano de obra barata. En primer lugar, para hacer trabajos para los cuales la mano de obra local es escasa. En segundo lugar, para hacer bajar los salarios de otros trabajadores en Europa. Estos lobbys, que poseen todos los medios necesarios para ser atendidos, ya sea por los gobiernos o por la Comisión en Bruselas, están, en general, a favor de la inmigración y la ampliación de Europa, que facilitaría considerablemente la migración de mano de obra.
Según cifras oficiales, los inmigrantes representan 5 millones de personas, lo que significa el 8% de la población francesa en 2008.Los hijos de inmigrantes, descendientes directos de uno o dos inmigrantes, son 6,5 millones de personas, es decir el 11% de la población. El número de ilegales se estima que está entre 300.000 y 500.000. (La expulsión de los inmigrantes ilegales cuesta 232 millones de euros anuales, es decir, 12.000 euros por caso). Por su parte el demógrafo Jean-Paul Gourévitch estima que la población de origen extranjero que vive en Francia en 2009 es de 7,7 millones de personas (de los cuales 3,4 millones son de origen magrebí y 2,4 millones son de origen subsahariano), es decir: 12,2% de la población francesa. En 2006, la población inmigrante representó el 17% de los nacimientos en Francia.
Mientras la inmigración le genera al sector privado más de lo que le cuesta, esta le cuesta al sector público más de lo que le aporta. La inmigración es un buen negocio para los patrones pero uno muy malo para la sociedad en su conjunto.
El coste global de la inmigración en Francia ha sido calculado: según un estudio redactado por Jean-Paul Gourévitch, el costo de la política migratoria de Francia (los gastos que el Estado dedica para la inmigración) alcanza hoy los 80.000 millones de euros al año, de los cuales cerca las tres cuartas partes (59.000 millones de euros) van para los costos sociales. Los ingresos que genera la inmigración en Francia se eleva a 49.000 millones de euros (las dos terceras partes son debidas a la fiscalidad directa (Estado y colectividades locales) e indirecta (IVA y TIPP, el impuesto sobre los carburantes). El déficit de las finanzas públicas se eleva pues a 31.000 millones de euros al año. A estos gastos hay que añadir el costo social de la inmigración: Justicia, policía, vigilancia de fronteras, repatriación de los ilegales, los daños generados por la criminalidad generada por la inmigración, etc… Se calcula en 38.000 mil millones de euros al año el coste total de la inmigración en Francia, es decir casi dos puntos del PIB.
En conclusión: La inmigración no tiene efectos globalmente positivos sobre las finanzas públicas, ya que la inmigración de poblamiento le cuesta al Estado más de lo que aporta, mientras que la inmigración de trabajo si aporta algo más de lo que cuesta, siempre que no sea clandestina.
En este sentido, es sorprendente observar cómo las redes que actúan en nombre de los “sin papeles”, a cargo de la extrema izquierda (que parece haber descubierto en los inmigrantes su “sustituto de proletariado” sirven a los intereses del gran capital. Las redes criminales, traficantes de personas y de mercancias, las grandes empresas, activistas de “derechos humanos” y empleadores que contratan “en negro”", todos ellos en virtud del libre mercado, se han convertido en defensores de la abolición de las fronteras en nombre de los intereses de la clase trabajadora.
El que critica el capitalismo, mientras aprueba la inmigración, cuya primera víctima es la clase obrera, haría mejor en callarse. El que critica a la inmigración, mientras permanece en silencio sobre el capitalismo, debería hacer otro tanto.